Ele era um Uzumaki,

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 — Naruto, por favor, estamos preocupados com você. — Não deveria insistir, estava errada em pressioná-lo tanto, mas seu instinto materno não descansava em querer ajudá-lo, não depois do estado em que ele chegou.

Seu menino perdia o brilho nos olhos a cada dia.

Junto da sua vontade de continuar caminhando vivo, esvaindo-se tão rápido como sua respiração.

Seu coração rachava quando via o loiro naquele estado, na pior situação que ele já chegou, e já imaginava qual era a próxima, mesmo com seu peito apertado e sangrando com esses pensamentos, todos sabiam e temiam.

— E-Eu... — Abraçou o menor quando ele começou a tremer e lacrimejar.

— Shii, está tudo bem, ok? Me perdoe, me perdoa... — Tentou acalmá-lo enquanto sinalizava para Shizune chamar os enfermeiros, seu pequeno começaria a hiperventilar. Aproximou-se do Uzumaki que olhou-a alarmado e tentou se afastar desesperado.

— N-Não! E-Eu vou te... — Calou-o embrulhando o corpo pequeno em seus braços, não deixando ele ver as finas lágrimas que escorriam de seus olhos.

— Você não vai, está tudo bem. — Assegurou, fechando fortemente os ao senti-lo tremer e chorar baixinho.

— M-Mas eles d-disseram. — Soluçou com medo de retribuir o contato e acabar condenando a Senju de alguma forma.

Ele sempre fazia isso.

Condenava as pessoas à morte e quando percebia, suas mãos estavam manchadas de sangue.

— Eles estão errados. — Afirmou. — Quer dormir um pouco? — Naruto assentiu trêmulo, fungando.

— M-Mas aquilo vai estar l-lá d-de novo.., não vai? — Ainda existia aquilo. Por Kami, quando ele finalmente teria paz?

— Não vão estar, eu prometo. — Vendo o medo do loiro, afastou-se o suficiente para retirar um colar de seu pescoço e envolveu o do menor, encaixando o feixe e admirando a pedra amarrada pela linha. — Eu te garanto, ok? Não precisa ter medo, estarei lá com você o tempo todo pelo colar. — E assim, começou a ninar Naruto, que exausto caiu no sono após cinco minutos. Hesitou em deixá-lo nas mãos das enfermeiras, não queria soltá-lo, ele precisava tanto daquilo, mas era para o bem dele. Despreparada, a qualquer momento, Naruto poderia hiperventilar, e ela não conseguiria fazer nada.

Observando o loiro ser retirado por uma maca, andou cambaleante até a recepção onde um casal tão desesperado quanto si esperava por noticias.

— Tsunade-san! — Iruka exclamou ao vê-la, correndo até si e segurou seus ombros, olhando firmemente para seus olhos. — Cadê o Naruto? Como ele está? — De forma mais calma porém cautelosa, — tendo medo da resposta que a psicóloga poderia oferecer — Kakashi juntou-se ao marido.

— Venham até minha sala, por favor. Isso não é assunto para esse lugar. — Convidou-os olhando ao redor de forma afiada, mirando nas enfermeiras que amavam espalhar informações confidencias da clínica e pacientes pela rua e tinham uma aversão do casal Hatake. — Sintam-se a vontade.

— Agradeço a comodidade, Tsunade-sama, mas precisamos saber sobre o Naruto. — O albino interrompeu antes que Iruka surtasse, mas tomando o lugar no sofá em frente a mesa em que a loira sentou-se.

— Quando o busquei, e-eu não sei explicar, era como se ele estivesse em uma espécie de transe, torpor. — Respirou fundo para impedir que sua voz fraquejasse. — Chiyo me ligou assim que acordou e ouviu murmúrios na cozinha, que possuía um cheiro forte de produtos de limpeza, e quando chegou, Naruto estava lá, limpando a cozinha e o deck para o jardim.

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