Eu poderia amar você.

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Diante das persianas fechadas e do som de passos, Zayn estava sentado sob o sofá de camurça negro, diante de sua mesa de centro com papéis e jornais e um copo de conhaque.

— Como pode ter certeza? — Harry lhe questionou — Como pode saber...?

— Ele jurou voltar para mim, Harry. Confio em promessas.

— O Clã dos Linley foi extinto, meu senhor. Sabe que não deixou uma descendência...

— Não deixou uma descendência pura — Ele contestou — Os Linley sobreviveram diante da queda de diversos fatos e momentos históricos.

— Meu senhor, veja bem... Uma promessa feita por um humano? 

— Ás vezes podemos nos surpreender — Ele bebeu do conhaque — Quero que mande dois híbridos para saber tudo sobre ele.

— Sim meu senhor.

— E vamos sair hoje a noite — Sorriu — Gostaria de caçar.


Liam estava dormindo e quase alcançando o nirvana de seus sonhos quando Louis o acordou.

— Seu boletim está mais verde que um jardim de uma velha — Ele deixou o documento sob a mesa — Está tudo bem?

Ele reclamou baixinho. Bocejando, ele viu Louis segurando o que seria algumas sacolas de supermercado.

— Como pegou meu boletim?

— Eu passei na secretaria e estava entregando. Te poupei de uma caminhada nesse frio.

— Obrigado.

— Ei, está com fome? Eu peguei algumas comidas na promoção. Como foi seu plantão na cafeteria?

Liam queria dizer que um estranho que lhe parecia familiar havia aparecido lá. Que o fez ficar algumas horas olhando para a porta, na esperança dele voltar. Que ele havia ganhado uma gorjeta de 100 libras e ele havia aproveitado o dinheiro e comprado um bom café da manhã em um restaurante na volta pra casa.

Mas se limitou a sorrir e sentar na cama.

— Parado. Quer que eu lhe cubra novamente hoje?

— Sério? — Louis assobiou — Só você mesmo para gostar de ficar naquele pedaço morto de asfalto de madrugada. Eu rezo pra ir embora. Tem algum motivo de você querer fazer essa troca?

— Preciso de tempo para estudar para outra prova. E você sabe, gosto de ser noturno.

— Nem vou brigar por isso — Louis lhe sorriu — Se quiser, pode ficar lá novamente hoje. Estou doido para ter uma noite de sono completa sem sentir minha barriga roncar de fome. 

Ele sorriu.

— O que você trouxe de bom?


Zayn estava sentado ainda na mesma posição quando dois híbridos apareceram. Se curvando em respeito a ele, lhe entregaram um dossiê pequeno, com poucas coisas.

Não havia muito, apenas um garoto órfão que vivia em um apartamento com o melhor amigo em um canto perigoso da cidade. Sem fotos demais, sem redes sociais. 

Apenas um tímido e solitário garoto.

Ele deixou o dossiê aberto na única foto que havia dele: Uma foto de admissão na faculdade. De óculos e cabelos jogados na testa, o maxilar bem marcado e uma tímida barba por fazer. 

Ele pegou a foto entre seus dedos e olhou para a pintura que havia na parede.

Era ele.

Linley havia voltado para ele, depois de 200 anos de espera.

Blood and Hell (AU!Ziam)Onde histórias criam vida. Descubra agora