♥ Capítulo Três ♥

9 2 0
                                    


Charlotte


Eu poderia dizer que as lágrimas que estou derramando são por causa da música que acabei de ouvir, porém acabei batendo o dedo mindinho no batente da porta de um quarto que acabo de notar não ser o meu, com a dor repentina derrubei todas as malas recheadas com as minhas roupas e os meus livros no chão e as lágrimas foram instantâneas.

Só que fico triste em saber que ele não possui mais sua mãe e fico pensando o que seria de mim se a minha não estivesse mais presente, como eu poderia pensar em viver sem ela e pensando sobre o assunto vejo o quanto esse garoto é forte.

— O que você está fazendo aqui? — pergunta ele rispidamente.

Com certa dificuldade alcanço as malas pesadas do chão pronta para seguir meu caminho sem dar a ele a satisfação da minha resposta, saio pela porta da qual entrei determinada em encontrar o meu quarto.

A primeira coisa que vi quando passei pelas portas do prédio foi uma sala enorme, onde logicamente os alunos passam seu tempo livre, e uma escada, comecei a subir os degraus dela procurando pelo quarto de número 92, acho um absurdo ter tantos quartos e nem ao menos um elevador, mas aparentemente esse quarto já tem hóspedes.

— HEY!! — Ouço um grito atrás de mim e me deparo com o garoto arrogante, porém lindo, de mais cedo e que estava cantando a canção. — Quer que eu te ajude a encontrar o seu quarto? — ele questiona não parecendo nada feliz com a própria atitude ativista.

— Estou bem. — Mesmo que queira ajuda não gostaria da ajuda dele, principalmente porque não está agindo por que quer, parece que está fazendo o que as pessoas esperam que ele faça.

— Você subiu as escadas com todas essas malas?

— Posso encontrar o meu quarto sozinha.

— Por que simplesmente não aceita a minha ajuda? — Sua expressão impassiva passa para irritada.

— Porque você não quer ajudar. — A timidez que senti quando estava conversando com Luke sumiu ao entrar nessa discussão com o senhor sem nome.

— Eu estou oferecendo a minha ajuda.

— Porque é o que esperam que você faça. — Dou as costas a ele arrastando as minhas três malas e carregando uma mochila totalmente desajeitada.

Sinto um puxão em uma das minhas mãos e duas das minhas malas estão sendo carregadas por ele enquanto passa à minha frente tomando a direção.

Bufo irritada, só que o acompanho, sei que não conseguirei chegar até onde preciso sozinha.

Poucos passos depois estamos em frente ao elevador que achei não existir e me pergunto como posso ser tão desligada?

— Como não viu o elevador? — pergunta ele sem nem ao menos olhar em minha direção, mas parecendo adivinhar os meus pensamentos.

— Não prestei atenção.

E de fato não prestei, estava deslumbrada com tudo o que estava à minha frente, aliás ainda estou, e acabei me confundindo.

Sua resposta é balançar a cabeça irritadamente em negação.

— Então, vai me dizer seu nome ou vou ter que adivinhar? — questiono a ele esperando uma resposta que demora mais do que o necessário para vir e não é a que eu estava esperando.

Livros, Música e Nova York - (Resilience Livro I) [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora