Saudades || Akashi Seijiro ||

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Resumo rápido: Akashi tem trabalhado demais.

AVISOS: NSFW

Akashi suspirou, passando a mão no cabelo, os olhos cansados analisando um dos documentos da enorme pilha de folhas na mesa de madeira a sua frente. O relógio marcava mais de meia noite, já deveria estar em casa aquele horário, entretanto, como filho do chefe e futuro herdeiro da empresa, as decisões mais importantes ficavam para ele, porém, naquela semana parecia que todos os empresários e sócios resolveram artazanar sua vida com todo o tipo de projeto. E com sua formatura chegando, as provas estavam próximas demais para Seijiro aproveitar o pouco tempo livre que tinha, sem falar na Copa de Inverno chegando, e como capitão do time de basquete, precisava treinar se quisesse vencer.

Sinceramente, era muita pressão para um garoto de dezoito anos, mas sempre foi assim, e se dependesse de seu pai, sempre seria.

O garoto pegou o celular - esquecido perto do notebook prateado - e o desbloqueou, imediatamente vendo uma foto de uma de suas mãos com os dedos entrelaçados com os de Lily, a mão da garota por cima da sua, como se estivesse brincando com seus dedos, era possível notar duas alianças finas e prateadas, nos anelares de cada um. No fundo, havia um lençol de seda cinza.

Quando se deu conta, Akashi estava com um sorrisinho leve no rosto. E com isso, percebeu que havia mensagens não lidas. Algumas eram de seus credores, outros de possíveis clientes, porém, todas essas pareceram sumir de sua visão quando viu o ícone aceso da conversa com sua garota. As mensagens foram enviadas a algumas horas, perguntando se ele já tinha comido, pedindo para ele não exagerar e a última, a que fez o mesmo suspirar, um simples e doce "eu amo você". Conseguia até mesmo ouvir a voz suave da sua garota falando aquela frase. 

Seijiro xingou mentalmente aquela maldita semana, mal tinha tido tempo de sequer olhá-la. Ele olhou novamente para o horário, e decidindo que já havia acabado por hoje, o mesmo fechou o notebook e levantou da cadeira, estalando o pescoço, enquanto pegava seus pertences e encaminhava para a saída. 

O trânsito de Tóquio definitivamente não parava, independentemente de ser três da tarde ou quatro da manhã. Sempre haveria faróis amarelos e buzinas irritantes pelas ruas. A reputação do local de onde viva não era a toa. Seijiro olhou o horário no visor pela terceira vez, os dedos batendo no volante da BMW, impaciente, as pálpebras cansadas, porém, parecia que nenhum motorista compreendia sua vontade de chegar em casa, se livrar daquele maldito terno e, de bônus, apreciar um tempo com sua garota, mesmo que ela já estivesse adormecida quando chegasse, o que tinha acontecido praticamente todos os dias daquela semana. 

Sinceramente, Lily parecia estar tranquila quanto aquilo, claro, sempre demonstrando sua preocupação em momentos propícios, quando sabia que Akashi não estava em uma reunião importante, e nunca cobrando atenção quando via que o mesmo estava teclando furiosamente no computador ou rosnando no celular. Ele agradecia por isso, mas também conseguia ver o brilho triste nos olhinhos brilhantes dela quando dizia que estava ocupado, percebia a expressão carente e cansada que adornava seu rostinho quando ela dizia que estava tudo bem, e isso, sinceramente, o fazia se sentir horrível. Lily Black merecia muito mais que o mundo. O garoto deu um suspiro de alívio ao entrar em casa. 

O ambiente caseiro naturalmente deixava seus ombros mais leves. Tudo estava no lugar, okay, talvez levemente bagunçado. Como o controle da TV em cima do sofá, ou uma ou duas ligas de cabelo na mesinha central da sala ou em uma das cadeiras da mesa de jantar, que por sinal, ainda estava posta. Um simples jantar tradicional japonês. Exatamente igual o primeiro item de coisas que ele dizia lembrar sua mãe e sentir falta. Pequenas evidências - que apenas ela sabia deixar - de que havia mais alguém ali, e era esse tipo de coisa que faz Seijiro se sentir em casa. 

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