Ato III: Pretexto ≠ Sinceridade

635 93 43
                                    

Dividindo opiniões parte 2 😪🤙

O álcool já tinha subido (sutilmente) à cabeça do Yang e o mesmo estava começando a se sentir a pessoa mais revigorada daquele lugar. Dançava com sua alma e toda energia que possuía, esquecendo todas as preocupações que um dia tivera e esperava continuar com esse sentimento até o final da noite. Porém, quando viu o Seo entrando no salão com os olhos murchos, estranhou.

(Não era ele que tava todo felizão ainda agora?)

Deu de ombros e caminhou até o menor afim de puxa-lo para a pista e descontrai-lo, mas o mesmo apenas negou com a cabeça e a mão livre, indo para o bar. O Yang revirou os olhos e fez outra tentativa.

— Eu sou sua fada madrinha, tá lembrado? Se não fosse por mim, o Minnie nem estaria aqui hoje. — Repousou os antebraços no balcão, ao lado do moreno e se aproximou para ele poder o ouvir. — O que rolou? — Changbin virou rápido o copo de refrigerante (uma mistura suspeita, eu diria) e fechou os olhos aos suspiros.

— Não é nada. Obrigado por tentar me ajudar. — Levantou tão rápido que o Yang chegou a se desequilibrar com o susto que levou. Franziu o cenho.

(Por que esse idiota está agindo assim?)

Correu atrás do menor cambaleando e gritou pelo mesmo, já na parte exterior do salão.

— Hey! Não vai me contar o que aconteceu? Brigou com o Minnie? Fez algo errado? Olha, o que eu falei sobre pega-- — Parou de falar no mesmo instante que Changbin parou de caminhar e virou para olhá-lo.

— Eu não gosto dele. — O mais alto fez careta, incrédulo.

— Você tá brincando com a minha cara, né? — Viu Changbin engolir em seco. — Tá tentando se convencer disso por quê? — O outro desviou o olhar.

— Carência faz isso com as pessoas. Faz parecer amor onde não existe. — O Yang continuou a ouvir aquele discurso furado (e que no fundo fazia muito sentido) com o cinismo estampado no rosto.

(E as considerações pelo meu trabalho duro pra juntar esses dois foi pra onde? Pra puta que pariu?)

Soltou um riso nasalado. Caminhou tropeçando nos próprios pés e quase atravessou o Seo quando chegou perto do moreno. Risonho, deixou um beijo demorado no canto dos lábios do outro que travou com o ato, implausível do outro. Estava chocado. Quando o maior se afastou e sorriu, Changbin sentiu o arrepio estranho se fazer presente.

— Você não está carente, só está desistindo muito fácil. Ou você está "carente"? — Fez as aspas desajeitadamente com os dedos e gargalhou baixinho antes de balançar se copo já vazio e virar as costas.

Changbin estava confuso. E um tanto intrigado.

🌈⁴*⁴🌈

— Hey, merda, onde você tava? — Jisung levou um susto quando ouviu a voz sussurrada de Minho perto de si. Bufou e virou para olhá-lo, mas falhou quando foi imprensado contra os armários e sentiu o corpo do maior ser pressionado ao seu. Entrou em desespero, outra tentativa falha de virar-se fez Han começar a soar frio.

— Para, por favor-

— Ah Jisung, você gostou da última vez-- — Forçou-se para trás como toda força que tinha, mas falhou outra vez.

— PARA, PARA, MINHO! — Começou a se debater, desta vez conseguindo o que queria. Virou-se rapidamente e o Lee não conseguiu esconder a surpresa quando viu o rosto molhado do acastanhado. Voltou à sua pose durona e levou as mãos aos bolsos com sua expressão de desgosto.

— Para de chorar. — Jisung mordeu os lábios, ainda chorando agachou-se e cobriu o rosto com as mãos.

— Eu não sou assim... — Ouviu o maior soltar um riso anasalado e começar a caminhar de um lado para o outro. — Você não me respondeu desde aquele dia...

— E daí? — A saliva maltratou sua garganta deixando-o ainda mais amargurado.

— Você beijou o Felix... Ele é meu amigo... — Outra risada cheia de sarcasmo.

— E daí, Jisung? Não vai dizer que se apaixonou por mim só com uma mamada... — O acastanhado finalmente levantou-se e encarou o outro, sem um sentimento certo para expor no rosto. Talvez raiva.

— Você disse que eu era diferente! — Gritou, totalmente frustado.

Pobre Hannie, como pôde ser inocente e se apegar tão fácil às mentiras de Minho? Logo Lee Minho?

— Você acha mesmo que é diferente? — O sorriso ladino do moreno só deixou Jisung ainda mais fora de si.

— Então por que tá aqui? Por que veio me procurar já que sou tão substituível? Hein?! — Foi contrariado e o semblante sério tornou Jisung mais confiante naquela situação. Não tinha medo de passar por cima do outro mesmo sabendo que era o mais vulnerável ali. — Você acha que os sentimentos dos outros é uma brincadeira, não é? Que nosso corpo é algo descartável que você usa e joga fora? — Limpou as lágrimas, ainda ditando seriamente aquelas palavras. — Espero que um dia encontre alguém que quebre seu coração também. Talvez assim você entenda que somos seres humanos com sentimentos, não um parque de diversões. — Em passos largos, saiu do pátio principal, não sem antes esbarrar propositalmente no ombro do Lee que ficou encarando o vazio com um sorriso opróbrio.

4 x 4 = Sentimentos e ConfusõesOnde histórias criam vida. Descubra agora