Ciúmes

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Alguns dias antes...

Resumo da Consulta por Milena Lohman.

Paciente: Any Gabrielly Soares

Observações: Acessos de raiva inconstantes. Memória seletiva. Sofreu aliciamento paterno na infância.

A paciente reage bem as regressões e ao tratamento, mas nem sempre se recorda de suas sessões. Observamos que sua memória seletiva também age quando em estágio de transe. Alguém do passado a ampara, um garoto, essa figura é muito presente. Mas alguém a atormenta também, um homem, o pai.

Frase mais intrigante da paciente durante a sessão.

"Pequena Any, você será antes minha a cogitar a ideia de ser de alguém, todavia, primeiro minha."

A promessa feita a paciente quando criança, a faz temer o futuro e não a liberta das amarras do passado.

Conclusão: Fazê-la entender que promessas são vis, trabalhar seu psicológico para que se liberte da imagem opressora do pai. Encontrar o garoto pode ser de grande valia.

Ele encarava o papel, no momento sabiam exatamente o que fazer, o sorriso perverso lhe dizia o que palavras nem precisavam proferir.

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Atualmente

- Sério mãe, eu não vou extrapolar

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- Sério mãe, eu não vou extrapolar. - Afirmei pela quinta vez e Priscila me encarava indecisa.

- Devo mandar a Betsy? Talvez seja melhor... - Falava consigo mesma, enquanto organizava as últimas coisas para sua viagem romântica com o namorado.

- Mãe, eu vou ficar bem. - Toquei-lhe o ombro de leve. - Posso ligar de meia em meia hora se quiser, mas não me trate como uma criança. - Ela ainda exibia indecisão. - Por favor. - Pedi com os olhos mais gato de botas que pude fazer.

- Aiii, certo Elly. - Suspirou em derrota. - Mas qualquer coisa, por mínimo que seja, me ligue e peça ajuda aos Urrea, de qualquer forma falarei com Wendy.

- Tá bom mãe. - Falei daquela forma enfadonha, típica de adolescentes.

Eu sabia que poderia contar com os Urrea, mas parte de mim se ofendia com aquilo, como se não tivesse condições de tomar conta de minha vida por míseros dois dias e precisasse de babás. Revirei os olhos, pondo algumas roupas de minha mãe na mala, mais parecia que ela iria de férias para um país longínquo, não para uma cidade a cinco horas daqui.

Ajudei a descer as malas, Ryan chegou e minha mãe se derreteu toda.

- Olá Elly. - Ele disse.

- Any. - Percebi que fui rude sem querer e tratei de me corrigir. - Por favor.

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