Ato V: Confissão = confusão

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Changbin estava pensativo, vez ou outra era pego por Jeongin enquanto o olhava. Se perguntava o que passava na cabeça do outro, se estava o torturando mentalmente ou somente planejando como sumiria com seu corpo morto.

Riu fraco, consigo mesmo encarando o taça de sorvete à sua frente.

Parou pra lembrar da primeira vez que tinha visto o moreno. Ele sempre lhe pareceu responsável, pé no chão e não demonstrava muito o que sentia. Sendo sincero, nunca prestou muita atenção nele. Talvez ele precisasse olhar mais ao seu redor, já que só tinha olhos para Seungmin anteriormente.

Travou a mandíbula.

Também estranhava o fato de ter sentimentos diferentes por Jeongin tão rapidamente. De repente, aquele simples selinho fez Seungmin sumir como mágica da sua cabeça e isso é intrigante.

Só queria entender porque aquilo não passava, já que era apenas "carência"...

Engoliu a saliva rapidamente e sentiu o corpo gelar quando viu alguém conhecido um pouco distante da sua mesa. Viu a pessoa acenar e chamar por si, se aproximando da mesa. Sentindo a respiração falhar, piscou os olhos algumas vezes e olhou Jeongin de relance vendo o menino com a expressão usual, neutra, conversando com Seungmin.

— Ah, oi Jinnie~ — Depois de sorrir largo para Changbin, também acenou para Hyunjin que era outro conhecido e cumprimentou o resto da mesa. Changbin, receoso, puxou a cadeira ao lado de si para o rapaz sentar e recebeu um abraço caloroso que por falta de raciocínio do Seo, não foi correspondido. Com a cabeça sutilmente baixa, olhou Jeongin outra vez e notou que agora o maior fitava o loiro com curiosidade e confusão. Com certeza se perguntava quem diabos era aquele.

— Não vai apresentar seu amigo, Hyunjin? — Felix cruzou os braços pra olhar o namorado, claramente enciumado e o moreno, com a mão no 🆒 apenas riu sabendo que aquela situação lhe daria dor de cabeça pelo resto do dia.

— Desculpem minha falta de educação, meu nome é Wooyoung. Sou amigo de infância dos meninos. — Sorriu para o grupo e se voltou para Changbin, ditando com o tom mais baixo: — Por que não foi na minha casa ontem? — O moreno moveu os olhos rapidamente para os amigos que lhe observavam curiosos. Até mesmo os Hyunlix enquanto trocavam farpas.

— Desculpe, tinha coisas pra fazer... — Mais uma vez olhou Jeongin, este que só desviou o olhar. Isso lhe doeu. Wooyoung, que não era bobo nem nada, notou que o menor estava incomodado com a presença repentina do mesmo, então se afastou olhando os presentes na mesa.

— Uh, acho que apenas me meti aqui. Não quero incomodar. — Deixou um beijo na bochecha, bem perto da boca do Seo e se levantou, olhando-o. — Te vejo amanhã. — Acenou novamente para os rostos assustados da mesa e se afastou. Changbin sentiu a saliva rasgar sua garganta e ousou olhar o Yang à sua frente, que certamente, não conseguiu disfarçar o choque, enquanto tinha seus lábios levemente separados encarando um lugar qualquer fixamente.

— Que porra foi essa? — Hyunjin questionou expondo sua perplexidade com o alto tom de voz. — Você tá ficando com o Wooyoung? — Changbin apenas coçou a nuca. Não tinha muito o que falar, Hyunjin não estava errado. Pela milésima vez, fitou Jeongin. Aparentemente, isso não afetava mais ele. O menino estava bem pleno tomando seu milkshake e usando o celular.

Já chegou a concordar com o Yang sobre "estar carente" e pensar "talvez, se beijar outra pessoa, isso possa mudar" e...

(Eu estava errado.

Mas agora, Jeongin não quer nem olhar na minha cara.

Chances abaixo de zero)

🌈⁴*⁴🌈

— Eu gosto daqui... — Minho falou baixinho, admirando o pôr do sol enquanto brincava com um pedaço de mato qualquer.

— Achei que não fazia seu tipo, aliás, o burguês safado que é... — O Lee riu olhando o moreno ao seu lado. Não podia negar, Jisung era tão bonito que não parecia ser real. Tendo a luz do sol se pondo beijando sua pele o fazia parecer intocável, como se fosse uma imagem sagrada. Sentiu o canto do lábio curva-se. Parecia um louco apaixonado com aqueles pensamentos.

— Sou um burguês safado e com bom gosto... — Apoiou aos mãos na grama, atrás de si, inclinando-se para olhar o céu com mistura de azul, amarelo e rosa. Aquela tarde estava absurdamente linda. Jisung deixou a bela vista de lado e fitou Minho.

(Se ele não fosse um porre...)

— Minho... — Ouviu um "hm" quase inaudível e continuou. — Por que você me odiava tanto? — Viu o pomo de Adão do loiro subir e descer rapidamente e ganhou o olhar sereno do maior sobre si. O Lee pareceu pensar um pouco e suspirou, começando a se pronunciar.

— Eu não sei. Eu apenas odiava todo mundo. — Deu de ombros, negando. — Acho que não consigo confiar em ninguém e acabo agindo por impulso. Ainda não confio em você também, mas me sinto confortável com você mais do que com qualquer um. — Umideceu os lábios quando viu um sorriso minúsculo surgir nos lábios de Jisung.

Arh! Só queria dizer tudo o que sentia pra ele! Por que era tão difícil?!

Voltou a olhar o sol desaparecendo e bufou, sentindo o corpo arrepiar.

— Desculpe. — O Han arregalou os olhos se perguntando se ouviu bem.

(Minho está pedindo desculpas?)

— Por tudo. Pela maneira estúpida que agi com você quando te conheci, por te forçar a fazer coisas que não queria e por machucar seus sentimentos. — Tombou a cabeça para o lado e observou a expressão estupefata do acastanhado. — Sinto que... De uns tempos pra cá, você fez muitas coisas mudarem aqui — Apontou para a cabeça e em seguida, para o peito. — E aqui. Ainda não tenho certeza o que são essas coisas estranhas que estou sentindo, mas me faz querer ser alguém melhor. Faz eu me arrepender de ter sido quem fui no passado. — Admirou Han por um instante e suspirou com um sorriso pequeno e verdadeiro. — Faz eu querer está com você. — Han estava em choque. Havia perdido todas as palavras no "desculpe". Quem era aquele e o que fez com o Minho babaca que conheceu? Estava perdido, de fato, mas também estava muito feliz com o que ouvia.

Infelizmente não conseguia definir o que sentia por Minho naquele momento, mas sabia que não era algo tão ruim como antes.

— Sabe, isso quer dizer que está livre agora. — Jisung franziu o cenho. — Eu não vou mais te encher, te forçar à algo. Não vou ficar mais no seu pé. — Apertou os lábios. — Você está livre de mim.

(... Livre de você?)

'-'

Vou passar pano pro Changbin.

4 x 4 = Sentimentos e ConfusõesOnde histórias criam vida. Descubra agora