Brooklyn

[18]

"- Fui visitar meu pai hoje. É estranho como ele consegue ser reconfortante mesmo depois de ter ido

- É simples. Ao ir ele deixou algo aqui, e esse algo é você. A mesma calma que pertencia a ele agora pertence a você"

HAVEN

- Está pronta? – pergunto me virando para Zoe que puxa praticamente todo o ar do carro de Liz

- Acho que vou vomitar – ela responde e eu e Liz gememos

- Não faça isso, ou eu vomito junto – Liz avisa e eu dou risada enquanto abro a porta do carro. Nós duas tiramos Zoe de dentro e ela nos observa enquanto olha para a entrada do estúdio

- Isso é maluquice

- Porque? – pergunto e ela se vira para mim

- Porque eu não sou tão boa assim, isso é demais – ela aponta para o prédio e eu estalo a língua olhando para a construção

- É uma bela arquitetura mesmo – falo fingindo devaneio – Mas achei que estava aqui para dançar e não para olhar o que os outros construíram antes de nascermos

Zoe me encara e bate em meu ombro, dou risada e seguro sua mão enquanto Liz segura a outra

- Você não é boa – começo

- Você é incrível – Liz completa

- Você não dança

- Você brilha

- Você não é uma pessoa qualquer

- Você é Zoe Kinsley – Liz fala e Zoe nos olha com lágrimas contidas. Nos puxando para um abraço ela nos aperta e nos apertamos ela em troca

- Eu amo vocês suas cadelas

- Também amamos você – falo e bato em sua bunda – Agora vai lá e quebra com tudo

- Sabe que é "quebre a perna", não é? – Liz pergunta e eu franzo a testa

- Achei melhor ela quebrar as coisas, vai ficar para a história

- Vocês duas são malucas – Zoe comenta pegando sua mochila e rindo para nós ainda rouca do nervosismo

- Compre duas malucas – Liz diz e entrelaça seu braço com o meu, então aponto para Zoe

- E ganhe mais uma de graça

Zoe bate em nós duas e suspira ajeitando a postura

- Tudo bem, vou lá

- Ok

- Estamos esperando bem aqui – Liz diz e ela segue em direção ao saguão de entrada. Nos encostamos no carro e olho ao redor vendo uma barraquinha de crepe

- Fome? – pergunto e Liz ri

- Vamos lá

⁂

- Isso é muito bom – eu comento de boca cheia e Liz concorda mastigando o seu próprio crepe. Ficamos em silencio mastigando felizes e ao mesmo tempo olhando cada movimento dentro do prédio.

Meu celular vibra dentro do bolso de minha calça e eu o pesco com a ponta dos dedos, clico na nova mensagem e sorrio quando vejo a foto de um casaco dobrado e passado dentro de uma caixa