VII - Uma Longa História

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Depois que Mark saiu da minha casa naquele dia, eu passei um bom tempo sem ter notícias dele. Ele não atendia a porta, o porteiro disse também que não o via há alguns dias. Eu não tinha o número dele, então não conseguia ligar. Aquilo me deixou um pouco preocupado, eu não sabia o que tinha acontecudo com ele, se foi algum problema com o trabalho ou qualquer outra coisa. Eu daria tudo pra receber ao menos um sinal de vida dele.
Sobre Youngjae, bom, a namorada dele me ligou mais vezes do que ele. Jae parecia não querer muito papo comigo, e eu também não contei a ele sobre Mark, talvez aquilo só fizesse uma confusão maior ainda.
A namorada dele me ligou algumas vezes durante a semana, nós conversamos bastante e ela sempre foi muito carinhosa comigo.
Já tinha se passado uma semana desde que eu vi Mark pela última vez. Eu estava tão nervoso com tudo que estava acontecendo que decidi sair um pouco de casa e dar uma volta pela cidade.
Eu fui até o centro visitar algumas lojas, aproveitei pra comprar algumas coisas que eu estava com vontade de comer. Acabei não passando muito tempo na rua. Nunca gostei muito de sair sozinho. Ver aquelas ruas iluminadas faziam me lembrar dos meus pais, se quando eu era pequeno e nós saíamos juntos pra ir em algum parque. Era uma época boa que eu queria poder reviver.
Ao mesmo tempo que eu gostava de estar ali, era uma sensação esquisita e eu não sabia explicar o motivo.
Acabei voltando para casa no final da tarde, ainda fui até o porteiro para saber se Mark tinha aparecido, mas nada ainda. Pedi para que me avisasse caso tivesse alguma notícia, já tinha uma semana que ele não aparecia em casa, eu não sabia se aquilo era normal, mas eu estava preocupado.
Eu fui pro meu apartamento, me tranquei ali com todas aquelas besteiras que comprei, fui para o quarto e fiquei assistindo enquanto comia.

No meio da madrugada, eu ouvi a campainha tocar, acordei assustado com o barulho e fui ver quem era.
Quando eu abri a porta, Mark estava ali sentado no chão ao lado da porta. Eu me abaixei ao lado dele, ele me olhou e eu o vi com o rosto todo machucado.
A única coisa que consegui fazer foi pegá-lo no colo e levá-lo para dentro de casa. Tranquei a porta e o coloquei no sofá. Me abaixei ali perto dele e o vi sorrir com todos aqueles machucados.

– Eu senti saudade.

– Eu também, Mark, também senti saudade.

Eu não consegui ficar bravo com ele, não consegui fazer nada. Naquele momento eu apenas pensei em levá-lo para o banheiro. Tirei as roupas dele e vi alguns hematomas pelo corpo de Mark. O ajudei com um banho morno, limpei aqueles cortes no rosto dele e lhe dei umas roupas minhas.
Mark foi direto para a cama depois de se vestir, eu fiquei olhando ele deitado. Arrumei a bagunça que eu tinha feito quando estava sozinho, apaguei as luzes da casa e me deitei com ele. Mark me abraçou com força e eu retribuí aquilo. Eu queria saber o que tinha acontecido, ele parecia não ter ido pra casa ainda.

– Você tá bem?

– Tô sim, eu só quero ficar aqui.

– Tudo bem.

Mark se ajeitou ali e foi para cima de mim. Ele se deitou com os olhos fechados e eu passei a fazer cafuné nele. Não demorou para que Mark dormisse ali. Já eu, passei o resto da noite em claro apenas pensando em mil possibilidades do que deveria ter acontecido.

Pela manhã, eu vi Mark despertar. Ele me olhou com aquele jeito doce e me abraçou.

– Bom dia.

– Bom dia, Mark. Como passou a noite? Dormiu bem?

– Dormi sim, diria que foi uma noite muito bem dormida. -Ele sorriu.

Eu fiquei olhando ele daquele jeito, me deitei de lado e passei a mão pelo tronco dele.

– Você viu o meu cigarro?

– Acho que tava no bolso da sua calça, quer que eu pegue?

– Pode deixar, eu pego.

Almirante Vermelho {Markson}Onde histórias criam vida. Descubra agora