Capítulo 4

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Júlia

O passado... era naquilo que eu havia voltado

Theodor Scott

Meu melhor amigo.

Theo e eu nos conhecemos desde o jardim de infância, crescemos juntos e fomos melhores amigos desde que me entendia por gente. Claro que quando chegamos à adolescência algumas coisas começaram a mudar. Meu amigo já não era mais uma criança e quase todas as meninas da escola queriam um pedaço dele. Ele tinha todo o clichê de um garoto americano. Lindo, olhos azuis, cabelo claro... Perfeito! Quase um chocolate derretido, no inverno, que todas ficavam com muita vontade de lambê-lo.

E era óbivio que eu fui idiota o suficiente de ficar completamente apaixonada por ele, mas não admitia isso em voz alta, nunca. Éramos amigos e isso bastava. Enquanto algumas meninas tinham o prazer de sua companhia por alguns momentos, eu o tinha por várias horas.

Mas isso mudou quando uma menina nova chegou à escola... Kristen. Eu não sei o que ela fez, mas Theo começou a passar bem menos tempo comigo. Nossa amizade não era mais a mesma, as horas que passávamos juntos se tornaram apenas algumas palavras trocadas no corredor da escola.

Isso me magoou muito.

De alguma forma, isso foi bom, passei a ter mais tempo com outros amigos e a fazer coisas novas...

Estava voltando da escola um dia quando encontrei Theo me esperando na varanda da minha casa. Fiquei completamente sem jeito ao vê-lo, já que aquilo não era mais o nosso normal.

— Oi. — Ele disse um pouco sem graça.

— Oi, o que está fazendo aqui? — Fui um pouco grossa.

— Eu queria conversar um pouco.

— Sobre? — Elevei minha sobrancelha em sua direção.

— Você não vai facilitar não é? — perguntou com um sorriso sarcástico.

— Quem veio até minha casa foi você.

Estava como uma menina mimada, cheia de marra e não queria dar o braço a torcer. Só que aquilo foi tudo culpa de Theo.

— Eu tenho sido um babaca, eu sei. — Ele se aproximou.

— Porque você parou de falar comigo desde que começou a namorar a Kristen? — Theodor não iria sair da minha casa sem escutar algumas verdades.

— Eu não parei de falar com você — tentou argumentar.

— Só esqueceu que somos amigos desde que éramos crianças e trocou nossa amizade por uma garota qualquer.

Theo me olha por alguns segundos antes de segurar minhas mãos.

— Eu sinto muito por ter sido um idiota com você. — Ele pareceu sincero.

— Você devia sentir mesmo.

— Me perdoa?

Abriu um sorriso que eu tinha certeza que ainda iria me colocar em encrenca.

— Quando é que eu já disse não para você? — Fui boba e sempre tinha o coração mole, em relação a Theo.

Ele sorriu e me abraçou.

— Quando você estava tomando sorvete de chocolate e não me deu — relembrou.

— Eu tinha seis anos Theo! — Sorri

O bebê do meu vizinho - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora