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"- September, de James Arthur

- Eu gosto dessa música, mas porque está mandando-a para mim Brooklyn? Quer dizer algo?

- Quero dizer muitas coisas Winter"


BROOKS

- E então mãe, o que eu vou ganhar trabalhando em um dia de domingo até nove horas da noite? – pergunto brincando e minha mãe responde jogando mais um saco de farinha em minha direção me fazendo firmar meus pés no chão enquanto eu ajusto os outros sacos em meus braços os levando em direção ao deposito

- O que você ganha se não rasgar outro saco de farinha é um biscoito – ela responde em voz alta indo em direção a frente da loja e eu grito em resposta

- A culpa não é minha, já estava rasgado

- Não estava não, você que é atrapalhado – ela diz e coloca um pote de açúcar em uma das prateleiras organizadas – Igualzinho a seu pai

- Não sou atrapalhado – respondo e termino de colocar indo em direção a saída, tropeço no batente e minha mãe ri atrás de mim – Ignore isso

- Claro, se isso vai ajudar no seu ego

Hunf, minha mãe pode ser muitas coisas, mas gentil com as palavras? Nunca

Termino de organizar suas coisas e vou para a frente da loja para pegar a última caixa que chegou dessa remessa, os clientes que estão lanchando confortavelmente na parte de fora da loja me olham divertidos e curiosos e eu aceno alegremente antes de fugir para dentro de novo

Vinte minutos depois eu finalizo, com a testa suada pelo calor do deposito e com as mãos cobertas de açúcar e farinha refinada. Espano as mãos na calça e vou até o caixa vendo minha mãe atendendo uma moça.

- Volte sempre – ela diz entregando a sacola com pães doces e a moça se afasta acenando, minha mãe se vira para mim e faz uma careta – Credo, você está horrível

- Obrigada, você é muito gentil

- Sempre – ela diz e fecha a caixa registradora, um tilintar baixo ressoa e ela me olha sorrindo – Pega para mim? Minhas costas já não são mais a mesma

- A minha também não – resmungo e ela bate em minha cabeça quando eu me abaixo. Dou risada e tateio o chão em busca da maldita moeda

Um tilintar distante ressoa e passos do que ser uma criança animada fica mais próximo de onde estamos, minha mão encosta na moeda fria e eu a pego de uma vez antes que ela escape

- Oi, boa noite – arregalo os olhos ouvindo a voz conhecida e levanto a cabeça

Tump!

- Oh querido – minha mãe diz fazendo uma careta e eu massageio onde bati com a cabeça na mesa – Você está bem? Ou sentiu alguns parafusos a menos?

- A senhora é tão engraçada – resmungo e vejo quando Haven se inclina, seus cabelos agora curtos cobrem seu rosto enquanto ela me espia ainda abaixado com a moeda na mão

Haven ri me observando e eu me levanto arqueando uma sobrancelha, sua cabeça se inclina e eu não me contenho enquanto afasto uma mecha do seu cabelo para o lado para ver melhor o seu rosto

- Oi Brooks – ela fala e eu puxo uma respiração

- Oi Haven – respondo e minha mãe pigarreia ao meu lado. Me viro para ela e sorri inocente – Está com um pigarro mãe? Quer um copo com água?

BrooklynOnde histórias criam vida. Descubra agora