O bebê do meu vizinho - DEGUSTAÇÃO

Prólogo

Oi, amores!

Vamos para mais um livro?

O romance que posto as quartas, ainda será postado até o final e eu espero que vocês amem esse aqui. 

P.S. A qualquer momento ele poderá estar na amazon <3

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Júlia 

A vida era algo complicado, já que nunca sabíamos o que aconteceria no segundo, minuto, ou hora seguinte. Eu jurava que tinha o tal do casamento perfeito, mas para variar, errei novamente em meus julgamentos..

E as minhas certezas mais uma vez caíram por terra. Não que eu fosse louca de amor por Guilherme — o meu marido —, no entanto, tínhamos vivido momentos únicos, que eu pensei que seriam para viver para sempre.

Para ter um casamento essencial, não é necessário o amor irrevogável, mas o respeito sempre foi o mais importante e o carinho também.

Só que no momento que Guilherme disse as palavras, eu tive a completa convicção de que aquela pequena mentira de casal perfeito, que inventei em minha mente, tinha acabado.

— Precisamos conversar. — Ele disse assim que coloquei o nosso bebê no berço.

Olhei por cima do ombro e o encarei, encostado na porta. Ele também me olhava, com os braços cruzados e uma expressão de pânico tomava seu rosto. Ajeitei meu corpo, e tentei arrumar o rabo de cavalo malfeito que estava em minha cabeça, só para tentar evitar o inevitável.

— Aconteceu alguma coisa? — Não precisava perguntar, mas eu tinha que tentar me fingir surpresa, ou ao menos preocupada.

Notei quando ele engoliu em seco e lágrimas se formaram em seus olhos.

Meu coração começou a bater desesperadamente. Mesmo que eu não amasse Guilherme da forma que ele merecia, eu sentia muito que tivéssemos chegado naquele momento.

— Me perdoa..

Esperei que ele continuasse, mas nada saiu de sua boca.

— O que você fez? — indaguei, com medo de ter sido traída novamente, já que feridas do passado, ainda não tinham cicatrizado. E mesmo que eu soubesse que Guilherme, não fosse como... aquilo não vinha ao caso, fiquei com medo de ter sido traída.

— Eu não consigo fazer mais isso, Baby. — Sua voz embargada demonstrava o quanto aquele homem era bom e que nós não merecíamos estar juntos, já que nenhum fazia o outro feliz.

— Eu quis muito fazer a coisa certa, ser um homem bom e responsável, eu amo nosso menino, o Bernardo é o melhor presente que ganhei na minha vida. Mas não consigo mais lidar com essa coisa de casamento, meus sentimentos mudaram em algum momento.

Deixei que as lágrimas descessem por meu rosto, pois mesmo não o amando como ele merecia, eu ainda gostava de sua presença e só por saber que não o teria ao meu lado para me apoiar, já fazia com que meu coração sangrasse.

— Júlia? — Ele diz preocupado.

— Estou bem — respondi secando as lágrimas.

— Você não está.

— Mas vou ficar. — Eu não sabia se era verdade, mas iria tentar.

Guilherme me encarou por alguns segundos antes de desabar na minha frente, seu choro era forte e lágrimas pesadas desceram por seu rosto. Ele murmurou sobre como era um fracassado e que nunca deveria ter se aproximado de mim, pois estragou minha vida. Não o consolei, talvez eu fosse egoísta, mas também estava sofrendo e não conseguia me preocupar com ele naquele momento.

Horas se passaram e ficamos no mesmo lugar. Cada um com o seu momento de sofrimento. Cada um pensando nos erros e acertos que fizemos. No entanto, aquele momento precisava chegar ao fim.

Por isso, saí do meu transe quando Bernardo começou a chorar no quarto.

Levantei-me o mais rápido que pude, pois o meu bebê sempre seria mais importante do que qualquer coisa no mundo. Assim que cheguei ao seu encontro, foi impossível não deixar que mais lágrimas escorressem e que elas caíssem sobre a sua roupinha.

Eu o ninei para que voltasse a dormir, e meu filho mesmo tão pequeno, parecia entender que nada estava bem, já que segurou meu dedo com uma força extrema. Bernardo não iria ter a família perfeita que imaginei para ele, mas eu tentaria ser a melhor mãe do mundo, para completar o buraco vazio com que pais separados faziam uma criança sentir.

Assim que saiu do quarto, quando meu filho voltou a dormir, encontrei meu ex-marido na sala. E tomando a coragem que eu nem sabia que tinha, questionei:

— Como vamos fazer?

Depois daquilo eu sabia que tudo seria incerto, mas estava na hora de começar uma nova vida...

Novamente...

Quebrada e abandonada, mas eu nunca desistiria no meio do caminho.

Voltaria a procurar o meu felizes para sempre.