Serpentes

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Venham, serpentes!
Piquem-me uma a uma,
Deixem-me como indigente,
Façam com que eu suma.

Apareçam e contem-me
Os medos que escondo do mundo,
Esse segredo que come
pedaços com restos de rum.

Enrolem-se em volta de mim
E depois expliquem o motivo disso:
Ossos mergulhados em gim
E sangue misturado com isso.

Tudo começou em um sábado
Marcado no sagrado lábaro,
Onde senti o gosto amargo
De amar um pequeno soldado.

O bicho veio com calma,
Puxou-me com beijos molhados,
Segurou minhas mãos
E

Picou-me

Depois disso o veneno circulou,
Meus braços perderam a força,
Minhas pernas tremeram,
Meus olhos saltaram.
Pavor.

Por fim, fiquei só
E na minha grande solidão
Senti saudades de perder a noção
Do que é veneno ou Sprite.
Que sorte! Agora tudo posso beber.

Não ligo! Vem o que quiser,
Bebo o que eu puder
E morro se quiser.

Mas que lembrança...
Serpentes indiferentes
Que me fazem de fraca
Com um vida amarga.

Sorria e saia.

Talvez

eu

esteja

E    n

l    o    u

q    u    e

c    e    n

d     o,

Vai vendo.

O sangue de mil serpentesOnde histórias criam vida. Descubra agora