Alguns dias se passaram, eu estava em minha oficina e Edith ficava na biblioteca escrevendo o seu fantástico livro. Ela tinha uma facilidade para descrever fantasmas exatamente como se os vissem, teoricamente a história que Edith escrevia era de um romance com fantasmas no meio, algo fascinante. Escutei uma batida na porta- Pode entrar!- falei e logo ouvi a mais doce voz- Thomas, estava te procurando!
Edith observava encantada cada coisa de minha oficina, coisa que nenhumas das minhas ex mulheres falecidas gostavam, mas Edith...ah Edith, ela era especial. Eu parei ao lado de Edith que usava sei vestido amarelo canário reluzente e observei a expressão dela de apaixonada pelos simples objetos de madeira que eu fazia ali- Eu fazia para Lucille quando éramos crianças, vivíamos trancados aqui quando tentávamos fugir das broncas e surras de nossa mãe!- Edith sorriu e eu apertei um botão mostrando como funcionava o objeto a frente e Edith maravilhada olhava cada detalhe minimalista do objeto- Tão diferente!- balbuciei e notei ela me olhar sorrindo- O que disse?
Você é tão diferente de outras mulheres que eu conheci Edith!- falei acariciando seu rosto e percebendo sua pele quente e aveludada que soltava um sorriso tímido, ela mesmo sendo minha esposa, ainda não tínhamos tido nenhuma relação para consumar o casamento, pois eu preferi respeitar o luto dela até o momento que ela se sentisse confortável. Edith me beijou, não era um beijo comum, dessa vez era um beijo com anseios, anseios de ter algo ou fazer algo.
Eu me entreguei naquele beijo cheio de amor que ela dava e fazia brotar um sentimento em mim que durante anos vivia isolado e não sabia o que era amor. Os beijos iam ficando mais intensos e logo a coloquei sentada no balcão da oficina e passei minha mão em suas pernas na qual ela pegou entre o beijo que infelizmente não continuou devido a uma infortúnia entrada- Ah achamos vocês!- Lucille falou entrando com o Parks, cachorro que era de Enola na qual eu havia escondido para que ele também não fosse morto, mas ele e Edith ficaram muito ligados e então eu deixei ele com ela.
Toma, beba o seu chá!- Lucille falou entregando o chá para mim e outro para Edith e eu encarei minha irmã com a cara mais seria para ver se ela entendia que naquele momento a presença dela não era bem vinda. Edith bebeu o chá e de bom coração ajudou Lucille a levar a louça do chá para a cozinha e eu fiquei ali tentando criar uma peça para a máquina. Edith brincava com o cachorro na parte externa da casa e eu acabei tendo uma severa discussão com Lucille- O que você ia fazer?
Como é?- falei tirando o óculos de leitura da cara- O que ia fazer com Edith, ter um filho?- olhei para Lucille que ferveu em brasa com o que eu soltei em frente a ela- Ela é minha esposa Lucille e não seria má ideia continuar o legado Sharper com uma pessoa tão encantadora como Edith!- Lucille me deu o maior tapa de todos em meu rosto e com expressão de demônio me encarou- Você prometeu, prometeu que estaria nessa como esteve nas outras vezes, mas agora desistiu, nem pra cama comigo vai mais e era eu que ia continuar o legado Sharper com você mas aquela Enola não cumpriu com o acordo dela então virou mais um corante para a argila!
Lucille você poderia por favor, uma vez na sua vida parar de pensar em dinheiro e pensar em mudar de vida?- falei pegando ela pelo braço que me encarou- Eu penso todos os dias, por isso quero o dinheiro de Edith, arrumamos essa casa Thomas, viveremos aqui só eu e você meu querido irmão e viveremos felizes!- ela falou sínica e me encarando- Hoje a noite no meu quarto, não se atrase e lembre-se, se pensar em desistir, Edith virará argila antes do prazo!
