XIV - O que é amar?

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Depois de mais ou menos uma hora ali, eu me levantei da cama sem dizer nada, Mark sentou e ficou me olhando. Eu vesti um moletom e saí do quarto. Fui até a cozinha pegar alguma coisa para comer e ele não demorou a aparecer ali sem camisa assim como estava antes. Nos olhamos por alguns segundos e eu voltei a olhar os armários procurando alguma coisa.

– Vai fazer alguma coisa pra comermos?

– Vou pegar comida pra mim.

– E eu?

– Você pode pegar alguma coisa pra você aqui se quiser, vou fazer só no meu.

– Nossa… você quer que eu vá pra casa?

– Não.

– Mas você tá bravo comigo, não tá?

– Tô sim.

– E mesmo estando bravo comigo quer que eu fique aqui?

– Se tiver algum problema com isso pode ir pra sua casa.

– Não, quero ficar aqui com você.

– Então para de questionar.

Ele disse e foi até o armário também para pegar alguma coisa pra comer. Decidi cozinhar algo, mas eu disse que faria apenas para mim, então Mark pegou as mesmas coisas que eu e começou a repetir tudo que eu fazia. Ele esperou a água esquentar na panela, colocou a massa do macarrão, fez o molho do mesmo jeito que eu fiz. Chegava a ser engraçado ver ele do meu lado todo desajeitado tentando fazer as coisas, mas no final deu tudo certo, colocamos em um prato, lavamos as panelas e fomos para a sala sem trocar uma palavra. Ele se sentou ao meu lado, levantou os joelhos e começou a comer enquanto me olhava.

– Acho que errei um pouco no tempero. -Ele sorriu.

Eu tentei me segurar mas acabei sorrindo com aquilo também. Passamos um tempo em silêncio e ele logo voltou a falar.

– Me desculpa, Jackson… eu esperava que você fosse entender pelo menos um pouco. É por isso que eu nunca quis ter muitos amigos ou ter alguma coisa com alguém assim como a gente tem. Não queria decepcionar ninguém… eu sei que você também perdeu os seus pais, mas são situações muito diferentes… você ainda soube lidar com isso de uma forma mais certa do que eu. O que tô fazendo é realmente uma merda mas eu quero terminar pelos meus pais… eu nunca pude conhecer a minha mãe, eu nunca vou poder saber o que ela teria feito por mim. Se você não quiser falar comigo eu vou entender, mas se quando tudo isso acabar eu ainda estiver bem, eu não vou desistir de você. Não vou desistir mesmo. Você foi o cara mais legal que eu já encontrei na vida, eu nunca gostei tanto de estar com alguém.

– Eu também nunca tinha gostado tanto de alguém… e eu sei o motivo de você fazer isso, só queria que não arriscasse sua vida. Se eu pudesse, faria uma mágica e colocaria alguma coisa pra te proteger pra sempre, mas não dá… e eu também não sei se consigo te proteger de tudo quando você é mais durão do que eu. Só não quero perder você assim, Mark… eu to chateado com isso, só não quero conversar, não quero papo.

Não demorou muito para que terminássemos de comer. Lavamos a louça e depois voltamos para o quarto. Mark se deitou enquanto eu fui ao banheiro, mas logo voltei para a cama, me enfiei debaixo das cobertas e abracei Mark, coloquei minha cabeça no peito dele e fiquei quietinho com os olhos fechados.
Eu comecei a acariciar o peito dele, fui com o meu indicador até o mamilo de Mark e fiquei fazendo aquilo sem dizer nada.

– Jackson… não provoque, eu vou ficar com vontade e você não vai querer depois.

– Não tô fazendo nada.

Eu soltei aquele abraço, tirei as minhas roupas debaixo das cobertas e coloquei no chão. Virei de costas para ele e abracei um travesseiro.
Conseguia sentir Mark me olhar, não nego que eu queria apenas provocar ele o máximo que eu conseguisse, nada mais justo do que ele também sofrer um pouco.
Senti a mão dele na minha cintura, Mark deu uma apertadinha inofensiva ali e depois de um tempo vi que ele se levantou da cama e foi para o banheiro. Deixou a porta aberta e ligou o chuveiro. Como um bom curioso, eu me levantei da cama e fui dar uma espiada. Ele estava com uma mão apoiada na parede, se tocava com uns movimentos rápidos e bem precisos, estava de olhos fechados, então provavelmente não me veria ali se eu chegasse um pouco mais perto.
Mark fazia aquilo de um jeito tão bom que por um segundo eu quis ir lá, mas fiquei por mais um tempo ali na porta, eu estava enrolado no cobertor, então tentei não chamar muita atenção.
Eu o vi gozar sozinho chamando pelo meu nome em um tom baixo. Saí dali e voltei correndo para a cama, me deitei e arrumei o cobertor do mesmo jeito que estava antes. Depois disso, Mark não demorou muito para sair do banheiro. Ele vestiu uma calça de moletom minha e voltou a se deitar também por debaixo das cobertas. Como eu ainda estava deitado de costas para ele, Mark me pegou por trás cheio de vontade e me abraçou, deu uns beijos pelo meu pescoço e umas mordidinhas inofensivas.

– Espero que tenha gostado do que viu.

– Não sei do que tá falando.

– Disso aqui. -Ele disse e foi com a mão para o meu pau, eu estava realmente duro depois de ter visto aquilo- eu acho que você deveria pedir uma ajudinha… pensa em quantas coisas boas eu posso fazer pra te ajudar.

– Coisas boas é? -Perguntei baixinho hesitando um pouco

– Coisas muito boas, eu posso sentar em você, posso te chupar, posso ficar aqui de quatro pra você me foder do jeito que quiser… uma pena que esteja com raiva de mim agora. Então acho melhor só dormirmos, né?!

– Também acho.

Mark sorriu e continuou me abraçando daquele jeito. Eu percebi que se continuasse sem falar com ele aquilo tudo iria só piorar.
No final de tudo nós acabamos realmente dormindo, ele antes de mim. Eu estava tão excitado com aquilo que não conseguia relaxar o corpo e com Mark me abraçando daquele jeito eu também não conseguiria sair da cama. Aquela noite foi terrível, eu não dormi e na manhã seguinte estava com um humor péssimo.

Quando Mark acordou, finalmente me soltou e pegou o celular, ele sempre dava uma checada em tudo antes de levantar. Eu aproveitei a brecha para sair da cama, vesti minhas roupas emburrado e o vi me olhando com um sorrisinho debochado. Fui até o banheiro batendo os pés. Não demorei muito lá e quando saí vi Mark em pé ao lado da cama arrumando ela. Eu saí do quarto, fui para a sala e me joguei no sofá. Pra mim parecia um pouco estranho pensar nisso, mas eu precisava dele, eu precisava de um abraço, um beijo, precisava do carinho dele.
Um tempo depois Mark apareceu, ele foi até onde eu estava e se abaixou na minha frente, fiquei olhando e ele acariciou meu rosto.

– Eu vou pra casa tá?! Vou deixar você sozinho um pouco pra se acalmar, desculpa pelo que aconteceu…

Ele beijou minha bochecha e realmente saiu de lá. Eu fiquei deitado no sofá por um tempo, pensando se tudo aquilo realmente valia a pena. Acabei me levantando, fui tomar um banho e decidi ir conversar com ele, ou pelo menos tentar.

Almirante Vermelho {Markson}Onde histórias criam vida. Descubra agora