XIII - O Jogo da Vida

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Eu acabei dormindo depois de algum tempo, mas não demorou para que eu acordasse sozinho na cama. Olhei para o lado e Mark estava em pé com os cotovelos apoiados na janela enquanto fumava. Provavelmente já estava bem tarde, ele estava vestido apenas com a calça de antes. O quarto ainda estava bem escuro. Eu me levantei, vesti minha cueca e fui até ele sem fazer muito barulho. O abracei por trás e vi que ele se assustou um pouco.

– Resolveu fumar agora? Ficar na cama comigo não tava tão bom?

– Não é isso, só tô com a cabeça cheia demais.

– No que tá pensando? - Perguntei ainda o abraçando e dando alguns beijos pelo pescoço dele.

– Tô pensando que a gente precisa ir pra casa, eu quero muito tomar um banho e me jogar na cama com você.

– Também preciso muito disso.

Eu sorri e ele se virou de frente para mim ao terminar o cigarro.

– Quer ir pra casa?

– Agora? Não tá tarde?

– Não me importo, quero ir pra casa e ficar com você.

– Então tudo bem, a gente pode ir agora.

Mark sorriu e arrumou o meu cabelo. Nós nos vestimos, pegamos nossas coisas e saímos de lá quando era quase duas da manhã.
Quando chegamos em casa, nós fomos para o meu apartamento, tomamos um banho e caímos na cama. Fiquei abraçado com Mark a noite toda, minha cabeça estava apoiada no peito dele e ele me acariciava todo cheio de cuidado.

Na manhã seguinte quando acordei, vi Mark mexendo no celular, eu ainda estava o abraçando, levantei um pouco o olhar e ele me olhou também.

– Que horas são?

– São quase quatro da tarde.

– Eu ainda tô com preguiça de levantar.

– Vamos ficar só deitados aqui até a hora que der vontade de levantar.

Ele colocou o celular de lado, deitou de frente para mim e me abraçou. Afundei o rosto no pescoço dele e senti aquele abraço apertado junto com o cheiro dele.
Eu o olhei ali na minha frente, Mark deu alguns beijos pelo meu rosto e colocou uma das pernas por cima das minhas.

– Mark, tem alguma coisa te incomodando, não tem?

– Por que?

– Você tá estranho, tá fumando demais e tá muito calado… parece que tá pensando demais em alguma coisa. Você disse que só fumava quando não tinha um dia bom. Você passa o dia todo comigo e quando eu vejo parece que tá viajando na sua própria cabeça e fumando uns dez cigarros de uma vez.

– Não tem nada me incomodando.

– A gente já conversou sobre mentiras também. Se não quiser me contar eu prefiro que diga que não quer falar sobre o assunto. Eu não sou idiota, sei que tá acontecendo alguma coisa, tá tudo bem se não quiser me contar… só não mente.

Eu me virei de costas para ele. Mark ficou em silêncio e me abraçou por trás, me puxou bem contra si e encaixou meu corpo no dele de uma forma gostosa. Fechei os olhos e senti a mão dele dentro da minha camisa acariciando meu peito.

– Eu só tô preocupado com algumas coisas, não quero que fique preocupado também.

– Alguma dessas coisas coloca sua vida em risco?

– Jackson…

– Só me responde isso, por favor.

– Talvez coloque…

Almirante Vermelho {Markson}Onde histórias criam vida. Descubra agora