Ato IV: Medo + Resistência = Mentiras

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Jisung perdeu a coordenação motora e a capacidade de raciocinar quando viu Minho entrar no seu quarto com seus pertences e jogar sobre a cama de Hyunjin. Observou o loiro organizá-se com receio.

(Por que diabos você está aqui?!)

Minho, quando terminou o que fazia, deitou-se na cama usando o celular. Jisung estava tão fora de si que só conseguiu se levantar e caminhar vagarosamente até a porta tentando abri-la, mas falhou.

— Tá procurando alguma coisa? — Jisung encarou a fechadura por um instante e fitou as próprias mãos trêmulas.

(Você já fez isso antes, pode fazer outra vez!)

Virou-se lentamente e encarou o maior.

— Esse quarto é meu e do Hyunjin. — O Lee revirou os olhos e voltou a usar o celular.

— Não é como se eu não soubesse. Ele não vai voltar. — Han franziu o cenho. — Acredito que ele e o Felix vão ter uma longa noite... — Comentou mostrando desgosto e Jisung acabou piscando os olhos algumas vezes.

(Hyunjin vacilão, me deixou com o demônio)

Apontou para a porta.

— A chave. — Minho expirou alto e encarou o acastanhado, sugestivo.

— Só vou abrir com uma condição. — Disse simplista e Jisung sentiu seu corpo arrepiar. Sabia que coisa boa não estava por vim. Analisou o quarto e caminhou até a varanda.

— Sem problemas, eu posso pular da sacada. — Ameaçou fazer o que dissera quando ganhou a atenção do loiro. Minho sabia que Han não teria coragem para tal coisa, então levantou e caminhou até o menino, deixando-o pressionado quando o Lee parou na porta da varanda.

— Você não tem coragem. — Jisung estava mais assustado do que queria, só queria socar a cara desse idiota, mas fugir estava no topo da sua lista. O mais alto se aproximou ainda mais e deixou o corpo dos dois colado o bastante para poder marcar o rosto e pescoço do Han, indo contra seus grunhidos de reprovação e resistência. A falta de força estava fazendo Jisung repensar sobre como Minho era um desgraçado, mas que era gostoso pra caralho. Talvez no fundo estava mais desejando aquilo do que recuando. Deslizou a perna dentre as de Jisung depois de terminar os chupões em sua bochecha e pescoço, e segurou o apoio da sacada prendendo o menor ali. Quando Han notou que não tinha saída, começou a entrar em desespero.

(Por que estou cedendo tão fácil?! Não era isso que eu queria!)

— E pelo visto nem vergonha também. — Pressionou com a coxa o membro já estigado do menor e Jisung tapou a boca rapidamente com as mãos abafando seu gemido sôfrego. Arregalou os olhos assistindo Minho rir da sua reação, puramente satisfeito ao saber que Jisung não se seguraria por muito tempo. Jisung voltou a empurrar o outro, mas não surtia efeito algum no maior que apenas ria. Aproximou o rosto do acastanhado e encarou o olhos bonitos e os lábios atraentes do menino.

(Hum...)

Viu que Jisung estava mais uma vez em choque e se aproveitou disso. Juntou os lábios dos dois e deixou o apoio da sacada para segurar a cintura fina do Han. Infelizmente (ou felizmente) Jisung se tornou absorto. Se xingando mentalmente e lutando contra a vontade de se afastar e agredir o loiro, relaxou as mãos sobre o peitoral do maior e deu permissão para a língua do outro dançar junto à sua.

Estava se odiando, sim. Mas não podia negar que o beijo de Minho era uma das coisas mais intrigantes que já havia provado e que o mesmo conseguia lhe desestruturar apenas com um toque. Odiava Minho ainda mais.

Lembrou de quando pagou um boquete para o Lee e sentiu uma pontada no baixo ventre. Podia ter ficado "traumatizado" depois daquele ato, mas no calor do momento havia sido absurdamente viciante sentir o membro do outro pulsar em sua garganta, a língua deslizar nas veias que saltavam fazendo as lágrimas surgir em seus olhos e deixando-o ao delírio com o corpo mole. Mesmo que negasse e lutasse contra a verdade, Jisung queria mais daquilo, muito mais.

4 x 4 = Sentimentos e ConfusõesOnde histórias criam vida. Descubra agora