O menino do Rio- Lizago

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Era uma tarde ensolarada , aquele tipo que nos queimamos só por estar perto  da borda da sombra

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Era uma tarde ensolarada , aquele tipo que nos queimamos só por estar perto  da borda da sombra.
Elizabeth Webber, 29 anos, esse é o meu nome que eu assino, eu vivo em Atlanta por causa de meu trabalho, doutora socorrista de um hospital dessa cidade caótica, recebo normalmente alguns mais para apenas operação.
Eu particularmente pouco me importo com as pessoas que eu trabalho, então eu nem chamei ninguém para vir comigo ao meu recanto.
Eu retornei a Georgia, agora com minha própria  casa de campo. Era em um dos terrenos na estrada para Atlanta, era quase um residencial por ali, com poucas casinhas em volta, area rural.

Eu estava totalmente afim de sair um pouco da vida monótona e chata, em meio a pessoas tão irritantes e beber em recluso enquanto assistia o rio que passava por de trás da minha propriedade, o Rio era grandinho, quase uma lagoa se ele não tivesse a água corrente, apenas os dois vizinhos e eu o compartilhavamos, um dele era um senhor aos seus 60 anos, senhor Arnaldo, e o outro era um escritor também com a minha idade, eu mal falei com ele desde que comprei essa propriedade, a uns  3 anos por ai, mas sabe como é né, para conseguir férias tive que trabalhar direto por esses anos e poucas vezes parando na minha propriedade.
E esse ano ninguém me tira dessa casa. Só que pro meu azar, tudo naquele dia, 2 de agosto, e principalmente naquela madrugada de 3 de agosto, mudaria tudo para mim.
Tudo havia começado assim:
Aparentemente o meu vizinho do lado,o que era senhor de idade, cujo estava mais sumido que moeda de 1 centavo pelas poucas visitas, ele resolveu de alugar a casa de verão dele e um bando de jovens estavam ali prestes a fazer zona na madrugada, por que, quando parei pra espiar pela janela e eram muitas pessoas, eram no mínimo quase umas 20 pessoas, e um trailer na frente da casa dele.
Eu ja me irritei, mas pensei comigo " É aqui tem um rio bom, são adolescentes, nada que um tiro pro alto e uma bebida não acalme o facho deles, se eles chegarem perto da minha propriedade é bala neles".
Eu fiquei mais na minha a ler um livro super interessante do Robert Brydza, havia descoberto esse autor.
E fiz minha rotina normal dos dias ali,  ao cair da tarde eu fui para fora da minha casa com um chá em mãos e meu livro e eu fiquei a ver a paisagem perfeita dali. Árvores pequenas, não frutíferas, moitas perto no lago, e uma cerca branca, que eu havia mandado construir.
Acabei olhando a cadeira ao meu lado e pensei na minha mãe.
Ela era mais feliz e provavelmente me faria falar com os vizinhos de novo, com uma torta em mãos. Eu odiaria isso. Sentia saudades dela.
Senti um cheiro de cigarro , observei para ver se não eram maconheiros ou algo assim, mas não me foi muita surpresa ao ver um baixinho de olhos bicolores e um magricelo de moletom, NESSE CALOR fumando um fininho nas partes laterais da casa do vizinho separdos de todos, enquanto outros ali pareciam andar todos bem próximos. Parecia que estava enchergando o pandemônio.
Eu até levei um susto quando um jovem asiático, sei lá me olhou fixamente enquanto encarava o rio ainda da varanda do vizinho.
Eu desviei o olhar por vontade de ter qualquer contato com qualquer um dali, eu iria denúnciar depois pra polícia, porém, eu levei um susto quando olhei de novo para a direção e vi aquele garoto se aproximando, a única coisa que pensei foi " Puta que pariu, eu devo pegar minha arma ja?".
Ele parecia inocente, até inocente demais e ele tinha uma cicatriz no rosto, parecia uma de bala, então eu desisti de pegar minha arma. Parecia recente, eu tive a impressão de que ja havia atendido um caso parecido com o dele , o rosto era ainda fresco na memória.
— Olá! Você é a Dra. Elizabeth Webber? — Ele falou se aproximando— Ah me desculpa se for incomodo, não sei se te atrapalhei em algo.
Ele fala ja com um pouco de nervosismo.
Eu suspiro e dou um gole no chá.
" Merda ele foi 100% algum paciente meu, o que significa que se algum adolescente besta daqui fizer merda a merda vai vir pra mim"
— Sim, mas sem formalidades, estou de férias.
Eu falo ja impondo o mínimo de sensatez, e vejo o olho dele brilhar. E com isso mais algumas pessoas pararam para me notar e inclusive meus outros vizinhos até acenaram.
— Ah sabia, eu não iria te esquecer. Eu sou Joui, o menino da bala perdida — ele parece ficar meio triste com isso— Muito obrigado por ter salvo minha vida, sou grato por isso e ah — Ele abriu a boca— Espero que consiga descansar, você faz um trabalho maravilhoso.
— De nada, é só meu trabalho.
Eu me lembrei de algo.
— Ah, você ja se mudou de casa ? Aquele terreno era perigoso.
Ele anui bem obediente.
— Eu to morando num trailer. Mas não precisa se preocupar com isso. Ah qualquer problema com alguém ou barulho, pode falar comigo ou com o Thiago, eu só queria mesmo te agradecer Dra, Elizabeth. Foi uma surpresa você por aqui.
Ele fala a sorrir de leve.
— Essa casa de campo é minha, eu a comprei… Ah e se possível , seria um grande favor, mas não fiquem andando pelo meu terreno, claro que só se necessário ou me peça permissão.— Eu mesma to me dando trabalho que saco— Tentem não fazer coisas estúpidas.
— Pode deixar, eu falo pro Thiago-sensei— Ele fala convicto.
Esse Thiago provavelmente é o que alugou né?
Deve ser o responsável.
— O Thiago ele é o que alugou?
O jovem que saia a andar se vira pra mim.
— Na verdade a casa é dele, o pai dele passou pra ele. Então se quiser reclamar é com ele.
— Ah ótimo!—Eu falo sarcástica.
Que legal, então o senhor passou pro filho dele, ou seja, vamos ter problemas.
Eu bebi mais um pouco e eu retornei a minha casa no descanso da leitura.

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