Eu lhe encontrei.

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— Deixei tudo pronto para seu turno — Louis e ele andavam pelo pátio da universidade — Sabe, você deveria sair com alguém.

— Eu? — Liam riu — Quem vai querer sair com um pobre feito eu? Não tenho dinheiro nem para  a pipoca do cinema.

— Ah, mas você é bonito — Louis pulou poças de água de neve derretida — Eu soube que o Matt tem uma queda por você.

— Por mim e por todos os homens da faculdade — Liam revirou os olhos — Eu estou bem, sabe? Preciso de dinheiro, não de encontros. A conta do aquecimento veio muito cara nesse mês. Já disse que quando sair, desligue o aquecedor.

— E morrer congelado até esperar o apartamento esquentar? Sem chances — Louis fez uma careta — Vamos conseguir pagar tudo, não se preocupe.

— Não me preocupar... É fácil dizer.

— Peguei um empréstimo — Louis piscou — Pode deixar as contas comigo nesse mês. Pegue seu salário e coloque na conta.

— Tem certeza? — Liam parou na porta da cafeteria.

— Compre um casaco novo, você está precisando — Ele pegou  os fones — Bom turno, te vejo de manhã.

Liam deu um sorriso de alívio assim que Louis saiu. Finalmente, ele poderia comprar algo para ele. Meu Deus, como ele estava esperando por isso.


Quando a noite ficou tão densa como um rio turvo, ele saiu para caçar. Sozinho, ele voltou ao clube da noite passada e apreciou alguns curtos momentos sozinho.

Ele andou pelas ruas, lembrando que há duzentos anos não eram carros que habitavam ali e sim as carruagens e vestidos vitorianos. Os sonoros homens bêbados eram homens de vida fácil, que tentavam sobreviver em uma época simples e de poucos recursos. Ele viveu cada época, como aquela rua que havia camadas e camadas de pavimento. A história de cada prédio do quarteirão e até mesmo, de algumas famílias que ele viu começar, terminar e recomeçar. 

Ele era um pedaço de história viva.

Só que ninguém deveria saber.

Ele decidiu abandonar o velho terno cor de vinho e vestiu-se de uma forma mais jovial. Em aparência era jovem: Gostava de modificar a cor de seus cabelos para despistar, gostava de preencher o corpo com diversos desenhos. Tinha uma velha tatuagem já apagada com o tempo feita pela própria Maud Wagner¹ em 1905 em uma de suas diversas viagens pelo mundo. Assim como algumas cicatrizes de piercings e brincos. 

Naquela noite, trajava jeans escuros. O all star que usava era de couro branco e ele usava uma camisa lisa da cor escura que combinava com sua jaqueta de couro.

Acendeu uma cigarrilha e tratou a andar pelas ruas vazias. Sem ter Harry o seguindo, ele era mais solto. Claro que a segurança dos guerreiros de classe superior eram necessárias para os vampiros mais antigos que pertenciam a uma classe alta. Desde que fizera parte do Conselho, Zayn tinha essa segurança extra em sua vida.

Há quase 60 anos da sua vida na verdade. 

E ele ainda não havia se acostumado.

Mas Harry tinha suas prioridades em se deitar com as sacerdotisas e tomar o sangue delas em puro êxtase do prazer carnal. De acordo com Harry, o sangue ficava mais doce e mais viciante. Uma ou duas acompanhantes naquela noite lhe serviriam.

Ele só se alimentava de vampiros machos. Questão de escolha.

Sua cigarrilha emanava um cheiro maravilhoso de fumo de qualidade. Ele procurou um jeito de tranquilizar a cabeça enquanto viu que havia dois elementos o seguindo.

Blood and Hell (AU!Ziam)Onde histórias criam vida. Descubra agora