Sonho Proibido

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Fiquei estática, sem saber bem o que dizer

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Fiquei estática, sem saber bem o que dizer. Queria entrar correndo em casa, mas a verdade é que não conseguia sequer me mover sob o olhar duro e repreensor de Sina.

- Eu estava mesmo trabalhando em algumas planilhas, mas terminei mais cedo do que imaginava e fui para o Hyde Park. - Noah tinha uma postura plácida, serena.

- Sem me convidar Noah? E o que a pirralha tem a ver com isso? - A hostilidade de Sina me fez encolher. Eu poderia revidar, mas no fundo me sentia culpada, pois tirei Noah de seus afazeres e agora eles estavam brigando.

- Não a trate desse jeito. - Noah rosnou baixo. - Any, entre por favor. - Ele me olhou de lado, juro que por mim já estava lá dentro há muito, muito tempo atrás, mas como se saía do lugar mesmo?

- Não Any, fica. Quero saber porque raios uma ninfetinha anda convidando meu namorado para passeios. Vamos, abre a boca garota. - Ela deu dois passos para a frente, Noah estava no caminho, bloqueando-a.

- Foi só um show. Você está bancando a criança ciumenta. - Ele disse encarando-a, mas ela nem piscou. Se chacoalhou livrando-se das mãos dele em seus ombros.

-E por falar em criança. - Sorriu de lado, em uma clara direta para mim, Noah parecia tentar manter o controle com muita dificuldade. - Existe telefone Noah Urrea, poderia ter me ligado e nós iríamos juntos.

- Claro que não! - Ele se irritou de verdade, quase gritando. - Você diria que não gosta de lugares cheios, que liguei em cima da hora, que não gosta daquele tipo de música e mais uma infinidade de desculpas esfarrapadas, no entanto, se os idiotas da tua turma te ligam, você corre até de pijama se for preciso e se enfia no bar mais asqueroso de Londres com eles. - Percebi que Noah se inclinava pra cima dela, e vi pela primeira vez ela se abalar um pouco.

- Vai ver porque são ótimas companhias. - Ela não quis ficar por baixo, achei aquilo extremamente ridículo e desagradável.

- Exato Sina, nós não apreciamos mais a companhia um do outro e pra mim chega. Acabou. - Ele disse bem baixo e bem devagar, como se quisesse enfiar aquela palavra no ouvido dela, para que a mesma não a esquecesse.

- Como assim? To muito velha pra você Noah? - Ela segurou o choro, mas algumas lágrimas despencaram e pelos velhos tempos, eu senti um pouco de pena dela.

- Não se trata de idade. Se trata de você, do que você se tornou e de nossa incompatibilidade. Não quero mais discutir no meio da rua, mando o restante das tuas coisas pro teu apartamento. - Ele passou a mão nos cabelos, fechou a cara indicando que a discussão chegara ao fim.

- Espero que não se arrependa, pode ser muito tarde Noah. - Sina limpou o rosto de forma grosseira. - Eu não vou ficar esperando por você. E você Soares. - Olhou pra mim com ódio, os olhos vermelhos tornavam o momento ainda pior. - Eu já percebi teu joguinho, quero ver até onde isso vai durar.

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