Capítulo Quatro

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Me aproximei devagar e desconfiada de Harumi pensando nas mais diversas coisas que ela poderia me contar, desde de fofocas até um novo crush, mas após ela dar uma última olhada de baixo para cima em Baji, a única coisa que me disse foi:

— Depois eu te conto. — Harumi piscou para Keisuke com um sorriso malicioso. — Afinal você não pode deixar esse deus grego sozinho.

Harumi já ia saindo, no entanto, minha curiosidade era maior, então a puxei pela gola da camisa branca a amassando um pouco e aproximei minha boca do ouvido dela.

— Você não vai sair sem me contar o que é. — Falei em um tom ameaçador, porém não tanto.

Ouvi Baji soltar uma breve risada abafada atrás de mim e, parecendo entender a piscada maliciosa de Harumi, ele me abraçou por trás pela cintura me colando ao corpo dele, já eu prontamente soltei a garota quando senti a respiração quente dele em minha nuca.

— Deixe-a ir. — disse Baji aproximando sua boca do meu ouvido. — E me mostre isso que você chama de escola.

Minha curiosidade ainda era grande, mas aquela voz me desmontou então acabei cedendo e após um longo suspiro olhei no fundo dos olhos castanho esverdeado de Harumi que estava sorridente ao ver minha situação vergonhosa.

— Mais tarde você vai me contar sem falta.

— Ok, ok. — disse Harumi abanando as mãos em um movimento repetitivo de para cima e para baixo, logo virando as costas e saindo.

Ao ver a porta avermelhada da biblioteca se fechar me virei para Baji o olhando seriamente com as mãos apoiadas contra seu peitoral coberto pelo uniforme que estava um pouco bagunçado junto da gravata mal posta.

— Não faça mais isso, as pessoas não podem saber que você é o meu ponto fraco. - Arrumei o que estava fora de ordem.

— Sou? — Baji sorriu maliciosamente para mim, levantando meu rosto em seguida.

Senti os olhos dourados e penetrantes dele adentrar o meu corpo, então após um breve beijo o respondi.

— É. — passei minha mão pela nuca dele e colei nossas testas. — Vem, vou te apresentar a escola.

Me afastei e saímos rapidamente da biblioteca, porém ainda pude ver o olhar maldoso da bibliotecária ao me ver saindo de mãos dadas com ele, continuamos andando pelos corredores longos e estreitos observando pelas janelas de vidro os outros alunos fazendo suas atividades diárias.

— Olhe ali. — apontei para uma quadra a direita. — Aquele é time de vôlei. — Bolas voavam como pena, mas logo caíam em meio a cortes perfeitos no ar, os sons dos tênis no chão eram extremamente atraentes, assim como os barulhos que as esferas faziam ao chocar-se com o piso.

Observei mais um pouco e notei outro grupo com raquetes nas mãos se formando.

— Ali! — apontei para a o grupo a esquerda — Aquele é o time de tênis, bom depois você entra em algum time agora vamos ver o resto.

— Certo. — Baji me olhou como se visse uma princesa.

Já havia notado aquele olhar algumas vezes, e sempre sentia a mesma felicidade de saber que ele me observava com tanto afeto, porém nunca deixei essa alegria transpassar para não deixá-lo convencido mesmo que minha vontade fosse de abraça-lo no mesmo momento e sentir seu corpo caloroso ao meu. Enfim caminhamos mais um pouco passando por garotas que o encaravam de boca aberta que, ligeiramente, subiam mais a saia azul marinho deixando uma parte de sua bunda amostra. Chegamos às escadarias e descemos dois andares para a lanchonete onde estava uma fila formada para o lanche rodeada de mesas retangulares e brancas com pessoas já comendo.

— Aqui é onde nós comemos. — olhei ao redor até encontrar mesa livre. — Vamos se sentar ali.

Assim que fechei a boca o alarmante sinal da escola tocou para voltarmos para a sala.

— Parece que vamos ter que deixar para a próxima. — disse Baji com um pequeno sorriso deixando seus caninos aparentes. — A melhor parte dessa escola eu já vi. — Colocou as mãos nos bolsos da calça.

— Qual?! — perguntei me virando curiosa para ele.

Ele então aproximou seu rosto do meu e deixou um selar demorado em minha testa me olhando nos olhos logo após.

— Você.

Tentei não transpassar como fazia quando ele me olhava, mas fui falha, meu corpo em um impulso se entrelaçou em um abraço junto ao dele, seus músculos se contraíram pelo meu ato inesperado, porém retribuiu o aperto, e como se minha boca não pudesse ser controlada, com uma voz mansa disse:

— Obrigado por estar aqui.

Ele afagou meu cabelo e novamente o sinal tocou quebrando meus devaneios. Voltamos pela escadaria até chegar em sua sala de aula, no entanto quando abri a porta além dos olhares nada discretos das meninas olhando Keisuke, havia um garoto que nunca vi antes no fundo da sala o olhando com um olhar confiante, quase que ameaçador, cabelos loiros repartidos ao meio e jogados para trás. Nesse momento ouvi Baji sussurrar algo nas minhas costas.

— Mickey... — Baji o olhou com receio. — O que esta fazendo aqui?

Baji me puxou para perto dele como se quisesse me proteger e esperou a resposta de Mickey.

— Vamos deixar esses assuntos de lado. — Mickey sorriu com deboche. — Afinal, é hora da aula.

— Já vou indo para minha sala, não faça besteira. — Digo acariciando sua destra com o polegar, tentando deixá-lo menos tenso, rapidamente a solto e saio andando em direção ao andar da minha sala.

Queria voltar lá e saber quem era aquele garoto e por que o moreno ficou tão aflito.

Será que seria um demônio também?

Talvez seja, Mickey também é extremamente atraentes, seus olhos negros e cabelos loiros eram de alguma forma peculiar, porém nada disfarçava seu jeito infantil.

Abri a porta esverdeada de minha sala e por sorte o professor não tinha chegado.

— Agora é hora de falar, senhorita Harumi. — Recebi um breve olhar da garota, que pegou em minha mão e levou me para meu lugar.

— Depois que você saiu, Mitsuya saiu um tempo depois, como ele deixou o computador ligado, aproveitei para dar uma olhada. E coincidentemente, estava conectado no Whatsapp dele. Infelizmente ou felizmente, como sou curiosa dei uma olhada.

— Você é uma stalker ou o que? — Perguntei indignada.

— Cala a boca e escuta. — Assenti. — Em uma das mensagens, ele estava falando com um tal de Mickey que a foto de perfil era de um menino loiro —arregalei meus olhos— e disse que Baji Keisuke havia se matriculado na escola e era para levar ele de volta para uma tal de Toman.

My Demon-Baji KeisukeOnde histórias criam vida. Descubra agora