Capítulo 2

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E nossos amigos estão todos a bordo

Muitos mais deles moram ao lado

E a banda começa a tocar

Todos nós vivemos em um submarino amarelo

Submarino amarelo, submarino amarelo

𝓨𝓮𝓵𝓵𝓸𝔀 𝓢𝓾𝓫𝓶𝓪𝓻𝓲𝓷𝓮 - 𝓣𝓱𝓮 𝓑𝓮𝓪𝓽𝓵𝓮𝓼

𝓨𝓮𝓵𝓵𝓸𝔀 𝓢𝓾𝓫𝓶𝓪𝓻𝓲𝓷𝓮 - 𝓣𝓱𝓮 𝓑𝓮𝓪𝓽𝓵𝓮𝓼

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Stella Bianchi.

Significa Estrela, em latim.

Meu avô ajudou na hora de escolher meu nome. Ou então chamaria Antonieta.

Fico feliz de ele ter ajudado, só tenho que agradecer ao velho.

As férias de verão começaram. Sempre vamos para o Brasil no início das férias. Assim consigo visitar o vovô e voltar ao meu segundo país.

Fico alguns minutos dentro do carro terminando o parágrafo do livro que estou lendo. Richard Bach é um grande escritor.

Coloco minha música favorita para tocar no fone. Yellow Submarine, dos Beatles. Não me canso de ouvir essa música repetidas vezes.

Assim que entro na casa, vejo um menino alto saindo, ele tem uma mancha de tinta azul no rosto. Não me atrevo a olhar ou a conversar com ele, pode ser vergonhoso.

Acho incrível como a casa do meu avô continua a mesma coisa que me lembrava. Bom, com a exceção de várias pinturas espalhadas pela casa. A maioria era em aquarela, mas pude ver um enorme quadro a óleo apoiado em um canto da cozinha. Algumas das pinturas são retratos do meu avô, outras são o céu estrelado. Todas possuíam a mesma assinatura, Theodore. Me pergunto se é o menino que passei perto enquanto andava pela casa. 

Vou até a varanda de meu avô, ele está lá junto aos meus pais, espero não estar atrapalhando nenhuma conversa. 

- Vovô!! - Retiro meu fone e me aproximo do mais velho. 

- Minha Estrela!! Que saudades de você. - Meu vô me abraçou bem apertado, me fazendo ter que pedi-lo para soltar.

- Como está minha doçura? - Ele se senta na velha cadeira de balanço outra vez.

- Vou muito bem vovô. - Me sento ao lado dele e percebo mais um desenho solto pela mesa. Estava molhado ainda. Então foi ele, ele fez todas as pinturas que estão na casa do meu avô.

- Nonno. Quem é aquele menino?

Meu avô parece pensar um pouco sobre quem estou falando.

- Theodore?

- Foi ele quem fez essas pinturas? - Estico minha mão até a mesa para pegar o desenho, mas meu vô me impede com um leve tapa.

- Não toque sem a permissão do artista. E sim, foi aquele menino que fez todas essas pinturas. - Ele olha orgulhoso para todos os desenhos, olha com o mesmo olhar que costumava ser direcionado apenas para mim.

- Ah sim. - Concordo com a cabeça.

- Posso te apresentar a ele amanhã.

- Amanhã? - Pergunto. Mamãe e papai vão até o carro para pegar nossas malas e levá-las até os quartos.

- Theo deve voltar aqui amanhã, ele vem todos os dias.

- Ele é seu amigo? - Pergunto.

- Está com ciúmes? - Meu avô me mostra seu lindo sorriso.

- Claro que não, só fiquei curiosa. - Retiro a xícara da mão dele e tomei um gole de café. É amargo. Odiei.

- Me explique o porquê dessa curiosidade repentina. - O homem pega sua xícara de volta, rindo da minha careta.

- Um garoto desconhecido saindo da sua casa com uma mancha de tinta azul na bochecha não é algo comum de se ver. - Debocho do mais velho, admirando o desenho pelo canto do olho.

- Theodore é meu amigo, não tem nada para se preocupar.

- Sei. Desde quando o senhor faz amizade com adolescentes sem ser sua neta?

- Theo apareceu de repente, o garoto tem talento e interesse nas estrelas.

- Ah, então é por isso. - Digo.

- Ainda acho que está com ciúmes, mi tesoro. - Meu vô leva sua mão até meus cabelos, um ato pequeno que ele costumava fazer sempre que nos encontramos.

- Viu muitas estrelas recentemente?

- Mas é claro. Não deixei de olhá-las por um único dia sequer. 

- Vou arrumar minhas coisas. - Digo. Não gostando do ritmo da conversa, eu me levanto e vou até o segundo andar.

Já fazem três anos.

Três anos que não entro nesse quarto, cheio de memórias e coisas que me remetem a ela. 

Não está da forma que havia o deixado da última vez. Há várias telas antigas guardadas no canto do quarto, e um cavalete em frente a janela com uma tela inacabada.

Não tem tinta, só um rascunho feito a lápis, imaginava ser algum quadro inacabado da vovó, mas os traços são muito diferentes dos dela.

As telas guardadas certamente são dela. Me lembro dela pintando essas telas na varanda enquanto eu brincava com o vovô no quintal.

Eram dias ensolarados, uma pena não conseguir retornar a eles.

Deve ser uma tela do Theodore. 

Nonno = Avô/ vovô

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Nonno = Avô/ vovô

Mi tesoro = Minha querida. 

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