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A brisa da madrugada misturava o perfume de carne humana se decompondo e apodrecendo aos poucos, lerda, demorada e constante, com o odor das centenas de rosas que infestavam o jardim do convento.
O portão alto – envelhecido pela chuva e enferrujado pelo tempo – abraçava todo aquele terreno colossal. Atrás do longo jardim de roseiras, o casarão sentava paciente: um bege que um dia talvez tivesse sido um branco impecável, colunas longas feitas de pedra seguravam toda aquela madeira idosa no lugar. Três andares, dezenas de janelas com molduras verde escuras, espaço demais para as quinze freiras que viviam ali. A capela ficava ao lado: uma igrejinha, essa sim com suas paredes claras intactas, que exibia a sua decoração Barroca, que sobrevivia desde o século dezoito e que sobreviveria por muitos anos mais, e talvez ainda estivesse lá no seu perímetro, quando a última freira no mundo morresse.
Em cima da porta de madeira, em letras quadradas e gigantes para que ninguém as pudesse ignorar, pousava: CONVENTO SANTA OLGA. 1709.
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LITURGIA
ParanormalEm 1915, algo aconteceu no Convento de Santa Olga que mudaria a história de São João da Ventania para sempre. * AVISO DE POSSÍVEIS GATILHOS/AVISO DE CONTEÚDO (IMPORTANTE): - Assassinato (explícito); - Menção de vômito*; - Sangue; - Necrofilia; ...