Nunca caiu (de tão alto)

Capitulo 15-livro 2

Notas:

bem-vindo ao livro dois e por favor, boa leitura!

também, um pequeno aviso para higgins neste capítulo.

Quando eles chegam de volta ao campus na quarta-feira à tarde, a aparência da escola é o suficiente para romper a nuvem na cabeça de Andrew e o suficiente para fazer um sorriso crescer em seu rosto.  Ele aperta o botão da janela para abrir, deixa o ar frio de fora entrar e passar por sua pele aquecida, deixa-o escorregar pelas roupas como água e depois a fecha novamente.  Em seguida, ele repete o processo várias vezes, os leves rangidos do maquinário funcionando muito divertidos para ele no carro silencioso.

A Palmetto State University estava coberta de fitas laranja e brancas para comemorar o início do ano letivo e, no fim de semana, alguém substituiu as fitas brancas por pretas.

Ainda é uma coisa desagradável na opinião de Andrew, não que alguém pergunte, mas é uma melhoria em relação ao branco ofuscante - mesmo que dê a impressão de que o campus está de luto.

A música rock ganha vida no rádio por quase um segundo, preenchendo temporariamente o silêncio absoluto no carro e fazendo Andrew parar de brincar com a janela para ouvir as melodias familiares, antes que ela desapareça tão rapidamente quanto foi ligada.  Andrew consegue desviar os olhos do layout alterado do campus e tamborila os dedos no joelho, de repente entediado com os controles da janela, e olha para a frente.

Nicky deixa sua mão cair do painel com uma maldição silenciosa, e então o banco do motorista é empurrado por Aaron, o que é o suficiente para fazer todo o carro tremer como um navio navegando na superfície louca dos oceanos.  Nicky pega o rádio novamente, provavelmente uma tentativa de perder tempo ouvindo alguma música, e Kevin empurra a mão.

"Está tudo bem", diz ele, e essa é uma linha que Andrew já ouviu antes, mas não de Kevin.  Ele rapidamente ignora o radiador de calor humano próximo a ele, ignora o calor que se acumula em seu peito e tamborila os dedos mais rápido, mais errático.  "Deixa para lá."

"Eu não quero fazer isso", diz Nicky e parece miserável quando o faz.

Andrew honestamente não entende por que Kevin, Aaron e Nicky agem como se Seth fosse alguém de quem eles eram amigos íntimos quando Kevin costumava dar socos com ele mais do que não, quando Nicky costumava ouvir mais calúnias do que palavras reais dirigidas a ele  de Seth.  Mas, novamente, Andrew supõe que ele realmente não entende a morte de qualquer maneira.

É desagradável, mas não é nada que não seja familiar para ele, como seu próprio reflexo toda vez que se olha no espelho.  Familiar como o peso de suas facas contra sua pele sob as braçadeiras que cobriam seus antebraços.  Familiares como as algemas invisíveis em torno de seus pulsos, familiares como as que combinam em torno do pulso de cada pessoa a quem ele fez promessas.

O sol está coberto por nuvens finas quando Andrew olha para fora novamente e se concentra no lado de fora correndo enquanto eles caminham para o estádio, em vez de sua própria imagem piscando de volta para ele ou Neil sentado ao lado dele.  Não faz mal olhar para ele assim, escondido atrás de um cinza fraco, mas ainda há pontos dançando em sua visão quando ele desvia o olhar e segue as formas que as sombras fracas de carros e árvores jogam atrás deles.  Ele segue as sombras de um grupo de pessoas e segue a maneira como as formas se retorcem e giram, ficam mais compridas e se transformam em algo desumano quando se movem.

Andrew passa a ponta do polegar pelo queixo, o local exato que Matt buscava na manhã de domingo, quando a equipe se reuniu para lamentar a perda no funeral de Seth.  Foi uma reação exagerada, se é que Andrew já viu um, tudo o que ele disse foi que todos estavam parecendo tristes pela perda de alguém que foi uma perda de espaço para a maioria deles de qualquer maneira.