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Na madrugada daquela quarta feira, Louis acordou no susto, não foi um pesadelo, ele escutou passos vindo do quintal e batidas fortes na porta, na hora do ocorrido, o maior se assustou, se encolheu mais na cama e tampou os ouvidos, repetiu pra si mesmo que era sua mente tentando lhe pregar peças, depois de uns minutos, os passos no quintal pararam e as batidas diminuíram. O rapaz se levantou e caminhou – tentando não fazer barulho – até a janela da sala e olhou discretamente pra ver quem estava ali, mas não encontrou ninguém.

Soltou o ar que havia prendido e voltou até seu quarto, deitou-se na cama e fechou os olhos com força, tentando voltar a dormir, mas o garoto estava inquieto por causa do ocorrido, ninguém precisava saber, porém ele ainda sentia medo, medo de quem quer que estivesse ali ou o que essa pessoa queria, isso nunca tinha acontecido antes.

Até agora.

As pessoas sempre dizem que pra tudo tem sua primeira vez, o único problema é que Louis não queria ter essa, ela com certeza entraria pra lista de primeiras vezes que ele nunca iria realizar e olha que ele nem tem uma listas dessas.

De uma hora pra outra, a chuva aumentou, começou a trovejar e é meio óbvio que ficou mais frio do que já estava, as batidas na porta voltaram, só que estavam cada vez mais forte. Tomlinson decidiu novamente ir até a janela e tentar enxergar algo, como estava escuro só viu uma silhueta e uma mala grande, o rapaz foi até a cozinha buscar uma faca e uma panela, ele tomou coragem pra ver o que estava acontecendo fora de sua residência, mas não iria desarmado, a panela era pra tacar na cabeça da pessoa, caso a faca não desse certo.

Louis estava nos seus cinco minutos de coragem, aqueles que vem quando a gente menos precisa, segurou na maçaneta da porta e respirou fundo, no três ele ia abrir de uma vez por todas.

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Olhou ao redor, mas não encontrou ninguém, segurou firma na faca e tentou procurar por alguma alma viva que estivesse ao redor. O maior não tinha reparado que a tinha alguém encolhido perto da mala, a pessoa levantou numa velocidade que fez com que o outro se assustasse e apontasse a faca na direção do mesmo.

- William, você é um idiota! – Diz, tirando o objeto da mão do mesmo e o abraçando forte.

- Eu achei que você... – Retribuiu o abraço e encostou a cabeça no peitoral do Harry.

- Shh... Depois conversamos. – Disse, sendo puxado para dentro da casa e escutando o barulho da porta batendo e a mala sendo arrastada.

- Você está todo molhado, tira essa roupa. – Louis falou na inocência.

- Fácil assim? Eu esperava que você fosse demorar mais alguns dias para me pedir isso. – Riu baixinho.

- Harry! – Escondeu seu rosto com a mão, ele estava corado por causa da falar do maior. – Quem te contou que eu quero tirar suas roupa?

- Então, você quer? – Mordeu o lábio inferior e se aproximou do mais velho.

Quero.

- Não, vai tomar um banho quentinho pra não ficar resfriado, vou fazer chocolate quente e depois vamos conversar.

E assim Styles fez, mas antes deixou um beijo na bochecha do garoto e disse que já voltava. Por enquanto, Tomlinson ia até a cozinha pela segunda vez naquela noite, ele pegou todos os ingredientes no armário e o leite na geladeira. Em uma dessas noites frias de Londres, tomar um achocolatado com um amigo, era um programa legal a se fazer.

Mas devido as circunstâncias, ele não tinha certeza se seria tão legal assim, algumas horas atrás Louis estava lendo uma carta do rapaz, onde dizia que ele nunca mais iria voltar e agora estava ali, tomando banho no seu chuveiro, era tudo tão confuso. Quando Tomlinson leu o conteúdo da carta, ele não teve reação nenhuma, porém, no fundo sentiu uma dor inexplicável, porque uma parte de si queria aproveitar todo o tempo perdido, queria que Harry ficasse na sua vida por bastante tempo, uma parte si acreditava que eles poderiam dar certo agora, mas em hipótese alguma, o mais velho iria admitir isso.

- Um beijo pelo seus pensamentos. – Edward apareceu na cozinha, usando uma calça de moletom preta e a maior blusa que achou no guarda roupa de Louis, sentou-se no balcão e observou o que o outro estava fazendo.

- Que estranho, eu conheço essa blusa, Harry Styles. – Diz irônico e escutou uma risadinha do outro.

- Você ainda não me disse o que estava pensando, Lou. – Esperou por alguns minutos até receber uma resposta.

- Você não pode dizer que vai embora e depois aparecer do nada, tá bom? Não me venha com essa de que sua vida é complicada, porque eu te conheço tem anos e você sabe que eu aguento qualquer coisa, acho melhor você me contar tudo, detalhe por detalhe e sem omitir nada, tá me entendendo? – Fala tudo que estava pensando, sem parar pra respirar ou racionar se havia falado algo errado, Edward escutava tudo com atenção e sem dizer nada.

- Eu rejeitei todas as ligações do Niall, a única pessoa que sabia onde eu estava indo, era você, eu realmente estava disposto a ir pra Boston. Mas, quando faltava pouco tempo pra entrar no avião, uma mulher muito gentil veio falar comigo, ela me convenceu de que ficar com você valia a pena e o que quer estivesse acontecendo comigo, nós poderíamos resolver. Louis, você é o motivo de eu ter voltado! Eu tenho muito medo do que pode acontecer, mas uma pessoa sábia me disse que eu deveria escutar meu coração e foi isso que eu fiz. – Em nenhum momento sua voz vacilou, mas ele sentia uma vontade enorme de chorar, chorar como nunca chorou antes.

- Eu enfrentaria o mundo por você, Hazz. Você sabe disso, né? Juntos podemos qualquer coisa. – Segurou no rosto do mais novo e encostou suas testas, o azul e verde se encontrando e fazendo uma festa, com direto a muitos fogos de artifícios.

-  Juntos podemos qualquer coisa. – Repetiu o que o menor disse e ficaram naquela posição por mais alguns minutos, nenhum deles ousou dizer nada, estavam só aproveitando o momento.

Harry não queria conversar sobre as coisas do passado e William respeitou isso, mas, não iria deixar aquele assunto de lado, era algo que ele precisava saber.

Os dois estavam deitados na cama encarando o rosto um do outro, eles conversaram sobre diversas coisas enquanto bebiam o achocolatado, as canecas se encontravam vazias na mesinha de cabeceira, já eram quase três horas da manhã e nenhum deles estavam com sono, ou pelo menos sabiam fingir muito bem.

- Boo Bear, podemos assistir Ariel? – Louis sorriu com o apelido e Harry retribuiu, sem nem ter idéia de que era por aquilo, ele falou com tanta naturalidade que não se deu conta.

- Só se você aceitar assistir Bela Adormecida depois. – Fez bico e olhou pra mais novo com os olhos pidão, o que não tinha necessidade, já que o garoto assistiria qualquer coisa pra ver o sorriso estampando no rosto do seu garoto.

Aos poucos eles chegavam mais perto do corpo um do outro, a desculpa era sempre a mesma, “a coberta tá me atrapalhando” “pera aí, vou cair da cama” “que noite fria”, primeiro foi os dedos mindinhos que se encontraram, depois as coxas e em questão de segundos, Harry se encaixou no corpo de Louis, uma perna de cada lado do quadril, a cabeça colada no seu peitoral, mas de uma maneira que fosse confortável para ele se encaixar na curva cheirosa do pescoço do outro.

Parecia um gatinho manhoso, Tomlinson passou seus braços na cintura do mesmo e ficou fazendo um carinho ali, trocavam olhares intensos e significativos. O resto da noite eles passaram assistindo filmes e discutindo sobre eles, contando piadas, sendo carinhosos e amoroso um com outros.

Madness for Love - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora