All Over Again

Capítulo 1 - Quase Início

"O ar sombrio era sufocante, o castelo parecia muito mais uma masmorra do que o lugar caloroso que sempre foi agora ecoando o barulho sofrido que atravessava os corredores por onde se podia caminhar. Mas, no meio dessa desgraça, a voz de uma jovem se destacava nos escombros em um grito alto de vitória, o que deixará todos os súditos do terrível Genos confusos. Ao olharem para a sala destruída que antes era a sala do trono, se depararam com uma garota. Uma garota de no máximo 18 anos, erguendo sua espada que brilhava como o sol e queimava em tom azulado mais do que o próprio fogo, com sangue escorrendo de feridas feias, e embaixo de seu pé apenas o corpo imóvel de Genos com todos os seus membros cortados e jogados pela sala. A garota olha em volta e encara cada súdito monstro que ali se encontravam, e com um sorriso vitorioso começou a dizer:

Eu sou Elanor de
Solaris, e digo alto pra todos
ouvirem, eu-"

- Não foi assim que aconteceu, hmhm - Elanor disse interrompendo Eldrick - Eu não levantei a espada nem disse nada, isso tá errado.

- Mãe, eu só quero contar a história para as crianças, vai continuar a interromper? - disse Eldrick, que fechou o livro irritado.

- Vou interromper o que tiver errado! Metade do que diz aí eu não fiz, quem escreveu essa porcaria? - fala tirando o livro de sua mão para procurar o autor

É um final de tarde quieta em Solaris, sua estética sendo bastante medieval com guardas preguiçosos apenas conversando ou descansando, vestindo lindas armaduras com o brasão que representa a região desenhado no peito. A vila não é tão grande, mas na principal colina se destaca uma grande casa, a casa dos Fontana, a família mais importante que o reino tem. E por que a "mais importante"? Bem, lá nada mais é do que a Casa da lendária guerreira, que nos seus tempos de juventude, viajou em uma jornada contra um mal que se apoderou do reino. Hoje em dia ela é uma senhora de idade com 57 anos, viúva, que vive com sua família na qual se encontra três filhos e seis netos. Após sua jornada e vitória contra Genos, Elanor abandonou a guarda real para focar em sua família.

Andando de um lado para o outro, Elanor segura o livro e lê em voz alta cada parte que a incomoda

- "Cabelos ao vento"? "Pose heroica?" - disse Elanor - Pelos Deuses, eu não treinei toda minha infância pra ser transformada em historinha pra criança.

- Vovó, você mesma disse que não lembra como foi naquela época! - exclamou um de seus netos

- Mas quem estava lá era eu, não era? Posso não lembrar o que aconteceu, mas consigo saber o que não aconteceu! - responde Elanor

- Ora, já chega, me dê esse livro. - Falou Eldrick, tirando o livro das mãos de sua mãe - Vou terminar de contar isso depois. E minha mãe, pode só ir até a cidade fechar a nossa tenda como disse que ia fazer, por favor?

- Só vou porquê estou bem humorada hoje.

Elanor aperta o passo para dentro de casa indo pegar sua capa, desviando do cachorro animado, um vira lata que seu filho mais novo avia salvo dias antes.

- Saia! Não quero brincar, Xô! - Elanor disse irritada

- Vovó! - Lotric chega animado atrás dela

Lotric é o neto mais velho entre os meninos, com 11 anos e um olhar confiante, um grandíssimo fã das histórias sobre sua avó

- Posso ir com a senhora? - perguntou Lotric

- Se segurar esse cachorro, poderia até viajar comigo se quisesse! - Elanor disse enquanto puxa sua capa para que o cachorro a solte

Ele abre um sorriso enquanto leva o cachorro no quintal para poder ir animado atrás de sua avó. Sair de casa para ela era como um desafio, porquê por mais que tenham se passado trinta e nove anos desde a última vez que levantará uma espada, todos da vila a cumprimentam alegremente com o apelido de "guerreira da luz", querendo que pare para conversar, o que não a incomodava no começo, mas ser lembrada para sempre por causa de algo que não teve escolha se queria ou não levemente a perturba agora. Chegando à tenda depois de desviar e inventar desculpa para tantas pessoas que a pararam na caminhada, Elanor começa a desmontar a tenda enquanto o garoto recolhe as cestas na qual sobraram apenas poucas frutas que não foram compradas durante o dia.