Eu sempre estive aqui por você ~Izuku Midoriya~

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A semana de provas havia começado, eu mal falei com Deku nesses dias por conta de estar ocupada estudando, ele estava bastante ocupado com o trabalho também e por isso quase não estamos nos vendo.

Eu adorava fazer faculdade, queria mesmo me formar e ser alguém por isso, eu me esforçava ao máximo para conseguir passar nas provas.

A semana de provas estava corrida pra mim e eu estava em um momento difícil, eu comecei a me lembrar do meu pai do por quê ele não se importa comigo, por que ele não me manda uma mensagem sequer perguntando se eu estou bem.

Eu só queria que ele fizesse o papel dele e me desse atenção, eu sei que não sou nenhuma criança, que sou maior de idade mas isso não justifica.

Todo mundo quer a presença do pai ou da mãe, porém eu nunca admito isso pra ninguém, nem mesmo pro Deku até por que eu não consigo me abrir pras pessoas dessa forma por que eu acho que elas não entenderiam o que eu sinto.

Tem vezes que eu acabo não aguentando e acabo chorando baixinho no meu quarto, isso me dá um aperto enorme no peito e eu sinto um vazio por dentro.

Eu fiquei pensando se realmente deveria ir morar com o Deku, pra mim eu vou estar incomodando ele até por que ele deve gostar de ter a casa toda pra ele e eu sinto que eu estando lá não vai dar certo.

Mandei uma mensagem a ele dizendo que não me mudaria pra casa dele, pelo menos não agora, acho que eu só preciso ficar um pouco sozinha na minha e me concentrar na faculdade e sem festas por enquanto.

~~~

Um mês se passou e eu tive notas boas nas provas, fiquei feliz por ter me esforçado por que valeu a pena.

Deku e eu não estamos nos falando, desde que eu disse a ele que não iria morar com ele parece que acabamos entrando em uma discussão e nos afastamos.

Ele insistiu para que eu fosse, eu disse que só queria me concentrar na faculdade por um momento e que depois veríamos isso mas, ele acha que eu só não quero ir morar com ele, ele ficou magoado por que acha que estou escondendo algo dele.

Em fim, isso tudo acabou com nós dois sem nos falarmos mais, as vezes vejo ele passar na rua mas eu finjo que não o vejo.

Ele não vai mais no café, nem sequer pra dar um oi, nem nada.

Eu não vou atrás dele, ele deveria entender que eu só quero ficar na minha, parece que eu só fico pior a cada dia que passa eu sinto falta do meu pai e eu meio que supostamente comecei a gostar do Deku e não é como gostar dele como se fôssemos amigos, eu peguei um sentimento nele que não sei como explicar e acho que nos afastarmos seria a melhor escolha por que eu peguei trauma de relacionamento e com certeza ele não tem os mesmo sentimentos por mim.

Estava no meu quarto, o fone nos meus ouvidos e a música alta ecoava por eles, eu gostava de ouvir músicas com o som estralando claro que eu já pensei que poderia ficar surda mas acho que não aconteceria né?

A minha mãe estava no café e eu estava sozinha, eu gostava de ficar sozinha assim eu poderia chorar quando quisesse sem me preocupar com ela abrindo a porta do meu quarto e me vendo com os olhos inchados de tanto chorar.

Fui até a cozinha pegar algo para comer, eu mal comia por que não sentia fome mas eu tentava pelo menos afinal, não queria emagrecer e muito menos morrer de fome.

Não achei nada que eu quisesse e decidi ir ao mercadinho que ficava no meu bairro, troquei de roupa colocando um short jeans com uma camiseta grande que ficava nas minha coxas e um chinelo qualquer até por que eu só ia comprar algo e voltar.

Comprei o que eu queria e ao sair da loja dei de cara com Deku, eu engoli em seco e ele também, ficamos nos encarando por alguns segundos até ele começar a puxar assunto.

- Oi, você está bem?

Eu desviei o olhar para baixo, eu não estava mas eu tinha que mentir até por que como eu havia dito, não consigo contar as pessoas o que eu sinto.

- Estou, e você?

- Eu também..

Ficamos em silêncio, eu não queria ficar mais ali e sai de lá sem ao menos dar tchau até ele me chamar novamente e eu parar, mas eu não virei para olha-lo apenas fiquei parada esperando ele falar algo.

- Eu sinto muito a sua falta..

- Falta de quando nós dois nos divertíamos juntos..

- Falta de quando você falava do meu cabelo bagunçado..

- Falta.. de quando você sorria.

Eu apenas escutava parada no mesmo lugar, eu também sentia falta do Deku e muita, ele era meu porto seguro, meu melhor amigo.. Mas, eu não podia, eu não consigo falar pra ele o que eu sinto nesse momento, eu não consigo dizer a ele o quanto sinto falta do meu pai.. de como comecei a pegar sentimentos pelo Deku, eu.. eu não consigo.

Ainda sem respondê-lo eu ainda estava no mesmo lugar, as nuvens começaram a se formar no céu e a chuva foi caindo aos poucos.

Eu chorava junto da chuva, pelo menos para ninguém perceber que eu estava chorando até por que iriam pensar que era só a chuva caindo no meu rosto.

Senti algo quente me cobrindo, pude sentir as mãos quentes de Izuku ajeitando sua blusa contra meus ombros.

- Você vai pegar um resfriado, eu não tenho um guarda-chuva mas eu tenho o meu casaco para cobrir você.

Depois de todo esse tempo, ele ainda se importava comigo?

Estávamos quietos, Deku ainda estava atrás de mim esperando que eu falasse algo, eu tentei mas nada saia da minha boca.

De repente ele puxou meu braço e me colocou dentro do seu carro, foi tudo tão rápido e a chuva estava cada vez mais forte.

Eu estava no banco do passageiro e ele no do motorista, eu estava de cabeça baixa segurando o choro, afinal eu não estava mais na chuva para poder dizer que era ela.

E então Deku me abraçou, me surpreendi com o ato do esverdeado, eu não sabia o que fazer, o que dizer a ele.

- Por favor... não se afaste de mim de novo, eu amo você [Nome]. Você é minha melhor amiga, não deveríamos ficar tanto tempo sem se falar dessa forma.

Eu não disse nada, apenas o abracei de volta e o choro tomou conta de mim, chorei baixinho em seu ombro e ele abraçou minha cintura mais forte e entrelaçou os dedos nos meus.

Ficamos um bom tempo assim, a chuva ainda estava forte, estava frio mas ao mesmo tempo quente, eu podia sentir a respiração do Deku no meu pescoço, como eu tinha vontade de contar que eu estava apaixonada por ele, como eu queria que ele fosse meu.