Charlotte
Eu poderia dizer que as lágrimas que estou derramando são por causa da música que acabei de ouvir, porém acabei batendo o dedo mindinho no batente da porta de um quarto que acabo de notar não ser o meu, com a dor repentina derrubei todas as malas recheadas com as minhas roupas e os meus livros no chão e as lágrimas foram instantâneas.
Só que fico triste em saber que ele não possui mais sua mãe e fico pensando o que seria de mim se a minha não estivesse mais presente, como eu poderia pensar em viver sem ela e pensando sobre o assunto vejo o quanto esse garoto é forte.
— O que você está fazendo aqui? — pergunta ele rispidamente.
Com certa dificuldade alcanço as malas pesadas do chão pronta para seguir meu caminho sem dar a ele a satisfação da minha resposta, saio pela porta da qual entrei determinada em encontrar o meu quarto.
A primeira coisa que vi quando passei pelas portas do prédio foi uma sala enorme, onde logicamente os alunos passam seu tempo livre, e uma escada, comecei a subir os degraus dela procurando pelo quarto de número 92, acho um absurdo ter tantos quartos e nem ao menos um elevador, mas aparentemente esse quarto já tem hóspedes.
— HEY!! — Ouço um grito atrás de mim e me deparo com o garoto arrogante, porém lindo, de mais cedo e que estava cantando a canção. — Quer que eu te ajude a encontrar o seu quarto? — ele questiona não parecendo nada feliz com a própria atitude ativista.
— Estou bem. — Mesmo que queira ajuda não gostaria da ajuda dele, principalmente porque não está agindo por que quer, parece que está fazendo o que as pessoas esperam que ele faça.
— Você subiu as escadas com todas essas malas?
— Posso encontrar o meu quarto sozinha.
— Por que simplesmente não aceita a minha ajuda? — Sua expressão impassiva passa para irritada.
— Porque você não quer ajudar. — A timidez que senti quando estava conversando com Luke sumiu ao entrar nessa discussão com o senhor sem nome.
— Eu estou oferecendo a minha ajuda.
— Porque é o que esperam que você faça. — Dou as costas a ele arrastando as minhas três malas e carregando uma mochila totalmente desajeitada.
Sinto um puxão em uma das minhas mãos e duas das minhas malas estão sendo carregadas por ele enquanto passa à minha frente tomando a direção.
Bufo irritada, só que o acompanho, sei que não conseguirei chegar até onde preciso sozinha.
Poucos passos depois estamos em frente ao elevador que achei não existir e me pergunto como posso ser tão desligada?
— Como não viu o elevador? — pergunta ele sem nem ao menos olhar em minha direção, mas parecendo adivinhar os meus pensamentos.
— Não prestei atenção.
E de fato não prestei, estava deslumbrada com tudo o que estava à minha frente, aliás ainda estou, e acabei me confundindo.
Sua resposta é balançar a cabeça irritadamente em negação.
— Então, vai me dizer seu nome ou vou ter que adivinhar? — questiono a ele esperando uma resposta que demora mais do que o necessário para vir e não é a que eu estava esperando.
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Livros, Música e Nova York - (Resilience Livro I) [DEGUSTAÇÃO]
RomanceCharlotte de Luca, nasceu no Brasil, na grande cidade chamada Curitiba, mora em uma pequena casa com sua mãe, mas sonha em viver uma aventura em Nova York, estudar Jornalismo em uma das maiores universidades: a NYU. Mas não imagina que vai encontrar...