Pov. Ammy
O telefone toca algumas vezes, Claire atende.
-Oi, é a Ammy, desculpa demorar pra ligar, eu tava colocando as coisas em ordem, já tenho uma casa e um emprego, como você tá?- digo apreensiva.
-Eu tava enfartando de preocupação, meu celular deu defeito e tava no concerto, peguei ainda agora, você é uma desnaturada, deixei um monte recados na caixa postal - diz dramática.
-Eu nunca vejo minha caixa postal, deixa mensagens de texto ou de voz, como uma pessoa normal- faço minha voz soar séria, contendo o sorriso que ameaça se formar em meus lábios.
- E quando pretendia mandar notícias?- pergunta entredentes.
-Não sabia se o emprego ia durar, não queria te decepcionar- minha voz amuada porém franca.
-Oh meu bem não diz isso, você é super esforçada, vai dar tudo certo, mas eai, como tá sendo?-muda de assunto, soa amorosa e maternal, sempre fico confusa com suas repentinas mudanças de humor.
- Ah, eu tenho dividido a casa com Joe, ele é super legal- como num passe de mágica, o próprio vem descendo as escadas sem camiseta e de calça moletom- inclusive ele tá aqui agora.
-hmmm, usem proteção- sua voz tem um tom preocupado.
Me seguro pra não rir, se ela soubesse... Joe ouve o trecho da conversa, e diz alto e perto o suficiente pra ela escutar.
- Não é dessa fruta que eu gosto tia- diz de um jeito propositalmente afetado.
-Ouviu dona Claire- ouço ela suspirar e imagino como deve estar seu rosto, solto uma risada e ela me acompanha.
- Menos uma preocupação, eu tenho coisas pra resolver, venha me ver logo, Joe tá convidado também, beijos, amo você.
-Amo você também- desligo o celular.
A tv tá ligada em um filme qualquer de ação, Joe concentrado, não percebi quando ele ligou a tv, sento no sofá, ele vai deitando a cabeça no meu colo.
-Era sua mãe? - ele inicia, ainda de olhos grudados no filme.
-Ela é mais ou menos isso- ele finalmente olha pra mim- Cresci num orfanato, não gosto de falar sobre, e eu nunca fui adotada, então ela sempre foi protetora comigo, eu já era tinha 14 anos quando a conheci, não fui muito fácil de lidar, mas Claire não desistiu de mim, legalmente ela não me adotou, mas secretamente a considero uma mãe, e no fundo ela sabe disso, não lembro dos meus pais verdadeiros, ninguém nunca os encontrou- omiti a parte da carta.
-Wow, achei isso foda, já que você não gosta de falar sobre o orfanato não vou insistir.- diz, mas tenho a sensação de que ele ainda está curioso.
-Valeu, outra hora eu explico melhor. - um barulho do lado de fora chama nossa atenção.
-Quer ir dar uma olhada? - pergunta indo na cozinha, e pegado dois tacos de baseball- ou quer ficar aqui?- finaliza estendendo-o para mim.
-Vou com você- pego o taco e seguimos indo até a direção ao som de sacos plásticos sendo revirados, damos de cara com filhotes de gato numa caixa, aparentemente mortos, sinto meu coração apertar, vemos um gatinho laranja.
- Ownn, acho que jogaram eles aqui tem um tempinho, que dó- diz Joe
- Vamos ficar com ele?- pergunto já indo pegar uma caixa pequena com uma mão e o gatinho com outra- deve ter leite lá dentro.
-Sim- diz animado- Podemos nos revezar pra cuidar dele.
-Sim, Ah, você é o melhor- digo estupidamente feliz.
Entramos e descobrimos que e uma fêmea, alimento-a, e depois Joe coloca-a na caixa pra dormir. Tentando escolher o nome, decidimos que Kitty era uma boa escolha.
A chefe me liga e avisa que não vai abrir hoje, sobra mais tempo pra descansar.
Abro meu Instagram e tem notificações de Seth._olá, tudo bem?😊
-oi, tudo sim e com você?
_Estou ótimo, queria perguntar se tá afim de ir pra uma reunião ao redor da fogueira, não é tão chato quanto parece 😅 é sobre lendas da tribo.
_Gosto dessas coisas, eu vou sim, quando é?
_Na verdade já começaram, eu tinha esquecido na verdade, lembrei agora.
_Ah, eu tô a pé, vai demorar pra chegar.
_Se estiver em casa, eu tô perto de você, a gente vai junto.
_okay, vou pegar meu casaco.
Saio e vejo alguém de moto, poxa ele é rápido, ou eu sou muito lenta.
-Demorei muito?- pergunto envergonhada.
-Imagina, cheguei quase agora, sobe aí- me entrega um capacete.
Subo e seguro em sua cintura, ele acelera e chegamos razoavelmente rápido na reserva, já tinha alguns anciões contanto várias histórias interessantes, sobre a segunda esposa,sobre imprint, sobre o sangue mágico de quileutes que podiam mudar de forma, como o primeiro homem se transformou, a história da p contou sobre os frios, que são seres bebedores de sangue(vampiros) inimigos naturais dos lobisomens, falaram que nos tempos antigos, guerreiros e chefes podiam deixar seus corpos e vagar como espíritos, podiam ouvir os pensamentos um do outro naquela forma, achei fascinante, tão irreal, acabando notando que tem alguns me encarando por aqui, me sinto desconfortável.
-Hey, quer dar uma volta?- confuso Seth concorda.
- Não gostou das histórias? - pergunta passando a mão na nuca
-As histórias são o máximo, só achei que não gostaram muito de alguém de fora, ouvindo-as, ou sei lá, só não foram com minha cara.
-Acho que só estão curiosos sobre você, sabe? Nova moradora.
-É, pode ser- não me convenço.
Ficamos nos olhando sem dizer nada, ele chega mais perto, vejo um sorriso ameaçando se formar em sua boca, encerro a distância.
Seus lábios são macios do jeito que imaginei, uma de suas mãos vai direto pra minha cintura enquanto a outra aperta minha bunda.
Agarro seu cabelo, repuxando, encerro o beijo de repente, e pergunto-Quer terminar isso lá em casa?
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Além De Mim
DiversosSeth Clearwater: Apaixonado por motos, ótimo desenhista, tem um segredo, é um lobisomem, sofre um imprint pela nada fácil de lidar: Ammy Amelia Tao: Ammy, meio vietnamita, meio americana, cresceu em um orfanato nunca sendo adotada, tem problemas pra...