Bosta de vida

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Desculpe meu vazio existencial,
É que essa vida carnal
Tá uma merda, sabe?

Procurei um sentido perdido
entre mil boquetes,
sete tipos de cachaça
e dezenove anos fudendo comigo mesma.
Tu sabe, caguei pra tudo,
Comi carne na quaresma
E bebi o sangue de judas na festa,
Talvez porque eu seja uma anta
tão burra e tão presa nessa desgrama.

Eu estive tão sozinha
que criei personagens para dialogar
e algumas personalidades para me encontrar
como alguém que é alguém.
Mas...

surpresa!

eu não sou porra nenhuma
E se alguma criatura dizer o contrário
é porque não vê esse rosto apagado.

Falei, vou beber, fumar e transar
e vamos ver no que dá
e, adivinha, deu em nada
mente vazia e alma acabada.

Eu sou um borrão
que se despedaça
em alguns riscos pretos
que não passam
de arranhões em papel grosso
e pessoas machucando meu corpo.

Prazer, uma piada,
perdao pela desgraça.

O sangue de mil serpentesOnde histórias criam vida. Descubra agora