Capitulo 3

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Ao ouvir aquelas palavras, Connor sentiu como se tivesse tomado um soco na boca do estômago, como se não pudesse mais respirar. Por que isso agora? será que havia feito algo que a tivesse chateado? Milhares de perguntas surgiram em sua cabeça e nenhuma delas haviam uma resposta. Ao perceber o choque nas feições de Connor, Renee começou a falar.

- Não é com você, não se preocupe. Mas não posso mais ver você, a situação com os divergentes está saindo do controle. Toda vez que vejo aqueles andróides, penso em você. Eu não sei o que faria se tivesse que ir atrás de você, isso vai ser o melhor para nós dois.

Renee começou a se levantar e vestir suas roupas, o jovem andróide ficou sentado na cama, perplexo, pensando em um jeito de fazê-la mudar de ideia.

- Por favor, não faça isso, você é a única pessoa que me trata bem como se eu fosse uma pessoa e não um objeto que segue ordens. - Connor começou a suplicar para Renee, seu rosto estava triste e estava se segurando muito para manter a calma.

- Sinto muito, Connor. Você não pode se envolver com uma policial, acredite em mim, vai ser melhor assim.

Renee saiu do quarto deixando Connor sozinho, ela começou a se perguntar quando começou a se apegar tanto ao andróide. Durante o caminho até o seu apartamento, Renee tentava se convencer de que havia feito a melhor escolha para ambos, mas não conseguia tirar a imagem da expressão de desespero de Connor de sua mente.

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Naquela noite, alguma coisa mudou em Connor, o único motivo que o estava prendendo no Clube Éden havia o deixado, queria fugir, achar Renee ou simplesmente se esconder no refúgio dos andróides. Os divergentes pareciam saber onde fica, mas se ele virar um divergente, Renee teria que ir atrás dele e se não ela, outra pessoa iria e eles não seriam gentis como ela. Mas o risco valia a pena se ele pudesse ser livre e capaz de fazer suas próprias escolhas. Ele se encheu de determinação e foi contra tudo o que estava em sua programação, os sinais de "Instabilidade de Software" começaram a surgir e ele os ignorou, Connor quebrou as paredes que o aprisionavam é um piscar de olhos, estava livre.
Mas Connor tinha que ter um plano, se quisesse fugir do clube teria que ser paciente, precisaria de dinheiro e roupas para sobreviver entre os humanos.
    Se passou um tempo desde aquela noite, tivera de suportar os clientes do Éden, esconder sua frustração e indiferença, mas tinha que aguentar pelo menos por mais tempo. Pouco depois de se tornar um divergente, Connor descobriu que não era o único, haviam duas Tracis divergentes e assim como ele, planejavam fugir. Não podia deixar essa oportunidade passar, então os andróides se juntaram para formar um esquema de fuga e então finalmente serem livres daquele lugar. Mas infelizmente nem tudo sai como planejado.

~~~~~~***~~~~~~

Renee estava cada vez mais dedicada ao trabalho, achava que se mergulha-se em sua papelada esqueceria de Connor, mas havia um pequeno detalhe que simplesmente não deixava e que tornava insuportável a sensação de vazio que sentia e estava sentado bem ao lado de sua mesa. Poucas semanas depois de seu último encontro com Connor, o Capitão Fowler lhe resignou seu novo parceiro, um andróide, o mais avançado protótipo já lançado , o RK900 e para seu espanto, ele era a imagem e semelhança de Connor, exceto por alguns detalhes: seus olhos eram claros em vez de escuros, era mais alto e sua expressão era séria e fria.
Renee tentou seu melhor para se dar bem com seu novo parceiro, mas logo percebeu que apesar de sua semelhança com Connor, em questão de personalidade eram totalmente opostos, Connor era gentil, atencioso, acolhedor enquanto Nines ( apelido dado por Renee já que o andróide não possuía nome) era frio, distante e de poucas palavras. Não era fácil de lidar com Nines, ainda mais tendo de passar horas ao seu lado por conta do trabalho, infelizmente para ela, Renee era a única com paciência o suficiente para lidar com o RK900, os outros oficiais certamente teriam surtado com Nines.
Poucos meses se passaram e sua relação com Nines parecia mais tranquila, pelo fato dele ignora-lá maior parte do tempo e só abria a boca quando haviam trabalho a fazer, até chegar no ponto que ele ia ao seu apartamento quando havia um novo caso e lá estava ele na sua porta tarde da noite.

- Boa noite, detetive Valentine. Nós temos um novo caso, vista-se.

- Boa noite para você também, Nines. Qual o caso agora? - Disse Renee indo até o seu quarto para se vestir, estava tão cansada, passou a semana toda trabalhando até tarde com Nines na estação de polícia, mas quando Nines lhe contou sobre o novo caso, ela sentiu o cansaço esvair dando lugar ao choque e se sentiu paralisada.

- Nos fomos chamados até o Clube Éden, homicídio envolvendo um divergente.

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