Our Choices Seal Our Fate

Capítulo 14

O fraco sol de dezembro brilhava lá fora, tentando desesperadamente trazer um pouco de calor ao solo congelado e coberto de neve, apesar do frio implacável no ar. Não havia ninguém do lado de fora, para variar, nenhuma criança brincando com uma bola na rua, nenhum adulto apressado correndo para chegar ao seu destino, nenhum vizinho irritado gritando para as crianças pararem a confusão e irem brincar em outro lugar.

Sirius observou a rua abaixo distraidamente, o olhar desfocado enquanto sua mente estava em outro lugar. Ele podia ouvir Tilly mexendo-se na cozinha e Harry balbuciando qualquer desenho animado que estava passando na TV. Regulus estava lendo no sofá, o único som vindo dele era o ocasional virar das páginas.

Ele deixou os sons dos ocupantes do apartamento passarem por ele enquanto continuava olhando para a neve.

Era tranquilo aqui, ele não podia negar. Ele não visitava a Romênia há anos, não desde que o tio Alphard havia morrido e ele não tinha nenhum motivo para viajar para cá, mas ele tinha boas lembranças de passar uma ou duas semanas com seu tio neste mesmo apartamento, ou passear por ambos os lugares, sendo trouxa ou da comunidade bruxa de Bucareste, conhecendo pessoas, passeando, brincando sem o olhar acusatório e severo de seus pais sobre ele.

Sirius estava feliz por estar de volta, e com Harry e Regulus nada menos. Ele nunca teria pensado que estaria com aqueles dois na véspera de Natal de 81; ele não tinha pensado muito nos feriados enquanto estava em Azkaban, mas se tivesse, provavelmente teria esperado que passaria todos eles cercados por Dementadores e prisioneiros loucos, cada um preso em seu próprio inferno.

Ele não achava que algum dia seria capaz de compensar Regulus por tirá-lo de lá, mesmo que indiretamente, especialmente após o desastre de uma infância e início da idade adulta.

Sirius mudou de posição, virando as costas para a janela e observando seu irmão e afilhado com olhos carinhosos. Eles eram sua família, tudo o que ele tinha no mundo. Ele não podia suportar a ideia de deixá-los - qualquer um deles - depois de apenas recuperá-los.

Ele não se importava se Dumbledore pensava que Regulus era um guardião inadequado, ele não se importava com qualquer raciocínio que o homem tinha para colocar Harry com Petúnia de todas as pessoas, e ele não se importava com quais planos mestres dentro de planos mestres o diretor tinha envolvendo seus afilhado. No que dizia respeito a Sirius, Regulus havia se provado em seus olhos. Ele conseguiu mantê-los escondidos, não deixando pistas sobre seu envolvimento no sequestro de Harry, desde o momento em que o levou embora. Se não fosse pelo conhecimento de Sirius sobre a vontade de Alphard, bem como adivinhando com precisão o que Regulus faria, ninguém os teria encontrado até que Regulus quisesse ser encontrado.

Quanto a ser um bom pai, Sirius realmente não tinha nada de ruim a dizer sobre a paternidade de seu irmão. Ele era amoroso e afetuoso sem estragar Harry ou ser muito duro em suas punições. Era óbvio que os dois se adoravam, e por mais que doesse a Sirius ver outra pessoa no lugar de James como o pai de Harry, isso lhe trouxe alegria que Harry ainda conheceria o amor e a presença de um pai mesmo com a morte de James.

Sirius, mais do que a maioria das pessoas, saberia que ser pai era mais do que dar à luz uma criança. E não havia nada que dissesse que Harry não poderia ter dois pais: aquele que ajudou a concebê-lo, que o criou até os 1 anos, que morreu protegendo-o e dando-lhe uma chance na vida; e aquele que o salvou de uma família e de uma existência negligente e sem amor, que o criou desde a idade de 1 ano em diante, que o amou e cuidou dele da mesma forma.

Alguns poderiam esperar que Sirius fosse mais contra Harry chamar Regulus de "papai". Alguns podem ter pensado que ele explodiria um fusível, pegaria Harry e proibiria Regulus de estar na presença de seu afilhado. Esse não foi o caso. Não apenas porque amava e respeitava seu irmão mais do que isso, mas também porque podia admitir para si mesmo que não seria uma boa figura paterna para Harry.

Claro, ele teria feito o possível para ser um se a situação exigisse, mas ele não teria sido tão bom quanto Regulus era. Ele tinha sido muito imprudente antes e saiu correndo atrás de um traidor em vez de cuidar de Harry na noite dos assassinatos de seus pais. O que isso diz sobre seu senso de responsabilidade? E mesmo agora, depois de ver seus erros e prometer trabalhar em seus defeitos, ele sabia que era mais adequado para ser amigo de Harry, o tio / padrinho divertido que lhe deu dicas sobre como abordar sua paixão, que lhe deu muitos doces nas costas de Regulus, que o deixava escapar impune, desde que não fosse algo muito grande ou ruim, que o ensinou como causar travessuras e fazer Regulus envelhecer prematuramente.

Sirius sabia quem ele era. Ele sabia o que podia e não podia fazer. E ser um pai responsável não era uma das coisas de que ele era capaz, pelo menos não ainda. Ele amava Harry mais do que a própria vida, mas estava contente em deixar a paternidade para Regulus.

E apesar de sua idade mais jovem (mesmo que não muito), seu irmão era notavelmente bom em ser pai, não algo que Sirius o consideraria como sempre. Enquanto a infância horrível compartilhada tinha feito de Sirius um rebelde, irresponsável e imprudente na maioria das vezes, com quase nenhum respeito pela autoridade e muito respeito por causar problemas, Regulus tinha ido na direção oposta: ansiando por regras justas, estabilidade, ordem e respeito. Os dois haviam jurado ser o oposto de seus pais se um dia tivessem seus próprios filhos, mas as maneiras como fariam isso eram drasticamente diferentes.

Sirius não se importou. Se qualquer coisa, ele estava aliviado que Harry seria criado exatamente como Lílian e Tiago teriam feito sozinhos, especialmente Lílian. Esse pensamento foi reconfortante.

"Eu cresci uma segunda cabeça e não notei?" A voz seca e divertida de Regulus tirou Sirius de seus devaneios. Ele percebeu que estava encarando seu irmão pelos últimos 5 minutos, perdido em sua cabeça.

"Nah, só de pensar em como um pirralho tão feio pode estar tão relacionado com o meu pequeno e bonito," Sirius brincou, afastando-se da janela para ir até Harry, jogando-se atrás de seu afilhado no chão.

"Você pode querer checar seus olhos nesse caso," Regulus fungou desdenhosamente por um segundo antes de sua máscara quebrar e ele rir.

Sirius riu junto também, puxando Harry para mais perto para descansar contra sua frente entre suas pernas, e ele começou a assistir os desenhos de Harry distraidamente enquanto deixava seus pensamentos vagarem e a atmosfera agradável da véspera de Natal com sua família o envolvia.