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Os corpos se chocavam naquela cama grande, iluminados pela luz da lua que atravessava a janela. Mordidas, arranhões, apertões, tudo vinha em conjunto com alguns palavrões ou elogios que eram soltos entre gemidos e suspiros.

- Nós não devíamos estar fazendo isso- disse Tom por baixo, tendo os dedos entrelaçados com os de Tord que prendia seus braços sob sua cabeça.

- Essa é a última vez. Depois de hoje eu prometo que não iremos mais nos falar. Essa é a última noite que passamos juntos, ok?- perguntou beijando o pescoço e boca do de olhos negros.

- O-ok...- gemeu a afirmação, sentindo os movimentos antes pausados voltarem como antes.

Abraçou o norueguês arranhando suas costas. Deram tudo de si aquela noite. Se beijaram, abraçaram, elogiaram, tocaram, admiraram o quanto quiseram, pelo tempo que quiseram.
Nenhum dos dois queria sair da cama, não queriam decretar que aquela última noite tinha acabado.

- Senti tanta falta disso...hm, lembra quando fizemos na cozinha?- perguntou Tord rindo e Tom riu alto.

- E na caçamba daquela caminhonete velha do seu pai? Essa vez foi demais hahaha- recordou o outro deitado no peito do seu ex.

- Nem me lembre, quase levei uma porrada de madeira na cabeça do meu pai. Que bom que ele acreditou que aquilo era iogurte e que nós só comemos ali hahaha. Não foi de toda mentira porque a gente se comeu. Ah, bons tempos, bons tempos- riram mais uma vez se olhando por um tempo com um sorriso calmo. Voltando a se beijar antes de caírem no sono.

Tord acordou lentamente, abrindo seus olhos com preguiça.

- Esse sonho outra vez?- se perguntou com dor de cabeça. Aquelas visões do passado o perseguiam quase todos os dias, manter a postura perto de Tom se tornava algo cada vez mais difícil.

Se levantou com calma, era cedo, ainda tinha bastante tempo para se preparar para o trabalho. Andou a passos lentos até o banheiro, deslizando a mão pela pia e se encarando no espelho. Estava estragado, odeia se olhar no espelho depois do acidente. Seu rosto estava cicatrizando mas as feridas não eram bonitas, teve que refazer muitos pontos que se soltaram durante a guerra ou durante alguns treinamentos mais pesados. Lembrou das vezes em que Tom passava horas tentando cuidar de seus machucados mas estava com tanto ódio e tão absorto em seus planos de vingança que não cooperou em nada.

- Tord por favor, toma esse remédio e para de mexer a porra da cara que eu tô tentando limpar esses machucados. Foca em fazer esses exercício para o braço se não você não vai conseguir mexer esse trambolho de metal! Para de mexer nas caralhas desses papéis! Que saco!- gritava quase todos os dias depois de um tempo. No começo tinha calma mas depois de alguns dias toda a pouca paciência que tinha havia se esgotado por completo.

Se sentiu mal pela vez que quase bateu em Tom, tinha deixado um corte em sua bochecha, ficou uma marca bem clarinha que por mais que não fosse mais a única em seu rosto, era a única que odiava, porque ele era o responsável por ela.

Lavou o rosto com cuidado para esquecer dos pensamentos e não perder mais tempo. Se trocou, vestindo seu uniforme preto e vermelho de líder, ajustou o crachá de identificação e manteve um adesivo de flor que uma das crianças que o viu deixou de presente, essas pequenas coisas deixavam seu dia um pouco mais radiante.
Saiu do quarto e foi até o refeitório se encontrar com os generais, militares e todos aqueles de cargos mais altos para tomarem café juntos.

- Bom dia, desculpa atrapalhar a oração de vocês. Não liguem para mim- se desculpou vendo que alguns dos presentes fechavam os olhos sussurrando coisas com as mãos dadas ou juntas perto da boca.

Nosso lindo futuro[Tordtom](sendo reescrita) Onde histórias criam vida. Descubra agora