A capa não era o livro.

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Liv Medson, essa era minha nova preocupação. No caminho para casa tentava processar as informações que fora jogadas em minha cabeça. O que era esse tal, Empire? Eu nunca havia visto em um jornal ou revista e a Oly também nunca havia comentado sobre.

Já passava das quatro da manhã, e eu caminhava pelas ruas de River North quase seminua com aquele vestido ridículo que, mesmo morta, Olyvia me assombrava a usar.

Ouvi um carro se aproximar mas, ele não avançou, apenas permaneceu iluminando o caminho pela estrada que eu seguia. Não cogitei a hipótese de olhar para trás, só apertei o passo.

— Meio tarde para uma garota como você estar na rua não acha, Srta Osthom?

Aquela voz não me era estranha, mas não me remetia uma lembrança instantânea. Me virei e era o Investigador Chris.

Droga! Droga! Droga!

Eu estava cheia de papéis suspeitos na bolsa, coisas que por algum motivo uma garota morta escondia, não podia bancar a nervosa agora.

— Chris, que surpresa — Sorri, mas que merda aquele cara fazia na rua de madrugada, com certeza ele pensou o mesmo — Estava em uma festa, sabe como é né, perdemos a hora depois de alguns drinks.

— Sei — ele me mediu de cima a baixo, enquanto eu sentia o suor escorrendo pelo meu rosto.

Calma Amber.

— Boa noite Chris.

Me virei e continuei a andar, o carro ainda não havia me avançado, os faróis ainda iluminavam meus passos.

— Sabe, eu ainda tenho algumas perguntas sobre a Srta Carrier, quer uma carona para casa?

Que droga.

— Ah não! Eu gosto de andar, sabe. E agora não seria um bom momento para um novo depoimento, aliás, eu não tenho mais nada para falar, era tudo o que eu sabia.

— Só esqueceu de mencionar que você era uma das amantes de Olyvia.

Senti meu coração parar por alguns segundos. Pelo meu olhar, Chris percebeu meu desespero. Ele se esticou até a porta do passageiro e a abriu, depois me encarou até eu decidir entrar.

Mas que inferno!

Tirei o cabelo do resto e refiz minha postura.

— Não sei do que está falando — Me virei para continuar meu caminho mas...

— Olha, eu estou perguntando numa boa, quando o assunto chegar na promotoria as coisas não serão tão calmas.

Me virei e o encarei, ele deu de ombros e olhou para o banco do carona.

Entrei no carro, sem escolha claro.

— Você gostava dela? Por isso disse que não gostava de saber de seus homens, não é? — disse ele dando partida no carro.

— Eu não era um de seus amantes, porque não era isso que eu queria. Eu tinha sentimentos pela Oly, ainda tenho mas, ela só sabia brincar comigo quando o assunto era amor.

Quem matou Olyvia?Onde histórias criam vida. Descubra agora