Cap 3: O interrogatório

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Departamento de Polícia - Sala de interrogatório

O marido da vítima estava sentado na mesa algemado dando seu depoimento para a capitã e o detetive Matthews. Kara e Lena observavam todo o depoimento por trás do espelho falso da sala. O homem buscava de todas as forças se defender das acusações.

— Pela última vez, não fui eu! — Disse Entrelaçando os dedos em cima da mesa. Ele olhava fixamente dos olhos azuis da capitã. — Eu não a feri. E, até agora, não sabia da existência de um quarto do pânico em minha casa!

— Você sabe o por que é difícil de acreditarmos nisso, não é? — A capitã soltando a caneta e o bloco de notas.

— Olha, o lugar estava completamente destruído antes de Amy e eu nos mudarmos para lá, há dois anos. — Disse impaciente. — Ela cuidou de tudo, ela cuidou de toda a construção de lá.

O homem continuava sua defesa, Kara fitava por vários minutos a mão do homem, os gestos que ele fazia. Depois de uns instantes ela sacou o celular do bolso e fotografou as mãos dele, atraindo o olhar curioso de Lena, que por mais que se esforçasse não conseguia entender o que se passava na mente geniosa da mulher ao seu lado.

— Desculpe, mas você está querendo dizer que a sua esposa instalou um quarto do pânico e nunca contou para você? — Mike com um tom de deboche na voz.

— Sim! — Exclamou inquieto. — Você acredita que eu não a procuraria lá se soubesse?

...

— Como você faz? — Lena diz ainda fitando o homem através do vidro.

— O quê? — Disse guardando novamente o celular no bolso.

— Sabe, adivinhar as coisas. — Se voltou para a mulher, que tinha agora  os olhos fixos no homem.

— Eu não adivinho nada, srta. Luthor. — Disse serena. — Eu apenas observo as coisas. E dado que eu tenha observado tudo, eu deduzo.

Lena a olhava pensativa, fitando minuciosamente a postura da mulher e novamente voltou a questioná-la.

— Você disse poder saber pelas minhas mãos que eu era cirurgiã. — Indagou.

— Mão. Falei no singular. — Desviou o olhar do homem na sala de interrogatórios e fitou o rosto de Lena, segurando sua mão. — Ela é macia e sem calos. E também tem um leve cheiro de cera de abelha. — Soltou a mão de Lena e voltou a fitar o suspeito através do vidro e continuou sua fala. — Muitos cirurgiões como sabe, usam cera de abelha para proteger as mãos dos efeitos da desidratação das repetidas lavagens. Bem, você não é mais cirurgiã, mas mantém o hábito. — Se voltou novamente para e a fitou com os olhos semicerrados. — O que me leva, por que você desistiu da sua carreira para ser babá de viciados? — Disse curiosa. — Eu aposto que deve ser pela vida ter te tirado alguém próximo. E essa morte a motivou a fazer mudanças drásticas na sua vida. — Lena abaixou a cabeça tentando assimilar o que a loira havia dito ao perceber, Kara a fitou por mais tempo antes de voltar a falar. — Isso significa que estou certa? — Indagou, mas antes que pudesse voltar com seu discurso, Lena a interrompeu.

— E o meu irmão? — Ergueu a cabeça e fitou com os braços cruzados. Kara a olhou por uns instantes sem entender.

— O que tem ele? —  Disse confusa.

— Como sabe o que ele fez? 

— Google. — Disse com um sorriso de canto, atraindo o olhar confuso da Luthor. — O quê? Nem tudo é deduzível. — Segurou o riso e voltou a fitar o suspeito.

A porta da sala se abriu revelando a capitã e o detetive, que entraram em completo silêncio no lugar. Passaram os instantes até que o detetive deu um passo à frente e estendeu a mão para a  consultora e com um sorriso forçado nos lábios a agradeceu.

— Obrigado por ter me ajudado hoje. — Disse entredentes. — você ajudou a pegar o nosso cara e... estamos gratos. — Respirou fundo. — Agora assumimos daqui.

— Com todo respeito, detetive. — Kara abaixando a mão do detetive. — Mas esse não é o seu homem.   Disse com toda convicção que podia.

Os demais a olhavam com os cenhos franzidos sem entender a proposta de kara.

— Richard Mantlo não matou a esposa e tenho vários motivos para acreditar nisso. — Disse e saiu da pequena sala indo para o corredor amplo da delegacia. Sendo seguida por Mike indignado.

Ao ver o estado do homem, Lena o seguiu rapidamente para impedir qualquer coisa que o homem pudesse fazer.

— Espera! — Disse altivo, fazendo a consultora revirar os olhos. — Espera! — Pôs a mão no braço de Kara a parando. — Pode repetir o que disse?

— Doutor Mantlo tem pés pequenos, quase femininos, não percebeu? — Disse soltando o braço da mão do homem. — Ele usa tamanho 39, no máximo. A pegada de bota na porta da frente era número 43 no máximo. — Disse retirando o celular do bolso.

— E daí? — Disse cruzando os braços.

Nessa altura, a capitã e Lena já estavam no corredor ao lado deles, escutando atentamente a conversa.

— Ele foi esperto. — Disse Mike com a voz um pouco elevada. — Usou um sapato maior para despistar.

— Ele também usou mãos maiores para estrangular a esposa, detetive? — Disse enquanto buscava as imagens em seu celular. 

— Danvers. — A capitã repreendendo a loira, que lhe mostrou as imagens do pescoço da Sra. Dampier.

— Estas marcas de estrangulação indicam um homem muito maior que Mantlo. — Os três olhavam atentamente a imagem. — E não apenas mais pesado, mas também mais alto. Alguém entre 1,86 metros a 1,92 metros de altura. O seu médico-legista confirmará o que digo em algumas horas. — Disse séria e o som da risada de Mike tomou conta do lugar. — Estou dando a resposta agora. — Kara fitando os olhos da capitã. — Lena, você é médica. — Apontou o celular para ela. — Diga que estou certa.

— Eu não sou médica. — Disse, enquanto fitava Mike encostado na parede tentando recuperar o fôlego depois das risadas.

— Era médica. — Disse séria. — Certamente você não esqueceu tudo o que aprendeu na faculdade, então sabe como os hematomas funcionam? — Continuou mostrando as imagens para Lena, de um lado da imagem era as marcas no pescoço da   Dampier e do outro, as mãos do Dr. Mantlo.

— Certo... -Lena pegou o celular e examinou as imagens por um tempo. — Essas mãos são pequenas para o padrão dos hematomas, mas... — Kara a interrompeu.

— Com sua licença, capitã, eu gostaria de um momento a sós com o doutor. — Disse pegando o celular e o guardando no bolso. Em seguida pegou um bloco de notas e uma caneta que estavam guardadas em seu bolso esquerdo.

— Capitã, isso é ridi... -Mike ia protestar, mas a capitã o interrompeu.

— Você tem três minutos. — Disse cruzando os braços.

Kara deu um sorriso vitorioso e entrou na sala de interrogatório o mais rápido que pode abrindo a porta com força assustando o homem que estava lá. Ela o fitou e jogou o bloco de notas e a caneta na mesa, em frente a ele, o homem a encarou sem entender.

— Os homens altos que o estão na sua vida. Quero uma lista. — Disse com um sorriso.

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