Capítulo 1

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Notas iniciais

Oiii, vim aqui avisar novamente, essa fic irá conter conteúdos sensíveis, se não se sentir confortável não leia.

Fiz com carinho, ja tenho 5 capítulos completos e em revisão, estou trabalhando nos próximos, eu irei tentar postar um capítulo novo toda quinta feira, provavelmente de manhã.

Aproveitem, e lembrem, não é defeito pedir ou precisar de ajuda, nem que seja escondido, a saúde mental é tão importante quanto a saúde física.

Boa leitura! ❤

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Pov Amity

Acordei meio desanimada como sempre, eu sabia que eu tinha uma depressão, mas como a Blight que eu sou, eu tenho que ficar de cabeça erguida e não ceder para uma doença mental insignificante. Dei um suspiro ao lembrar que foi a minha mãe que me disse isso a umas semanas atrás, porém eu não concordava com a opinião dela, eu sabia que era uma coisa séria, mas eu não podia fazer nada a respeito já que ela tinha um rastreador no meu celular e no meu colar apenas para "garantir a minha segurança". Eu sabia que na verdade ela tinha aquele rastreador apenas em mim e não nos meus irmãos, pois eu era a única que ela não confiava. E eu não entendo isso. Por que raios ela confia mais nos meus irmãos se eu sou a mais responsável?!

Eu não sabia antes, mas desde pequena eu tinha esses sintomas de depressão, não era de hoje ou de ontem, era desde que eu me lembro.

As noites sem dormir apenas chorando, o cansaço excessivo, a fome inexistente, o sentimento de peso para a minha família, de não ser boa o suficiente, o desejo de acabar com isso com um simples corte na garganta, planos mirabolantes e cada vez mais absurdos de suicídio, tudo por causa de Odalia Blight, mas eu não podia culpá-la, Ok talvez um pouco, ela tentava né? Não era isso que importava? Eu era uma ingrata por pensar que ela só queria me ver sofrer?

Eu apenas não tinha força para responder, mas eu sabia que no fundo ela era sádica e só queria me fazer mal e pagar de boazinha, era como uma droga que ela se viciava cada vez mais e levava a sua família junto para o fundo do poço que ela entrava cada vez mais e mais por prazer.

Ok eu já estava com uma expressão amargurada era melhor eu voltar com a "máscara" de cara séria de sempre, que eu não tirava desde os 7 anos.

Me arrumei com as minhas "roupas de gótica" segundo os meus irmãos e passei um delineado simples e uma base no rosto para esconder os hematomas de ontem, na verdade as minhas roupas refletiam os meus sentimentos, um mundo com apenas as cores cinza e preto.

Desci as escadas da mansão Blight, eu tinha nojo de chamar aquele inferno assim, eu já estava com tanta raiva acumulada de anos que eu sequer gostava de escutar o meu sobrenome, eu aguentava tudo calada, a pressão dos meus pais pela minha nota escolar, os gritos da minha mãe quando ela via que eu tirei um nove e não um dez, já não tinha mais cabeça para isso. Parei com os meus pensamentos infelizes com o súbito susto que levei dos meus irmãos.

- Oi mittens.

Eram Edric e Emira que me provocavam com o apelidinho brega inventado desde os 5 anos para mim, eu odiava aquele apelido, não por ele ser chato ou brega, mas sim porque ele era usado na época em que eu era feliz de verdade, antes de eu me dar conta de que eu iria perder a minha felicidade.

Eu poderia me agarrar na minha cama o dia inteiro e ficar chorando e gritando de raiva apenas por ouvir aquele apelido besta que eu dizia odiar, mas no fundo amava. Mas eu não podia pois eu tinha que ser uma Blight forte e agir como tal. Para não decepcionar os meus pais novamente eu precisava ser forte não por escolha, mas sim como obrigação.

Respirei fundo contendo as lagrimas, e com a voz meio trêmula respondi sussurrando "Oi".

Torci para que eles não tivessem percebido as lagrimas quase escorrendo e a voz trêmula. Mas acho que as minhas preces não foram atendidas. Eles olharam para mim preocupados, eles sabiam das minhas crises de ansiedade e dos dias em que eu chorava a noite, eles me ajudavam com as crises de ansiedade desde pequena, mas com o tempo eu aprendi a esconder melhor e a controlar as crises sozinha.

As vezes eles dormiam no meu quarto dando a desculpa de pesadelos ou falta de sono, mas eu sabia que era por minha causa, coisas sutis como essas podiam me ajudar um pouco nos dias mais tristes, eu sabia que o meu pai se importava também pois quando eu estava me sentindo péssima ele olhava para mim com preocupação e as vezes passava a mão na minha cabeça como uma tentativa de consolo disfarçada.

Essas tentativas falhas me ajudavam, mas também me atrapalhavam, como se mil pregos perfurassem o meu coração por fazê-los se sentirem na obrigação de me animar toda hora.

Sem mais enrolação saí de casa fingindo comer uma maçã e cuspindo ela no lixo ao lado de fora apenas para não preocupar os meus familiares que se importavam comigo.

Dei um "Oi" para Willow tentando soar animada, mas saiu meio triste, acho que ela percebeu, mas não disse nada pois provavelmente não sabia o que fazer, fiz o mesmo com o Gus, nós três éramos como unha e carne e eu sabia que eles já haviam compreendido o que havia ocorrido.

{Flashback de um dia atrás}

Acordei com um tapa na cara, literalmente, minha "mãe" olhou para mim com uma cara de poucos amigos e gritou em fúria pura.

- AMITY BLIGHT VOCÊ SE ATREVE A TIRAR UM 9 E MEIO EM GEOGRAFIA.

Ok eu estava desesperada, ela gritou comigo e me espancou, depois me trancou no quarto sem comida, não que eu estivesse com fome depois disso, eu tinha água somente da pia do banheiro, agradeci aos céus por ela não ter me trancado no porão como da última vez.

Eu não sabia como os vizinhos ainda não tinham percebido o que acontecia, ou percebiam, mas tinham muito medo da minha mãe então não faziam nada.

Passei o resto da tarde chorando no meu quarto, implorando por um milagre que pudesse me salvar.

{Fim do flashback}

Tive as primeiras aulas do dia, recebi vários olhares preocupados de pessoas que nem mesmo me conheciam alegando que estava bem a cada pergunta feita mesmo que eu quisesse dizer ao contrário, até mesmo Boscha que era meio bully me olhou preocupada, vi alunos novos e ignorei, estava mal demais para me preocupar com os outros no momento, nem toquei na comida, fui direto para a biblioteca no intervalo, era o único lugar de paz que eu poderia ter.

Respirei fundo e me sentei no meu lugar costumeiro, o meu "esconderijo secreto", mas todos os meus amigos vinham aqui de vez em quando então não era tão secreto assim, mas servia para o momento.

Comecei a ler novamente o primeiro livro da saga The Good Witch Azura, uma das minhas poucas felicidades que restavam. Se bem que o primeiro livro era o mais triste da saga já que a personagem principal está sozinha no livro lamentando estar longe de casa, eu me identificava um pouco com isso pois as vezes eu nem sentia que tinha uma casa para sentir falta.

Olhei para o relógio e vi que tinha mais alguns minutos antes de entrar na aula, meus pensamentos foram cortados quando ouvi um grito estridente "AI MEU DEUS VOCÊ TAMBÊM LÊ THE GOOD WITCH AZURA?!".

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Notas finais

Se sentir o que a Amity relatou peça ajuda, eu pesquisei cada sintoma então todos são o que acontece na vida real se uma pessoa tem depressão, procure um amigo uma amiga ou um psicólogo, acredite isso ajuda bastante.

1212 palavras

Foi isso! Quem sabe não vejo vocês por aí? 😘

Lumity - AnjosOnde histórias criam vida. Descubra agora