Capítulo 5

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Astrid

Cassian me jogou nos braços de Morrigan e ela me arrastou por velaris, comprando todas as roupas que achava bonitas para mim.

Céus, isso vai dar um prejuízo ao general...

— Acho que já está bom, isto vai sair caro demais. -murmurei.

Ela me encarou.

— O Cassian está pagando, aproveita, eu comprei dois presentes para mim que ele não sabe que me presenteou. -ela bateu os cílios inocente.

Eu soltei um riso baixo.

— Por que você sempre fala tão baixinho? -ela sussurrou para mim, me imitando.

— Desculpe, é o costume. -murmurei.

Ela me cutucou com o cotovelo.

— Não se preocupe, uma semana conosco e você perde a timidez. -ela disse.

Eu sorri de lado.

Ao chegar na casa do vento, eu entrei com as mil sacolas.

— Cassian?

— Chegou? Princesa. -ouvi a voz dele.

— Pode me ajudar? -questionei sendo engolida pelas sacolas.

Pude ver por uma brecha o illyriano surgir e arregalar os olhos, correndo até mim.

— Pela mãe, você não pode carregar peso. -ele disse tirando as sacolas de minhas mãos.

Eu suspirei aliviada.

— Está cansada? Quer alguma coisa. -ele questionou caminhando comigo até o quarto.

Eu neguei.

— Estou sem fome...

— Ah mas você vai comer sim, está maluquinha está? O bebê come tudo o que você come, se você não comer ele também não vai comer, e não quero ver você passando mal. -ele disse.

Ele pôs as sacolas no quarto e então me puxou até a cozinha.

— Ah, então deixa que eu faço. —falei— já almoçou?

Ele negou.

— Cheguei agora do treino. -ele relatou.

Eu o encarei de cima abaixo, o illyriano estava sem camisa e pela mãe, que visão, que visão.

Eu desviei o olhar rapidamente e fiquei diante do fogão.

Cassian bufou um riso enquanto eu cozinhava.

Ele me ajudou, no que podia e entendia, então eu pus ele para cortar a carne.

— Eu fico impressionado com a facilidade que vocês fêmeas tem na cozinha. —ele me encarou— no solstício de inverno eu Rhys e Az incendiamos a cozinha, mas foi um acidente.

Eu bufei um riso.

— A minha mãe que me ensinou, algumas coisas eu aprendi sozinha, observando ela e quando ela morreu.... Eu que fazia tudo em casa. —falei— minhas irmãs se casaram e montaram a sua vida perfeita com os seus maridos, e eu fiquei sozinha com.... Com ele, então foi ser escrava e fugir para o bar pra ter um pingo de felicidade nem que fosse na base do álcool.

Eu o encarei de esguelha, ele me encarava.

— Não entendo como... Como ninguém nunca... Eu não entendo como você nunca se casou. —ele sacudiu a cabeça— você é perfeita, é linda....

Eu baixei o olhar.

— Eu né desarrumava de propósito para que ninguém se interessasse por mim. —murmurei— pense comigo, todos os machos que vinham com propostas de casamento em algum momento tentaram abusar de mim, tentaram me dopar, tentaram me agarrar. —uma lágrima caiu— então eu me desarrumava, bagunçava meus cabelos e passava terra no rosto e nas partes visíveis do corpo para que todos me olhassem com nojo, e até mesmo me ignorassem, eu não queria me casar e ser abusada, maltratada e traída como minha mãe foi.

Corte de Sangue e FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora