VII. you jump, i jump. remember?

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VII. you jump, i jump. remember?
resumo: medo, o fim de Titanic e despedidas.

Medo. Uma palavra obscura e assustadora. Quais são os sintomas do medo? O que você sente quando tem medo? O que sua mente diz quando você tem medo? Para onde ela vaga quando sua pele pinica? Quando seu coração aperta e acelera, fazendo tambores refletirem em seus ouvidos, sua visão turvar, gotículas de suor aparecerem nas palmas das mãos e nuca.

O que sua mente pensa quando você se põe a correr por medo? Quando sua coxa arde pelo esforço, quando sua respiração ofega por medo e cansaço, quando tudo o que você quer é uma salvação do medo, uma esperança que você vai viver.

O que pensa quando um sonho se transforma em pesadelo?

Nada.

No momento, você não pensa em nada.

Nem uma palavra coerente. Seu cérebro apenas grita para correr e não parar. O grito soa em cada canto de sua cabeça, obrigando seu corpo a ouvi-lo e obedecê-lo.

É tudo um jogo que o destino faz contigo, lhe fazendo se perguntar se vai viver ou não, se todo o esforço que está fazendo irá valer a pena ou não. Se no fim toda correria e cansaço terá um final feliz.

E ninguém nunca sabe o que acontecerá. Apenas o destino.

Este mesmo que está de braços cruzados, um sorriso debochado no rosto e lhe observando. Ele sabe de todo final, mas não irá te contar. Ele apenas ri debochando de ti, de sua euforia e correria. Do seu desespero e medo.

Mas ele não é tão maldoso assim, claro que não.

Ele lhe dá sinais, mínimos sinais, mínimos sentimentos, mínimos alertas e mínimas palavras para você saber qual será o final da história. Se você vive ou morre. Se você chora ou ri. Você precisa prestar atenção em cada mínimo detalhe para saber o final da história.

Mas ninguém nunca faz isso. Todos ignoram as borboletas batendo asas num modo ruim, todos ignoram o aperto no coração, todos ignoram o medo e todos se agarram na falsa esperança.

É poético e triste o que o destino fez com esse navio.

Não que seja culpa dele, claro que não. A culpa é de quem quis correr com o navio sem poder. A ganância sempre derruba, é como uma praga que ataca lentamente e te faz cometer suicídio, se deixando levar pela luxúria e bebendo um veneno que você preparou.

O problema é que alguns desses venenos acabam levando inocentes.

Uma viagem que tinha de tudo para dar certo.

Tantas histórias foram começadas e acrescentadas naquele navio.

Como a de Draco e Harry, um amor proibido e poético, com arte e amor à primeira vista se envolvendo no enredo, como Romeu e Julieta. Não se sabe o que o destino reservou para eles, se eles vão rir ou chorar. Você pode ter uma ideia do que acontecerá se prestar atenção nos mínimos detalhes, o que é raro.

Mesmo que eles sorriam no final, a dor e sofrimento que estão vivendo no momento de medo nunca será esquecida, estará tudo armazenado em seus pensamentos mais obscuros, nos seus medos mais profundos, os arrastando para aquele exato momento de euforia e medo. Eles praticamente acabaram de ver um pai e seus filhos morrerem, claro que era tudo uma questão de sorte, Draco e Harry acertaram se deveria subir ou continuar correndo pelo corredor, o pai com seus dois filhos errou, sendo levado pela água.

O coração de ambos se apertou fazendo seus olhos encherem de água, os gritos deles ainda escoando em suas mentes. Eles pararam por um segundo, ambos sabendo o que se passavam em suas cabeças, em um momento de desespero Draco se desmontou enrolando seus braços ao redor do pescoço de Harry, se desmontando em choro.

Titanic | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora