One Piece novel: Law

Capítulo 1

Eu não quero morrer...
Eu não posso morrer...
Estes são os únicos pensamentos que ocupam minha mente enquanto movo minhas pernas. Cada vez que dou um passo, ouço o som da neve se rachando.
Estou caminhando a muito tempo. Tudo o que vejo é uma floresta de árvores pontiagudas e um mundo prateado. Não tenho ideia do quão longe é a "próxima cidade" que Cora-san disse.
Droga. Eu quase não sinto mais os meus membros. É natural, já que passo três dias sem comer nada. Nesse ritmo, morrerei de fome e de frio, antes mesmo da doença do Chumbo Branco me matar.
Meu corpo está pesado e estou muito sonolento. Talvez seria mais fácil se eu simplesmente caísse na neve... Não! Se eu morrer aqui, todo o esforço do meu benfeitor será em vão. Para curar a minha doença, o homem chamado Corazón correu desesperadamente de hospital em hospital para me salvar, e acabou morrendo. Eu sinto muito por isso.
Em volta da minha cintura, havia uma bolsa enrolada e nela, retiro um bisturi. E então...

- AAAAAH!!!!

O apunhalei no meu braço esquerdo.

- Certo... Com isso acabo com a minha sonolência.

Fiz um curativo no ferimento e comecei a andar novamente. Se eu for atacado por um javali, ou até mesmo um lobo, tudo estará acabado. Mas não penso em mais nada.
Prometi me encontrar com Cora-san e fui para a "próxima cidade".
Quando estava ficando cansado de mexer as pernas, eu finalmente encontrei...

- Uma luz...

Sem dúvida alguma, era a luz de uma cidade.

- Isso vai me salvar... Isso com certeza vai me salvar!

Quando digo isso, sinto meu andar ficar mais leve. Ao chegar na cidade, poderei comer, tomar uma sopa quente e dormir profundamente em um futon macio!
Logo cheguei em uma cidade com paredes externas de tijolos. Havia uma placa de entrada pendurada e nela estava escrito: "Pleasure Town". Provavelmente esta seja o nome da "próxima cidade". Ah, eu não havia percebido, pois estava longe, mas o lugar está cheio de pessoas... Está tudo bem... Se eu falar com um deles, certamente me guiará para uma casa quente.
Eu corri. Corri e tentei chegar a alguém.
De repente, eu congelo... Minhas pernas param.
Fico perplexo na entrada da cidade, e lembro de tudo o que aconteceu comigo. Lembro da perseguição sofrida por causa da doença do Chumbo Branco... O ódio das pessoas, seu distanciamento, as feridas que causaram... tudo volta para mim. As memórias que eu gostaria de esquecer ressurgem uma após a outra.
Minha cidade natal, Flevance - também conhecida como "Cidade Branca" - foi isolada por pessoas que acreditavam que a doença do Chumbo Branco era contagiosa. Abandonada pelo Governo Mundial, a guerra que começou, e meus pais, minha irmã e meus amigos da igreja foram mortos. Também me lembro que escapei escondido em uma pilha de cadáveres.
Fui tratado como lixo e expulso de vários hospitais onde quer que eu andava com Cora-san.
Uma memória mais miserável que a outra.
No dia em que a cidade foi incendiada e uma pessoa próxima foi morta, decidi que não acreditaria em mais nada e em mais ninguém.
Entrei para a Família Donquixote de Doflamingo, apenas para bagunçar o mundo o máximo possível antes de morrer. Só havia me restado o desespero. Ainda assim, Cora-san foi o único que chorou por mim. Chorando e com uma voz apertada, ele chamou meu nome.
Este mundo era um inferno para mim e não esperava mais nada de ninguém. Mas graças ao Cora-san, pensei que poderia tentar acreditar nas pessoas... nos humanos novamente.
Mas agora meu corpo não se move. Tenho medo de entrar nesta cidade repleta de pessoas. Eles podem me bater e posso ser perseguido de novo. Posso ser ferido ainda mais também.
Só de pensar nisso, minhas pernas e ombros começam a tremer.
Apesar de tudo, consegui dar um passo à frente e entrar na cidade.
Fui falar com uma pessoa que estava removendo a neve:

- Uhm... Com licença...!
- Oh, você, seu rosto...
- ...!!

Droga, fui descoberto. Ela descobriu sobre a doença do Chumbo Branco. Já posso ver aquele olhar me atacando novamente. Um olhar de ódio. Um olhar como se me dissesse que não estou qualificado para viver.