Júlia
Um ano depois...
Acordei com meu celular despertando as cinco em ponto, abri os olhos e encarei o teto branco sem muitos detalhes, em seguida espreguicei-me lentamente e tomei coragem para começar mais um dia.
Assim que me sentei na cama, encarei o berço do meu pequeno e o observei dormir tranquilamente. Abri um sorriso e continuei o olhando por algum tempo. No entanto, não podia ficar com aquela preguiça que estava sentindo, por isso levantei-me e comecei a fazer o que tinha de ser feito.
Depois do término do meu casamento, minha vida deu uma volta gigantesca, já que eu decidi voltar para minha cidade natal e pedir ajuda para os meus pais. E foi aí, que decidi montar um café, e sustentar meu filho com todo o suor que eu podia gastar.
Era óbvio que Guilherme me ajudava a cuidar de Bernardo, mas mesmo assim, era uma responsabilidade enorme para mim.
Quando voltei para Vancouver não imaginei que minha vida mudaria tanto e sem a ajuda dos meus pais eu não teria realmente conseguido e provavelmente eu estaria trabalhando em qualquer lugar que pagasse um salário para sustentar meu filho ou pior ainda, estaria em Seattle dependendo do Guilherme. Mas para minha sorte recebi total apoio deles quando voltei para casa com um filho de um ano nos braços.
Após a fatídica noite em que Guilherme pediu o divórcio, arrumei minhas coisas e subi no primeiro trem de volta para minha casa. Não guardo rancor de Guilherme, ele foi bom para mim enquanto estávamos juntos. Ele tentou fazer a coisa certa, mas não deu certo. De qualquer forma, era grata por ele não abandonar o filho e amá-lo incondicionalmente.
Mesmo a quase três horas de distância ele vinha buscar Bernardo todo fim de semana, e ligava todas as noites para desejar boa noite por Skype. Ele era um bom pai.
Saí dos meus devaneios e terminei de trançar meu cabelo, verifiquei minha aparência no espelho e fiquei satisfeita, com uma vida tão agitada, vaidade era algo para qual não tinha muito tempo. Mas ainda insistia em manter meus longos cabelos ruivos penteados, sendo a única da família com os olhos azuis, posso dizer que não precisava de muito para me arrumar.
Peguei meu filho no colo com cuidado para ele não acordar, coloquei minha bolsa no ombro e saí de casa antes do sol nascer. Essa era minha rotina todos os dias de segunda a sábado. Coloquei Bernardo na cadeirinha e agradeci a Deus por meu filho ter o mesmo sono pesado do pai. Outra criança na idade dele já teria acordado com tantos movimentos.
Dei partida no carro e segui em direção à casa da minha mãe que ficava no fim da minha rua. Antes de sair, notei pelo retrovisor, um caminhão de mudança estacionado ao lado da minha casa — provavelmente alguém estava de mudança, já que aquela casa estava à venda há alguns meses. Parei de dar importância para as coisas alheias e segui meu caminho, assim que estacionei, minha mãe abriu a porta e saiu com um sorriso nos lábios, seu rosto jovem não revela sua idade, com cinquenta e seis anos e eu quase pedia aos céus que queria envelhecer como ela, linda e saudável. Nossa família não era grande, sempre fomos só nós quatro, meus pais e minha irmã Elisa que era dez anos mais velha do que eu, ela era casada, tinha gêmeas lindas e também morava alguns minutos de distância daqui.
— Bom dia, minha querida. — Minha mãe me recebeu com um beijo no rosto.
— Bom dia, mãe. — sorrio. — Ele está dormindo — sussurro para não acordar Bernardo.
— Ele está sempre dormindo. — Ela sorri e pega meu filho com cuidado, nos despedimos e vou para o trabalho.
— Vou indo, pois hoje será uma correria.
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O bebê do meu vizinho - DEGUSTAÇÃO
RomansaUm vizinho apaixonado; Uma mulher que não esqueceu o passado; Uma gravidez inesperada. * * * Eu havia me tornado um homem solitário, depois que perdi tudo na vida. Quando mais novo, a mulher que amava e quando mais velho o meu único filho. Não est...