Seu nome é Naruto,

100 17 0
                                    

Observou atentamente Naruto tremendo, em completo silêncio.

Em outros casos, pensaria que ele estivesse morto, e só o pensamento lhe desesperava por completo, porém não sabia se ficava feliz ou preocupado ao ver o peito dele subir e descer de forma rápida, respirando quase dolorosamente.

Não se aproximou, somente ergueu-se e ficou atrás do loiro, fora de seu campo de visão. A cada segundo a respiração acelerava e o menor tremia mais, porém tentava segurar e aguentar o que quer que fosse.

Ponderou bastante antes de se aproximar e abaixar-se na altura do menor, respirando fundo antes de dizer: — Naruto? — Isso pareceu acordá-lo. Ele parou de tremer consideravelmente e tentou normalizar a respiração, enquanto Sasuke tremia de euforia.

Ele o reconheceu.

Hesitante, repousou a mão em seu ombro, fazendo sua respiração falhar e tentar tirá-la lentamente, mas ao ver sangue nelas arregalou os olhos as olhou fixamente, começando a ficar com o olhar nublado.

Não soube o que fazer, muito menos sabia o que estava acontecendo, só conseguiu amparar o loiro quando ele se curvou para frente.

— Narut.. — Interrompeu-se ao ver lágrimas pingarem no piso e nas mãos dele, sentindo seu peito apertar, quase lhe tirando o ar. Calmamente, tampou os olhos do menor e o pegou no colo, andando rapidamente para os corredores esquecidos de Konoha, cambaleando quando o menor debateu-se em seus braços e correu para a lixeira mais próxima vomitar, tendo Sasuke ao seu lado alisando suas costas, tentando lhe acalmar de alguma forma, o que parecia estar funcionando, para sua felicidade.

Assim que Naruto terminou, cambaleou um pouco e caiu inconsciente, nos braços do Uchiha, que cuidadosamente o ajeitou e caminhou até o quarto onde vira o loiro pela última vez.

Estava indo ao seu encontro quando viu aquele ruivo o arrastando para o banheiro. Suigetsu havia finalmente recuperado o acesso ao sistema de Konoha, que perdera após uma modificação na rede, duas semanas atrás. Esperava encontrá-lo na residência dos Hatake, ou teria que invadir o orfanato somente para observá-lo de longe, pensando no futuro deles.

Mas não, agora carregava-o após ele quase entrar em uma crise — ou entrara, Sasuke não entendia, mas tinha suspeitas — e desmaiar. Andou prestando total atenção aos arredores, principalmente quando chegaram perto da recepção.

Suspirou ao entrar no recinto arejado, repousando cuidadosamente o menor na maca meio desconfortável. Observou o semblante meio perturbado que ele exibia, e sem saber como ajudá-lo, sentou-se perto da cabeça e ajeitou-a em seu colo, começando distraidamente a brincar com os fios e fazer um cafuné, sem percebendo, que aos poucos, ambos relaxavam. Sasuke permaneceu fazendo carinho no loiro até cair no sono.

Naruto não teve pesadelos, e Sasuke não teve pensamentos sanguinários, tudo por que estavam na presença um do outro.

Após uma semana, Naruto fugiu novamente do orfanato. Estava jogado no sofá da casa de Kakashi e Iruka, mexendo no celular que ganhou de presente aos dezessete. Curiosamente, ninguém mais lhe atentou no local, ainda lançavam-o olhares tortos e sussurros maldosos, porém estar lá passou a ser mais confortável. Foi mudado de dormitório, agora dormia sozinho em um quarto consideravelmente grande, onde passava a maior parte do tempo.

No mais profundo tédio, desligou o aparelho e ajeitou-se no estofado para dormir, sobressaltando ao ouvir uma notificação chegar. Resmungou meio sonolento e preguiçoso, esticando a mão para alcançar o celular e lendo confuso a mensagem que Tsunade mandara, pedindo que fosse até a clínica para um check-up.

Não entendeu, mas não contestou, ergueu-se de forma demorada e ajeitou sua roupa, apenas tirando o amasso que deitar ali causou, saiu pela janela e a trancou por fora, — já que não tinha a chave e na maioria das vezes invadia a bela residência — deixando-a escapar de suas mãos e assim caindo, batendo forte o suficiente para descer o feixe. Caminhou tranquilamente pelas ruas, respirando fundo e adentrando o ambiente gelado da clínica assim que chegou, ignorando os olhares e a recepcionista, olhando para a tela do aparelho vendo a sala em que deveria aguardar a chegada da loira.

SōbyōOnde histórias criam vida. Descubra agora