Servente

#8

A confissão de Lucifer era surreal. Que tipo de mãe não dá amor a um filho? Melhor, que tipo de mulher não dá amor a uma criança? Chloe sente pena de Lucifer, e só o quer confortar nos seus braços tal como faz com Trixie. A loira pode ver a pequena criança perdida dentro de Lucifer à procura de alguém que se importe realmente com ele. Chloe quer preocupar-se com ele.

"Eu posso ajudar?" Ela pergunta.

"Está tudo bem Chloe." Ele deixa escapar uma pequena lágrima solitária. Que ela limpa com a mão e só então dá conta do que está a fazer. Os lábios estavam a poucos centímetros dos dele. Será que isto é o correto? Ela afasta-se antes de cometer um erro.

Volta ao seu lugar sentada, deixando-o ensinar as outras crianças.

A voltar para casa

"Agora vamos fingir que nada disto aconteceu?" Chloe pergunta inocentemente a Lucifer.

"Quando estivermos só os dois não temos de fingir nada." Ele diz. "Eu queria dizer mais uma coisa." Ele faz uma pausa antes de continuar. "Eu acho que..."

"O quê?" Chloe pergunta expectante.

"Eu acho que tenho sentimentos fortes por si, Chloe." Ele olha-a esperando uma reação.

Ela fica atordoada. "Sentimentos?" Ela pergunta.

Ele toma uma respiração profunda. "Eu temo que esteja apaixonado."

"Isso não pode acontecer." Diz aflita.

"Eu apenas queria que soubesse a verdade. Eu estou apaixonado por tudo em si, desde o dia que a vi pela primeira vez. Senti uma atração que sabia que era fatal. Eu não espero que tenha os mesmos sentimentos por mim, mas eu não queria esconder mais o que sinto." Ele desabafa.

"Eu não sei o que dizer... Isto é muito errado Lucifer, para não dizer proibido."

"Eu sei Chloe! Eu não vou dizer nada a ninguém e peço que faça o mesmo."

"Eu não vou dizer."

~oOo~

Os dias passaram e Chloe e Lucifer nunca mais falaram, as palavras eram desnecessárias, os olhares intensos eram tudo o que existia depois da declaração de Lucifer.

Esta era a manhã de Chloe servir o pequeno-almoço.

"Lucifer esta tarde vamos ter a visita dos Gordon, eles vão trazer a filha. Espero que sejas agradável, talvez seja a tua futura esposa." Diz a mãe de Lucifer.

Ele olha de relance para Chloe. "A minha presença é obrigatória?" Ele pergunta.

"Claro Lucifer, estamos a falar do teu futuro." Ela diz rigidamente.

"Mãe eu gostava de ser o único a escolher o meu futuro." Ele diz. Chloe não podia acreditar que ele estava a desafiar a própria mãe... ninguém desafia Charlotte e sai ileso.

"Eu não quero ouvir nem mais uma palavra... Enquanto viveres nesta casa vais fazer tudo o que eu e o teu pai dissermos." Ela diz severamente.

"A que horas?" Pergunta Lucifer.

"Às 15 horas em ponto." Diz Charlotte.

~oOo~

"Parece que o tempo não passa hoje." Chloe diz a Katherine.

"A visita dos Gordon tem alguma coisa a ver com isso?"

"Não! Apenas uma forma de falar."

"Ainda não me contaste o que aconteceu no teu encontro com o Lucifer."

"Não foi um encontro! Ele apenas me mostrou a cidade e as crianças, e disse-me que tu cuidavas dele em criança."

Ela sorri. "Quem tiver aquele rapaz para a vida vai ser a mulher mais feliz do mundo, eu nunca conheci um homem tão guerreiro e cavalheiro como ele."

"Eu posso contar uma coisa? Mas só pode ficar entre nós."

"Claro que podes querida."

"Ele disse-me que estava apaixonado por mim." Chloe morde o lábio ao dizer isso.

"Eu sabia."

"Ele disse-lhe?"

"Não, mas vocês os dois são transparentes como água." Ela diz.

"É errado de tantas formas... Ele é patrão, eu não vou passar de uma aventura."

"Posso ter a certeza de que ele não é esse tipo de pessoa. Se ele disse que gosta de ti é porque gosta mesmo. Dá tempo ao tempo! Tudo se vai resolver." Ela diz.

~oOo~

George, o mordomo, entra anunciando a chegada dos Gordon. Lucifer está cansado do teatro da mãe. Porque tenho de estar presente afinal? Os Gordon tinham uma filha que estava próxima de idade e como é óbvio a sua mãe vai tentar uma união. Eu amo Chloe! O seu maior desejo é dizer isso a todo o mundo, mas os seus pais não vão aprovar. O mais provável era Chloe acabar na rua e ele também deserdado.

Essa tarde está a demorar a passar. A conversa estava a ser maçadora e Lucifer estava sem paciência para mais socialização. A Eva Gordon estava constantemente a fazer-lhe sinais para saírem da sala que ele fingiu não ver.

Felizmente foram embora, sem uma única insinuação de casamento feita pela mãe. No final a mãe sai para visitar umas "amigas" e Lucifer vai para a biblioteca como era costume. Ao entrar vê Chloe empoleirada numa das prateleiras mais altas de livros a tentar limpar o pó. Lucifer não consegue deixar de sorrir quando a vê tão concentrada na sua tarefa. Isso deixa-a ainda mais bonita. Lucifer tosse para se tornar conhecido e ela olha instantaneamente para ele com os seus olhos azul-esverdeados impressionantes. Ela pega nos panos e apressa-se para sair, mas Lucifer impede-a quando ela passa por ele. Ela tira os olhos do chão para o olhar nesse momento.

"Não podemos Lucifer." Diz ela.

"Eu sei, mas por favor não vás. Podes continuar o teu trabalho eu prometo que não vou interromper."

"Vou continuar então." Diz ela parecendo mais confiante do que antes e voltando à prateleira onde estava.

Algo dentro dele desejava que ela perguntasse sobre a visita dos Gordon. Lucifer quer que ela mostre algum sentimento por ele. Ele não quer um amor platônico, mas Lucifer sabia que isso é errado. Mesmo assim ele quer vê-la com ciúmes por ele estar com outra mulher, como ele tive quando ela deu o braço ao Dan. Lucifer sabe que isso é egoísta porque ela é inocente e nem é sua namorada. Ele também não a quer magoar.

Com todos os seus pensamentos nem deu conta que tinha ficado parado a olhar para ela enquanto limpava. Ela olha ocasionalmente e desvia o olhar assim que o vê a observá-la.

Passados 10 minutos sem se conseguir concentrar na leitura sentasse no cadeirão derrotado. Talvez o melhor fosse ela ter saído, a presença dela era contagiante demais. Ele olhou para a grafonola. É isso!