XX - Culpado ou Inocente?

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“Eu confiei em você! Te contei coisas que nunca diria nem para a minha sombra...”

“... Mas, na primeira oportunidade, você jogou tudo na minha cara e me fez lembrar todas às merdas do passado.”

“Acho que eu deveria ter me livrado de você.”

Você é um erro Felipe! Toda sua família sabe disso! Eles deveriam ter acabado com você quando teve a chance.”

Essas palavras ainda assombra a minha mente. Mesmo que já tenha passado meses, eu ainda tenho pesadelos com elas, eu ainda me lembro do que aconteceu...

Algum lugar em Seattle, Véspera de Natal, 12 anos atrás...

Felipe Fuller...

Eu estava muito animado com o natal desse ano, minha mãe tinha me prometido um carrinho de controle remoto. E que criança de 6 anos, não gostaria de ganhar um, não é mesmo?
Ela viu o quanto eu estava desanimado, ao ver todas as crianças do bairro com um e eu não. Ela não queria que eu fosse excluído e queria o meu bem e a minha felicidade.

Eu era feliz com o pouco que tinha, porém eu não tinha o bem que nós dois desejávamos. Eu tinha um pai, que não era o meu pai. Quando eu descobri a verdade, entendi o porquê dele me agredir todos os dias. Ele descontava em mim, toda a frustração de sua esposa traidora.

– Felipe... - gritou minha mãe, Érica, enquanto fazia sua famosa torta de maçã para a ceia de natal.

– Oi mamãe. - respondi com um sorriso, assim que entrei correndo na cozinha. O cheiro me fez ficar louco - O cheiro está bom mamãe.

– Está sim querido. - me deu um sorriso doce - A mamãe irá ao mercado, acabei esquecendo a canela e a noz-moscada. - falou retirando seu avental - Fique de olho aqui para mim, não irei demorar. - sorriu e passou a mão nos meus cabelos lisos.

– Tá bom mamãe. - retribui o sorriso e vi a mesma saindo.

Grande erro! Naquela dia, só estava eu, meu suposto pai e meus primos, Thomas de 10 anos e Summer de 3 anos. Ninguém poderia prever a tragédia que aconteceria naquela casa.

Assim, como ninguém poderia prever que eu era filho de uma traição. Minha mãe disse que meu pai verdadeiro era marinho, mas ela perdeu contato com o mesmo. Então, não sei se está vivo ou morto.

Eu estava de olho na torta quase pronta, quando meu primo surgiu para roubar algumas maçãs já cortadas.

– Thomas, não mexa nisso. - ele revirou os olhos

– Por que não? Ninguém sentirá falta. - falou com a mão próxima do prato de maçãs, ele estava quase pegando, quando lhe bati - Aí!

– Eu sentirei falta! Mamãe sentirá falta e colocará a culpa em mim! - falei sério, ele me olhou e roubou um pedaço - Thomas! - gritei e comecei a apertar seu pulso

– Me largue! Você nem é um Rain de sangue. - falou irritado, eu prendi meu olhar no seu e apertei mais forte - Para Felipe! - começou a gritar quase chorando - Tio César! Socorro! - começou a gritar cada vez mais alto

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