capítulo 5

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Ariel

Estávamos ao redor da mesa, as crianças como sempre tagarelavam, minha cabeça estava doendo de ouvi-los. Dereck manteve o olhar no prato, não levantou o olhar. E eu, estava aflita em meu lugar.

Mais cedo, quando estávamos nadando pude perceber que ele me admirava, apesar de não ter mostrado nenhum interesse. Desde jovem, minha mãe me ensinou que eu poderia usar a minha beleza ao meu favor, tenho grande sonhos; e pretendia realizá-los.

Eu só precisava fazê-lo se apaixonar por mim, não poderia ser difícil. Bom, pelo menos era o que eu achava.

(...)

Dereck passou a tarde inteira com as crianças, eu me prontifiquei em cozinhar o jantar. O grande problema era que eu não sabia cozinha, mas me arrisquei mesmo assim.

Entrei na cozinha, e olhei ao redor, completamente perdida. Ariel Morgan não sabia o que fazer, e isso era raro. Comecei a bisbilhotar a despensa, peguei alguns ingredientes e fui para o fogão, decidi fazer macarrão e una salada, Dereck disse que ele caçaria e traria a mistura do dia.

Eu como uma boa Ovolactovegetarianos, não me sentia A vontade, mas a casa era dele e estava agindo conforme a esperado.

Comecei esquecendo a água com sal e óleo, ao levantar fervura acrescento o macarrão. Enquanto cozinhava, me distrai lavando a salada de folhas, foi quando Dereck entrou segurando um porco já limpo.

— Trouxe o porco, vou assa-lo lá fora, só trouxe para te mostrar a fera domada. — Então ele partiu, sem esperar uma reação.

Ele só podia estar louco, acabará de matar um animal, a sangue frio e ainda veio se vangloria. Eu não cometia mais a carne, na outra noite, quando eu cedi ao desejo, me senti mal depois, com a consciência pesada.

(...)

Eu tinha acabado o jantar, as crianças estavam na mesa há algum tempo, reclamando da demora, eu realmente demorei mais que o esperado. Meu macarrão tinha ficado um papa, já que cozinhei demais e o molho estava muito salgado, o que salvava em meu prato, era a salada, - que eu só havia limpado.

Dereck veio me ajudar levar tudo para sala de jantar, servi as crianças, enquanto ele cortava o enorme porco, que estava no centro da mesa. O cheiro estava delicioso, mas eu não podia contribuir para esse massacre. Coitado do porco, que foi sacrificado para que outras pessoas o comessem.

As crianças estavam ansiosas para ganhar um belo pedaço de carne, mas quando viram meu macarrão, a reação foi a mesma, uma cara de nojo.

— Eca. — disseram em uníssono.

— Ah, não esta tão ruim assim. — disse Dereck ao dar uma olhada no prato.

— Parece comida de cachorro — critica Theo, o menino não era meu fã, apesar de termos passando uma manhã agradável.

— Não seja mal, deve estar uma delícia — rebateu Melinda, que deu uma garfada. Ela engoliu seco e tentou sorrir.

Eu não sabia se dava risada, ou se chorava. A cena era cômica, me mantive em silencio, sentada na minha cadeira. Dereck colocou um grande pedaço do porco em meu prato, eu não recusei, apenas o coloquei de lado e tentei comer o macarrão, que não estava intragável, dava para comer, mas era preciso um copo de água ao lado.

— Não é por mal, mas você é uma péssima cozinheira. — Revelou Melissa.

Me levantei da mesa, todos me olharam, provavelmente achando que eu iria embora, mas ao invés disse, fui atrás do tablete ou de um caderno. Onde eu poderia me comunicar.

Quando voltei, eles já tinham acabado de jantar, me sentei em meu lugar, na frente de Melissa e escrevi:

Eu sei, sou péssima cozinheira, mas pelo menos eu tentei.

— Sim, reparamos, pode deixar que eu cozinharei daqui para frente, mas obrigada por ter feito o jantar hoje, apreciamos a sua ajuda — disse Dereck, que estava me olhando. Me senti desconfortável, abaixei o olhar e vi minha aparência refletida na colher de prata. Não havia nenhuma sujeira em meu rosto.

— Tio, podemos brincar antes de irmos dormi?

—Podem, mas aqui dentro, já está tarde e não sabemos o que pode ter lá fora. — as crianças empurraram as cadeiras para trás, fazendo um barulho alto, então correram para fora do ambiente.

Me levantei para ajudá-lo a tirar as louças suja, seguimos para a cozinha. Dereck se dispôs a lavar a louça, apesar de não haver energia, tinha agua encanada. As luzes eram todas de vela, passar um tempo que, seria como voltar a vida medieval, como nos livros de Terry Spear.

O observei, escorada na parede paralela, ouvia Dereck falar sobre a sua caça.

— Reparei que você não comeu a carne, é vegetariana? — peguei o tablete para responder, mas a bateria acabou. Dereck que já havia terminado sua tarefa, me observava. — Acabou a bateria? Vai ter que usar o papel, um arvore caiu encima da fonte de luz, estamos agora somente com velas suficiente para durar um ano, já que mantive uma grande quantidade, caso acontecesse situações como está.

Ele saiu da cozinha e voltou com um caderno e lápis.

— Seria bom que você mantivesse esse caderno próximo a você, assim poderá se comunicar.

Ovolactovegetarianos

— Como?

Sou Ovolactovegetarianos, não como nenhum tipo de carne, mas como derivados.

—Eu não sabia, na primeira noite você comeu.

Eu estava muito desidratada, precisava de proteína, mas juro que não comerei mais.

— Entendo, eu não conseguiria viver assim, sou um bom e velho carnívoro. — Deu uma longa risada, e eu abri um sorriso.

Eu não consigo ser assim, pretendo ser vegana, mas confesso que é muito difícil para mim.

— Deve ser, ainda mais quando você olha para pessoas comendo carne.

Sim, muito difícil aqui, na minha casa todos era Ovolactovegetarianos, então era uma dieta em conjunto.

Assim que mostrei o que havia escrevi, me arrependi. Dereck pensava que eu não tinha lembranças e agora compartilhei uma.

— Você não tinha perdido as memorias?

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Thais B. Zanin

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