Onde eu me enfiei!- falei balançando a cabeça e sai para ver a questão da máquina, a liguei e ela funcionava mas por um momento parou de funcionar travando as correias de ignição e movimento das pás, eu então coloquei a minha mão ali e fiz sinal ao Fritz para que ele ligasse a máquina e logo senti uma vapor queimas minha mão e a corrente deixando uma enorme marca na palma que estava vermelha.
Edith me socorreu e me levou a cozinha para fazer uns curativos- Seu pai agora me aceitaria, já que mãos calejadas me faz agora ser um homem digno de você!- Edith sorriu de canto e me deu um beijo no rosto quando finalizou o curativo e disse- Você é digno Thomas, digno de ter a mim isso é o importante!- sorri e logo Lucille chegou trazendo as cartas- Chegaram mais cartas e ah Thomas, as peças da sua máquina que pediu, elas chegaram, Edith isso é pra você lá da América!- ela falou e tirou o casaco e soltou- Está um enorme frio lá fora, geada e neva-rá,vou tomar uma banho e me aquecer!
Olhei para Edith que guardava as coisas de primeiros socorros na caixa e logo soltou- Como é a neve aqui, deve ser encantadora!- eu sorri e gentilmente soltei algo que percebi a sua preocupação- Sim, é muito bonito, a neve cai e deixa uma fina camada sob a terra e fica vermelha, por isso a chamamos de colina escarlate!
Colina escarlate?- Edith me encarou apreensiva e eu notei sua preocupação e aquilo me deixou preocupado- Sim, colina escarlate, algum problema?- ela balançou a cabeça e eu a dei um beijo na testa em agradecimento pelo curativo que recebeu um singelo beijo dela- Vou voltar ao meu livro, depois te mostro!- sorri ao ver a total dedicação de Edith e balancei a cabeça em positivo fazendo ela sorrir e sair. Escutei um barulho vindo atrás de mim e pensei ser Lucille mas para minha surpresa mais um fantasma, novamente minha mãe que soltou- Lucille, Lucille...- olhei para mamãe e questionei o que era agora que ela queria me falar- O que tem Lucille?
Vingança, ódio, sangue e Edith....cuidado Thomas ou terá meu fim, assim como ela planeja dar um fim em Edith, essa casa é contaminada de dor e sofrimento, fantasmas presos, você está preso por Lucille...se liberta Thomas, se liberta, proteja Edith!- pela primeira vez senti um arrepio gélido em minha espinha, não queria ver nem Edith morta e muito menos eu e pensei que talvez fugir de Lucille seria a melhor opção, mas no tempo da nevasca seria impossível.
Eu fui para meu quarto me banhar e depois sentado na cama pensei em como minha vida era exatamente aquela casa...uma ruína, mas com Edith agora poderia ser diferente e estava, eu a ansiava de corpo e alma, a queria pra mim pelo menos por uma noite poder senti-la por inteira, mas meu objetivo agora com Edith é cuidar dela e quem sabe no futuro poder ter meu legado com o dela correndo pela nossa casa e me trazendo o que eu mais ansiava desde criança...uma família!
Uma batida ecoou na porta mostrando a figura de minha bela esposa que sentou ao meu lado- Está tudo bem querido?- Edith falou acariciando meu rosto- Está, eu estava pensando em umas coisas aqui, nada demais meu amor!- falei beijando aqueles lábios rosados dela que sorriu e logo o barulho do piano ecoou chamando a atenção de Edith que desceu- Realmente ela é diferente!- balbuciei baixo e observei Edith descer as escadas delicadamente indo até a sala do piano onde Lucille tocava e eu fiquei ali de prontidão esperando para ver o que acontecia!
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Vermelho Fúcsia- A colina escarlate sob a visão de Thomas Sharper (Concluída)
Fanfiction[HISTÓRIA CONCLUIDA] Naquela colina, sob o mar de argila rubra cor de sangue havia uma história assustadora e de romance. Naquela casa de estilo gótico existia um homem atormentado pela sombra da irmã, pela maldição da família, pelo ódio e achando q...
