Capítulo 2- América e suas belezas.

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Bufallo-Nova York

Eu estava me banhando sozinho em meu quarto do hotel, enquanto Lucille dava uma volta. Eu fitava o chão e logo ouvi meu nome novamente e a figura de mamãe aparecendo para mim soltando novamente o mesmo nome que soltou meses atrás na mansão Sharper.

Um suspiro ecoou de minha boca, e eu pensava "quem era realmente minha pessoa?", talvez um louco em busca de amor, um psicótico capaz de aceitar atrocidades feitas pela irmã, uma criatura presa as suas ambições.

Me vesti e fui até o escritório do senhor Cusher para falar com ele e assim que entrei eu vi uma coisa puramente bela, como nunca havia visto antes. Seu enorme vestido cor de areia e cabelos loiros com sorriso delicado no rosto eram um fascínio, centrada na máquina de datilografia a mesma parou para me dizer onde o senhor Cusher estaria.

Histórias de fantasmas, quem quer que escreveu isso gosta de um romance, possui criatividade e gosta de coisas exóticas!- falei analisando o papel falando com a jovem que sorriu e me surpreendeu quando disse- Eu que escrevi!

Sério?- falei sorrindo entusiasmado- Impressionante, sabe de onde venho, os fantasmas são meramente respeitados!- eu encantado com tal fascínio da jovem fui interrompido pelo senhor Cusher- Senhor Sharper, vejo que conheceu minha filha Edith, bem, vamos falar de negócios!

Edith, algo em mim gritou alto como se dissesse... É ela, novamente a voz de minha mãe ecoou em minha cabeça- Não cometa o mesmo erro de antes, Edith, Edith é a salvação!- a voz ecoou em minha cabeça até que o senhor Cusher me interrompeu para que eu apresentasse minha proposta de negócio.

A argila escarlate é a mais pura e rica em toda Londres, com ela pode se fazer telhas, tijolos, tudo que chame a atenção com amais bela cor rubra-Falei e observei a bela jovem entrando pela porta da sala- Aqui está uma réplica fiel de uma de minhas invenções, ainda em andamento!

Senhor Sharper, o senhor testou essa máquina?- o senhor Cusher me chamou para ser franco- Não senhor, ela ainda está em andamento,faltam algumas coisas....-ele estudou o peito e rudemente soltou- Então tens um brinquedo, meu caro eu compro terras e não brinquedos.- Ele falou abrindo um papelete preto e soltando os meus Infortúnios-O senhor tentou capital em Londres, Edimburgo e Milão...todos um fiasco!

Eu senti o fracasso escorrer dentro de mim, era algo que eu me sentia todos os dias....um fracassado! Eu olhei para a jovem que com pesar me encarou com tristeza, algo em mim dizia que ela era diferente das demais, sem ganância, sem pensar em status, sem se importar com as decepções, ela tinha um fascínio por fantasmas e por livros, era algo que eu contemplava a inteligência.

Ao chegar no hotel, sentei em uma poltrona encarando a janela que mostrava a vista chuvosa e calma, pensava em minha vida até que Lucille veio- Está bem meu querido?- Ela olhou meu semblante sério e pensativo-Sim Lucille, estava aqui com pensamentos, muitos pensamentos!

Maravilha, estava aqui pensando, os McMichel, você pode se casar com a Eunice e eu fico com o irmão dela, envenenou os dois mas com meses de diferença e por fim....a fortuna é nossa!- ela riu triunfante e sagaz, mas cheia de ódio e rancor- Thomas, meu querido, estou carente, se lembra como travamos a carência quando crianças?- ela sentou em meu colo e me desejando mas recusei naquele momento pensando somente em dormir.

Tem algo de estranho com você!- ela falou curiosa- Está desistindo?- olhei para ela e balancei a cabeça em negação- Somente preciso dormir para que a noite possamos ir na casa dos McMichel no tal "baile" que a mãe de Eunice planejou!- falei revirando os olhos e me deitei descansando a mente e os olhos.

Olhei para o canto vazio da cama e desejava algo ao meu lado, algo que me mostrasse o verdadeiro Thomas Sharper. Me sentia a criança mais ingênua e abandonada do mundo, como se nada, absolutamente nada na minha vida fizesse sentido. Eu ainda planejava com Lucille tudo, mas por mais que eu quisesse esse terror em minha vida, os fantasmas do passado me fazia querer mudar para melhor, mas como?

Levantei e me arrumei para o baile, Lucille já tinha saído para a mansão dos McMichel e eu, bem fui até a casa dos Cushing para ver a jovem encantadora. Uma chuva corria pela noite e logo vi duas pessoas saindo da casa, o pai da jovem e o irmão de Eunice, eu então bati na porta e assim que fui atendido pela empregada e entrei na casa ouvi a mais bela voz, doce e delicada da jovem na ponta da escada- Senhor Sharper, o que faz aqui, meu pai não está!

Eu sei, fiquei na chuva, esperando ele sair para falar com você!- falei calmo e educado com ela que sorriu delicadamente- Eu tenho um baile pra ir, na qual não conheço ninguém e gostaria de companhia!

Mas o baile na casa dos McMichel é no leste, o senhor está bem longe, teoricamente no sul!- a jovem falou sorrindo e eu então a pedi novamente- Por favor Edith, peço que vá comigo, uma bela dama não pode ficar sozinha numa casa tão vazia!

Ela sorriu e subiu para se arrumar, descendo com um vestido pérola que a deixou encantadora, a levei até a carruagem que esperava na porta e então fomos até o baile. Edith tinha algo peculiar, encantador, fascinante, algo que qualquer um adoraria em uma mulher, ela era única, teoricamente como um ouro puro que reluzia em meio a tanto caos e tormenta.

Entramos no baile e os olhares se cercaram a nós dois, Lucille tocava o enorme piano de cauda do salão e eu fui cumprimentar os demais e logo a senhora McMichel me chamou para mostrar uma típica valsa europeia. Era visível a ganância de Eunice pelo meu status de barão e por se achar a mais bela ali de todas, eu por outro lado vi a tristeza nos olhos de Edith que foi tratada de forma frivola pela senhora McMichel.

Eu não devo Thomas, mas Eunice adoraria!- ela falou baixo e com medo de algo- Eu sei Edith, mas te convidei para vir comigo, por favor aceite!- falei estendendo a mão e com a outra segurava a vela com uma chama extremamente grande. O som dos violinos e piano ecoaram no salão e Edith flutuava em meio a nossa dança, ela era um anjo, procurando por um coração perdido para amar.

Seus olhos claros mostravam a beleza da alma doce e pura dela, e eu...ah, se eu pudesse desistiria disso, eu sentia algo por ela como nunca senti por outra mulher. Edith era magnífica e encantadora, logo que a valsa acabou minha irmã veio falar comigo e acabou falando com Edith, Lucille parecia ter investigado a vida da jovem e me puxou para conversar.

Estar com Edith me fez ganhar a atenção de sue pai que parecia receoso com algo a meu respeito, era estranho mas mesmo assim eu evitei...evitei até que tudo fosse me perturbar novamente.

Vermelho Fúcsia- A colina escarlate sob a visão de Thomas Sharper (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora