Capítulo 4

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Estou te esperando na calçada

Bem em frente sua casa

Nessa bela madrugada

Vamos sentar nesse meio-fio

E tentar encontrar a estrela D'alva

𝓴 𝓪 𝓶 𝓪 𝓲 𝓽 𝓪 𝓬 𝓱 𝓲 - 𝓒𝓪𝓫𝓮𝓵𝓸𝓼 𝓐𝓻𝓬𝓸-í𝓻𝓲𝓼

𝓴 𝓪 𝓶 𝓪 𝓲 𝓽 𝓪 𝓬 𝓱 𝓲 - 𝓒𝓪𝓫𝓮𝓵𝓸𝓼 𝓐𝓻𝓬𝓸-í𝓻𝓲𝓼

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Sigo Stella até os fundos do planetário. Rubens retira um chaveiro do bolso e abre a porta dos fundos.

- Você ainda tem a chave? - Stella pergunta.

- É meu planetário, querida. É claro que tenho a chave. - Rubens retruca.

- Você sabia disso? - Ela pergunta para mim enquanto segue seu avô.

- É claro que sabia.

- É claro que sabia. - Consigo ouvir Stella imitar minha voz bem baixinho com um tom irritado.

- O que querem ver hoje? - Rubens anda em direção ao projetor.

- As constelações? - Sugiro, gostaria de continuar meus desenhos das constelações.

- Pode ser. - Stella diz caminhando até um dos projetores ali.

- Nem pense em tocar. - Rubens avisa a menina que já estendia a mão até o projetor. Ela bufa e se senta em uma das cadeiras.

Não sei como puxar assunto com Stella, ela é uma desconhecida para mim. E quando tentei conversar no carro, ela não parecia tão interessada no assunto. Me sentei ao lado dela e tentei conversar.

- Você tem alguma constelação favorita?

 - Cepheus. - A menina olhava seu avô tentando ligar os projetores.

Cepheus... Bem interessante.

- Hemisfério Norte. A estrela mais brilhante é a Alpha Cephei. - Tento lembrar de todas as informações que o senhor Rubens me passou e tudo que li sobre essa constelação em específico.

- Descoberta por Ptolomeu no século II. - Stella completou com um sorriso no rosto.

- O rei com uma filha muito bela. Por que essa? - Questiono.

- Gosto da ironia do que o poder pode fazer. E a história de Cepheus é legal.

- Ah sim.

- Qual a sua? - Stella solta uma risadinha quando vê Rubens xingando a tela de um tablet. 

- Lynx ou Lince. Como preferir.

- Uma das constelações mais difíceis de se localizar. Traçada por Johannes Hevelius, em 1690. - Stella diz com uma expressão curiosa.

- A que só pode ser vista com uma visão de Lince.

- Por que ela? Nem tem uma história por trás, é quase desconhecida.

- É isso que me intriga, gosto do desconhecido, do inexplorado.

- Hm, um garoto de gostos diferenciados. - Stella zomba. - Quer ajuda aí vô? - Ela grita com o senhor, que parece estar tendo dificuldades com o projetor.

Rubens faz um sinal com a mão e continua tentando ligar o aparelho.

- Como conheceu meu avô? - Stella se vira para me encarar e descruza os braços, noto uma marca de nascença na área perto de seu pulso. Parece um peixe.

- O conheci por acaso, foi aqui no planetário. Ele me viu desenhando e se interessou pelos meus desenhos. Ele me contou muita coisa sobre constelações. 

- Nada é por acaso com aquele velho ali. - Stella ri e tampa sua marca de nascença, parece que ela percebeu que estou olhando.

- Parece o Dorado. - Me refiro à constelação do peixe Dorado.

- Mais uma referência a constelações. Não fique olhando pro pulso dos outros, é rude. - Stella se vira novamente e volta a encarar seu avô. Rubens parece comemorar e vai até o interruptor apagar a luz.

- O show vai começar.- Ele apaga a luz e a escuridão do teto é substituída por várias estrelas.

Ao meu lado, Stella abre um belo sorriso ao ver todas as estrelas e a imensidão do espaço, ela parece compartilhar esse gosto com o avô.

Ela é muito bonita, mesmo que seja irritante às vezes.

O que está pensando Théo? Acabou de conhecê-la, mal sabe nada sobre ela.

Pego o meu caderno de desenhos e começo a desenhar algumas das constelações que faltavam. Ainda tem várias que preciso desenhar, mas vamos com calma.

Sinto o olhar de alguém queimando sobre mim. Stella me observa desenhar.

- Você é bom nisso. - Ela sussurra.

- Obrigado. - Mantenho a atenção ao desenho.


 Constelação Cefeu (Cepheus) 

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 Constelação Cefeu (Cepheus) 

Segundo a mitologia grega, a constelação de Cefeu representava o lendário rei do antigo território fenício (onde hoje se situa a Etiópia), marido de Cassiopeia e pai de Andrómeda. 

Devido a um episódio em que sua esposa se declarara mais bela que as Nereidas, filhas do deus marinho Nereu, Poseidon indignou-se e enviou um monstro (representado no céu pela constelação de Cetus - a Baleia) para devastar a costa do reino. Cefeu consultou então o oráculo de Ammon, que lhe revelou que a ira de Poseidon somente seria aplacada se o rei oferecesse a princesa em sacrifício a Cetus.

Andrómeda foi amarrada (agrilhoada) a um rochedo perto do mar para ser devorada pela Baleia, mas acabou por ser salva por Perseu, que sobrevoava o local e por coincidência a avistou e por ela se apaixonou.

Por carregar a cabeça decapitada de Medusa, Perseu exibiu-a à Baleia, petrificando o monstro. Em uma outra versão, conta que Perseu teria matado Cetus a golpes de espada.


Constelação Lynx, Lince

Possui apenas uma estrela de magnitude 3, a tornando uma das constelações mais difíceis de localizar. 

Foi uma das constelações traçadas por Johannes Hevelius, em 1690, e aparentemente chamou-lhe assim por ser necessária uma visão de Lince para a poder localizar.

Por ser uma constelação recente, não possui nenhuma lenda associada.


Constelação Dorado

O seu nome Dourado não deriva do pequeno peixe que habita em muitos dos aquários caseiros mas sim ao dourado tropical, o mahi-mahi, pertencente à família dos Coryphaenidae, podendo atingir comprimentos superiores a 1,75 m. É uma espécie que nada depressa e salta com frequência da água, para regalo dos marinheiros que consideram tal feito um bom presságio.


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