Capítulo 3- Mudança de planos!

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Perfeita escolha Thomas, Edith vai ser mais uma a ter fim trágico como Margareth, Pamela e Enola...- Lucille falou se olhando no espelho do quarto- E assim voltaremos ter a nossa fortuna, reformamos nosso cantinho mágico e por fim viveremos felizes!- ela falou se virando e me encarou curiosa enquanto lia o jornal relembrando o passado- Por quê matou mamãe?

Ela era cruel, não aceitava o fato de eu amar incondicionalmente meu irmãozinho, olha para nós....dois amantes incompreendidos!- ela falava tirando o jornal de minha mão- Fiz o necessário para nós dois!- me levantei tirei minha gravata e abri minha camisa e ela queria que eu passasse a noite com ela mas quando íamos ter, a voz de mamãe em minha mente dizia-"*busque sua salvação, o fim dos Sharper está próximo*".

Era um tormento, eu tinha o dom de ver esses fantasmas e de escutarem eles falarem comigo, ainda escuto os gritos de minhas ex mulheres vindo do quartinho das argilas, aquilo me arrepia e temo pela vida da próxima, mas eu tinha que permanecer ainda com essa ideia maluca pelo bem de minha vida.

Essa Edith, faça tudo que der para que ela caia facilmente no golpe!- Lucille falava olhando o canivete em mãos- Ainda está de pé tudo?- ela me encarou estranhamente e eu balancei a cabeça mostrando que sim. Lucille riu triunfante e então foi dormir, eu fiquei imaginando minha dança com Edith e como ela era graciosa, uma boa escritora que tinha ideias fabulosas e não era supérflua.

Na manhã seguinte estava me aprontando para sair com Edith e minha irmã, Edith com um belo vestido marrom e chapéu na cabeça mostrava sua delicadeza, ela portava seu manuscrito e para ela minha opinião era importante. Uma coisa me chamou a atenção, a forma como o romance da história de Edith se desenvolvia era muito extraordinário, era como se o protagonista se envolvesse com o vilão e mudasse ele por completo.

Eu estava sentado lendo os manuscritos de Edith quando Lucille me chamou de canto para conversar- Tem certeza que é ela mesmo?- Lucille falou mostrando ciúmes- Tenho e quero o anel!- ela questionou rude- Cuidado, ele é meu e fiz por merecer, não vacile Thomas!- suspirei e olhei para ela com um ar de deboche e disse- Não irei, afinal esse anel foi a única coisa que nos restou terei que vender ele!

Não vai precisar, pois ainda compraremos algo com ele!- ela falou tirando o anel e me entregando- Hoje você a pede em casamento, eu cuido do resto!

Tudo parecia nos conformes, eu iria me casar com Edith sim, mas não pensava em fazer mal a ela. O problema que a ganância consumia eu e Lucille, e isso me tornava como um vilão. Eu estava pronto para falar com o senhor Cushing e pedir a bela filha dele em casamento, mas nem tudo saiu como planejado.

Quando chegamos na casa dos Cushing, eu vi Edith toda de amarelo encantadoramente linda e aquilo me mostrou que a minha escolha estava certa em querer tê-la como esposa... Edith era única! - Edith posso falar com você?- falei segurando o anel indo atrás dela mas logo fui interrompido- Senhor Sharper, quero você e sua irmã em meu escritório agora, assunto importante a tratar!- a voz de meu futuro sogro ecoou ali me intimando a comparecer a sala.

Ele começou a falar e duvidava do que eu dizia sobre Edith, eu estava realmente gostando dela? Algo em mim dizia para não esconder meus verdadeiros sentimentos por Edith pois ela podia mudar tudo, ser a salvação de todos os meus pecados. Mas aí meu infortúnio começou quando um envelope pardo me foi entregue com dois papéis, o jornal com morte de mamãe e minha certidão de casamento com Pamela em Edimburgo.

Olhei para o homem com cara de que ele estava equivocado e como ele sabia daquilo tudo? Ele me pediu a coisa mais cruel do mundo a se fazer com a filha com dele, quebrar o coração dela, isso depois de nos dar muito dinheiro para sumir dali...o equivalente a quase os gastos da minha máquina.- Faça isso, ou mesmo falarei para Edith tudo!- o homem falou e eu tive que arquitetar tudo ali na frente de todos no jantar- Tenho um comunicado a fazer, infelizmente eu e minha irmã teremos que voltar a Londres para resolver questões familiares, peço desculpas por qualquer infortúnio e amizade verdadeira...um brinde!- falei estendendo a taça e notei Edith com cara de decepção, ela se levantou da mesa e eu fui atrás dessa vez quebrando o coração dela mais ainda quando falei do livro dela e eu recebi algo em merecimento aquilo, um belo tapa na cara e aquilo me doeu na alma, será que eu estava mudando assim por uma jovem como Edith?

Quando chegamos no hotel, Lucille pegou o canivete e estraçalhou o travesseiro em raiva- Aquele velho maldito me paga, tudo que tínhamos conquistado até agora se perdeu, para onde vamos....Espanha?- ela falou em furia- Esse maldito cheque não paga nem o que planejamos Thomas, eu quero o dinheiro dessa menina nem que eu mate o pai dela e assim farei!

Lucille estava completamente louca, eu esperei ela dormir para então escrever uma carta a Edith, eu ia voltar para Londres mas Lucille não deixou e preferiu manter o plano como ela quis.

Na manhã seguinte, mandei o manuscrito de Edith juntamente com a carta, eu ia embora mas antes ia me despedir de tal com honra. Lucille saiu mais cedo alegando que possuía afazeres importantes e que me encontraria na estação ou talvez não, e assim saiu com uma mala em mão pequena e um sobretudo escuro no corpo.

Eu parei em frente a casa dos Cushing e coloquei os manuscritos na porta e toquei a campainha que foi atendida pela empregada. Eu saí e esperei na carruagem a saída de Edith e então horas depois a vi correndo desesperada pela rua e questionei a empregada para onde Edith estava indo.

Assim que soube do local, eu fui de carruagem até o hotel onde eu e Lucille estávamos, a vi correndo por todos os cantos e logo que entrei no hotel e parei no corredor escutando meu nome vindo da boca de Edith, eu a clamei....-Edith!- e logo vi a felicidade estampada em seu sorriso.

Eu sinto muito Edith, mas seu pai pediu que eu partisse seu coração, pois eu não tenho condições de cuidar de você!- falei baixo me despedindo de Edith e logo ela me beijou. Estávamos bem até que fomos interrompidos por um homem que nos encontrou e trouxe notícias do pai de Edith que estava morto, aquilo só podia ser coisa de Lucille que possivelmente não se satisfez com o dinheiro dado e preferiu manter o controle do plano todo, agora que Edith está realmente sem ninguém, eu serei o protetor dela a todo custo, usarei de artifícios para enganar Lucille e não mostrar que eu estava fora de cometer mais uma terrível crueldade contra alguém, no caso esse alguém é Edith, que assim que viu o corpo de seu pai caiu em prantos e desespero como uma criança pedindo colo, como eu me senti quando vi minha mãe morta e quando perdi aquele que me adotou!

Vermelho Fúcsia- A colina escarlate sob a visão de Thomas Sharper (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora