Quando Louis era ainda um recém-chegado na França, ele se sentira muito perdido. Não tinha amigos, não sabia se as respostas para sua vida realmente estariam naquela cidade e se encontrava, constantemente, com saudade de casa – algo que ele aprendeu a conviver com. Na época, algo que suas irmãs e sua mãe defendiam era a ideia de dar início a prática de algum hobbie, o que era repetido em todas as ligações que eles realizavam.
Louis nunca foi totalmente contra, mas o fato de sair um pouco de sua zona de conforto não chamava sua atenção. Ainda mais quando ele teria que lidar, talvez, com encontros inesperados com pessoas que ele não gostaria.
Entretanto, com o tempo, tudo o que havia na rotina era o museu e, apesar de ele realmente tratá-lo como sendo a sua grande motivação, existe uma grande diferença entre amar um tópico e fazer algo com ele e ter uma vocação para algo e segui-la.
Os olhos azuis sempre admiraram a arte de uma forma grandiosa. Ele tentara, durante muitas noites quentes de verão, retratar o jeito que ele via o mundo por meio das cores - ele sempre achara incrível o jogo de usar as mais chamativas como forma de memorização. Porém, nada realmente vinha disso, e a frustração de amar algo e não ser incrivelmente bom naquilo o desapontava imensuravelmente.
Com todos os imprevistos da vida – e muitas conversas com sua mãe – Louis percebera que o seu problema poderia ser não saber realizar a ação, mas ele sabia transmiti-la muito bem. Por isso, com Toulouse sendo uma cidade totalmente artística, o que não faltava eram lugares a procura dessas pessoas.
Agora, pelo menos uma vez por semana, Louis se dedicava voluntariamente a ajudar pessoas que sentem certa ligação com a arte como ele. E a sorte esteve ao seu lado, pois ele fez um amigo incrível: Zayn Malik, coordenador desse programa.
Eles tinham momentos rotineiros, porém únicos. Compartilhavam de pensamentos em comum e encontravam conforto no mesmo fim: a arte. O homem de sorriso acolhedor foi o primeiro amigo – e talvez o único verdadeiro – que Louis tenha feito.
Os olhos azuis prestavam atenção no cuidado que o amigo falava com as crianças da instituição, assistindo a cena do diálogo a uma distância segura dos olhos dos interlocutores. Era uma sensação única, comparada a que sente quando está no museu ou quando anda por sua rua preferida na cidade e, obviamente, ele adicionara aquele local a lista de "Onde posso ser eu mesmo".
– Tio Louis, o que você acha do meu desenho? – A voz baixa de um garotinho de uns seis anos faz o foco dos olhos azuis mudarem de direção.
– Eu acho fantástico! – Louis responde, pegando a pequena tela branca. – O que temos aqui?
As cores azul, marrom e amarelo preenchiam o material, os traços fortes do pincel podendo serem visto claramente. Ele olha com cuidado para a criança a sua frente, os olhinhos comprimidos em um pequeno sorriso, como reação de ter tido sua pintura elogiada.
– Quer me explicar por que desenhou isso? – Louis fica de joelhos, entregando a arte para o dono.
– O moço de preto – Ele diz apontando para Zayn – Disse que tínhamos que fazer algo que gostamos. Eu nunca fui a praia, mas sempre vejo em filmes que elas são desse jeito – O garotinho diz, coçando a cabeça.
– Eu adorei!
– Queria que meus olhos fossem da cor do céu, que nem o seu – Ele aponta para a íris de Louis.
– Mas seus olhos são verdes, da cor das árvores! Tem coisa mais linda que isso?
– Claro que sim, tio Louis! – Ele cruza os braços. – O mar!
– Tudo bem, tudo bem – Tomlinson ri. – Mas posso te contar uma coisa...Hm, qual seu nome?
– Elliot! – O menino nem parece se ofender, o que tranquiliza o coração de Louis.
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Coïncident
FanficHarry é um escritor que busca pela oportunidade certa, com a saudade de casa ocupando suas veias sanguíneas; já Louis vive a sua vida dos sonhos, tirando a parte das frustrações - com pessoas e desejos - que aparecem em seu caminho. O mundo pode ser...