Capítulo 7

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As crianças ainda ficam deprimidas quando você as veste

O xarope ainda é xarope em um copo com canudinho


𝓢𝓲𝓹𝓹𝔂 𝓒𝓾𝓹 - 𝓜𝓮𝓵𝓪𝓷𝓲𝓮 𝓜𝓪𝓻𝓽𝓲𝓷𝓮𝔃

𝓢𝓲𝓹𝓹𝔂 𝓒𝓾𝓹 - 𝓜𝓮𝓵𝓪𝓷𝓲𝓮 𝓜𝓪𝓻𝓽𝓲𝓷𝓮𝔃

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 Chuva.

O cheiro da grama molhada entra no meu nariz e me traz um sentimento de paz, mesmo que esteja tudo desmoronando e se corroendo lentamente.

Não vejo Theodore desde ontem, quando aquele homem o puxou pelo braço e meu avô virou na esquina, será que ele está bem?

Aquela imagem se repetiu na minha cabeça durante vários momentos na noite e agora pela manhã.

Estou sentada na varanda com minha câmera indispensável e meu copo com suco, já que não gosto de café. Meu avô estava tocando uma música simples no seu piano e eu apreciava a melodia junto do barulho da chuva, que rega as plantas e molha a grama.

Senti o toque de uma mão gelada no meu ombro e estranhei, não pode ser meu avô, pois ele ainda está tocando piano e meus pais não estão em casa. Virei a cabeça para ver quem era e vi Theo com um sorriso pequeno se formando e logo foi até a sala cumprimentar meu avô.

Ele continuou a tocar o piano após cumprimentar Theo e ouvi os passos do garoto se aproximando de mim, até o mesmo se sentar ao meu lado. Analisei o rosto de Theo e tudo parecia bem.

"Parecia"

Se não fosse pelos olhos vermelhos e inchados e a marca roxa que se formava em volta do braço dele, eu diria que ele está bem. Pelo menos por fora. Não sei o tipo de guerra interna que Theodore trava consigo mesmo.

- Está tudo bem? - Ele me pergunta olhando no meu rosto, assim como estou olhando no dele.

- Claro... Espera aqui, vou te mostrar umas coisas.

Entreguei meu copo com suco para ele e fui até a cozinha pegar meu computador que estava em cima da mesa. Vovô deu um soco leve nas teclas do piano por ter errado uma nota.

- Vai com calma velhote, assim quebra.

Levei o computador até o lado de fora e ouvi a música começar outra vez, me sentei ao lado de Theo e entreguei o computador para ele, pegando meu suco de volta.

- Lembra que ontem te falei sobre as fotos? Aqui estão elas.

Theo começou a olhar as fotos e fiquei estudando suas reações. O brilho em seus olhos era imperceptível, mas ainda sim estava lá.

- Pode me mandar essas fotos? Quero pintar elas...- Theo tirou sua atenção do computador e olhou no meu rosto dando um pequeno sorriso.

- Não tenho seu número...- Peguei meu celular em cima da mesinha baixa ali e entreguei para ele colocar o número para podermos conversar.

Theo pegou meu celular e começou a digitar seu número e quando acabou, me entregou logo em seguida. Dei um sorriso e mandei um "oi"para ele me adicionar e enviei todas as fotos para ele.

- Fotos enviadas com sucesso. 

Dei uma pequena piscada para ele e coloquei o computador na mesa ali perto enquanto Theo tirava seus materiais de pintura de dentro da bolsa.

- Quer pintar? - Ele me ofereceu uma folha e eu peguei.

- Não sei desenhar. - Peguei um dos lápis que ele me ofereceu e fiz uma careta tentando pensar em algo para fazer.

- Não precisa saber desenhar para fazer arte. 

Ele começou a fazer alguns rabiscos sem sentido no caderno enquanto olhava uma das fotos que lhe enviei. Eram dois pássaros em um fio assistindo ao pôr do sol. Imitei seus rabiscos e fui desenhando sem me importar se estava bonito ou não.

- E por que acha isso? A maioria dos artistas sabem desenhar. 

- Por que arte não é apenas para ser bonito ou perfeito. Pensa comigo. - Theo pegou um copinho e encheu com água da chuva. 

- Tudo à nossa volta é arte. A arte não precisa ser perfeita, ela não foi feita para isso. Arte é muito mais um sentimento do que perfeição.

Ele começou a misturar alguns tons de azul no papel e fui imitando suas pinceladas, mesmo não fazendo ideia do que estou fazendo.

- Literalmente qualquer um pode fazer arte e tudo é válido como arte. Por isso não me limito a padrões de desenhos perfeitos e que agradem a todos. Sempre tente coisas novas, mesmo que seja estranho e fora da sua zona de conforto.

Dei um sorriso com suas palavras e continuei a pintar junto dele. As duas horas que ficamos ali conversando e conectados pela arte, pareceram apenas dois minutos. Em algum momento meu avô se juntou e trouxe dois pedaços de sanduíche para nós. 

Em outro momento, meu avô começou a reclamar da corrupção do Brasil e passou a mão pelo braço do Theo onde tinha a marca recente. Sei que ele sabe a origem dessa marca, mas parece querer evitar entrar em detalhes a todo custo. 

E se eu me meter?

Será que vale a pena? 

- Amanhã podemos ir no campo de flores, levar Stella.- Ele falou e olhou para mim e deu um sorriso ao notar que já estava olhando para ele anteriormente. 

Balancei a cabeça em concordância e ouvi meu avô começar a falar sobre tulipas, mas não dei importância, estava perdida nos olhos castanhos que me encaravam de volta. 

Malditos olhos castanhos que roubaram minha atenção do mundo à minha volta

Malditos olhos castanhos que roubaram minha atenção do mundo à minha volta

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Oi gente!! Espero que estejam gostando...

Queria agradecer a todos que estão lendo até aqui e queria me desculpar pela demora para postar mais capítulos. Agora devo dar mais atenção para Eclíptica.

Um beijo e um queijo!!

- Zalui

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⏰ Última atualização: Dec 12, 2021 ⏰

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