Me diga tudo, ou quase tudo.

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— Ora, ora, ora. — Mamãe adentrou a porta com gritos. — Vejo que eu não fui a única a fazer festinha ontem a noite.

Ela piscou sorrindo estranho em nossa direção, quase me fez ignorar o fato de estar abrasada ao Gilbert. Nosso olhos estavam tão rentes quanto os nossos lábios. Ficamos alguns segundos nos olhando, eu me perguntando o que fiz noite passada e talvez Alex, se questionava o mesmo, sua face não negava.

Foi rápido quando percebi que já estava sentada na cama, encarando minha mãe que sorria de forma bizarra para mim.

— Que bom que vocês...— Ela mediu Alex de cima á baixo com o olhar. Alex que por sinal ainda estava deitado. Depois fez uma pausa sinistra com aquele sorriso bizarro — Se divertiram ontem.

Que porra de pausa dramática foi essa.

—Não mãe, mas você pelo visto, não desperdiçou um segundo.

— Que bom que encontrou um cavalheiro, eu vou precisar sair da cidade por uns dias. Vou me encontrar com Jason.

Eu não dizia o nome do meu irmão a tanto tempo. Desde que Jason deixou as ruas e festas de River para servir o exército, eu evitava dizer o seu nome ou entrar em seu quarto, a realidade é que eu não sabia lidar com sentimos e claramente eu sentia sua falta.

— Encontrar o Jason? Porque não me disse que ele saiu, quando isso aconteceu. Porque não me disse antes, eu também poderia vê-lo.

— Ele não saiu, é apenas um encontro para organizar a saída dele. De qualquer forma você não poderia ir, é apenas uma dispensa do quartel e logo ele estará conosco. Agora eu preciso ir, vê se cuida dela, garanhão — Mamãe fez aquele sorriso bizarro novamente e saiu do quarto.

Jason estava voltando. O único integrante dessa família que eu realmente me sentia compatível, mesmo sendo uma copia jovem e melhorada da minha mãe quando o assunto é festa, garotos e garotas. A quatro anos ele foi tirado de nós, para lutar no exercito. Acredito que isso tenha mudado ele, pois as cartas que ele mandava — que ele parou de mandar, nos fazendo acreditar que ele estava morto em meados de dois mil e dezessete — mostravam um Jason diferente, mais calmo e mais sincero. Estava ansiosa pela sua chegada.

— Quem é Jason? — Perguntou Alex que por sinal agora, resolveu levantar.

— Meu irmão, ela está no exercito.

— Já vi que o altruísmo corre na veia dos Osthom.

— Ele não queria ir, na verdade ninguém queria que ele fosse. Jason era um badalo nesta cidade assim como Oly. Mas Mayos e minha mãe decidiram que era uma boa ideia já que ele estava se afundando nas drogas, mas, depois que ele se foi, minha mãe adentrou esse caminho sem medo da rota — Me levantei e comecei a observar a cama, que estava mais bagunçada que o normal — A gente não...Né?

—Não, não que isso — Alex riu ainda mais bizarro que a minha mãe — Você estava bêbada e cansada e eu só cansado, relaxa Amber, a gente só dormiu.

Misturar bebidas, um investigador e pistas de uma assassinato, não era o meu forte.

— Agora vamos, eu preciso achar mais informações sobre esse tal Empire, e só o covil da Oly não vai me dar essas informações.

Alex se levantou e logo nos aprontamos para escola.

Eu ainda não estava confortável com a ideia de ter dormido com Alex. Eu estava perdida entre o Empire e o que aconteceu noite passada, talvez a minha mente tenha criado frutos demais, e eu me perdi neles.

Além do mais, ainda não havia digerido a informação de que Jason talvez estaria em casa, antes que eu notasse. Agora que Oly se foi, River North precisava de um novo badalo, mas, Jason era muito pior que ela. Ele não foi mandando para o exercito por motivos óbvios, mas sim porque River só poderia ter um rei, e naquela época Oly já havia ocupado este posto.

Quem matou Olyvia?Onde histórias criam vida. Descubra agora