Capitulo 5

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Boa leitura.
 
 
Point of View Rony Evans                           
15 de Julho de 2016.

O dia amanheceu normal como todos os outros, estávamos nos preparando para nossa rotina matinal infernal.
 
Já de manhã já podia ouvir os gritos das meninas reclamando, aquilo me tirava do sério. Liz acordou bem disposta e comentava horrores com a Ruby  sobre a "A morena misteriosa".
 
-  Rony , você não acha estranho essa tal de Ivy??- Perguntou Liz  Alegre com a fofoca.
 
-  Liz , Rony . Bom dia, O que iremos fazer hoje??- Ruby perguntou sendo sarcástica como sempre.
 
Eu comecei sentir o meu corpo diferente, minhas roupas não cabiam mais em mim, sentia falta de ar constantemente e tinha desejo de comer tudo pela frente.
 
Desde daquele noite em que fui dopada não sabia o que de fato tinha ocorrido naquele quarto. Nesse momento pensei em várias coisas que poderiam ter acontecido, mas apenas uma eu tinha medo de que fosse verdade.
-  Rony , não é mesmo? - uma voz soprou em meus ouvidos. Me virei e espantei-me em descobrir quem era.
-  Sim, sou eu mesma. - Ergui a sobrancelha e engoli à seco a saliva que adentrava minha garganta.
 
-  Então... preciso de um serviço pra mais tarde e quando coloquei os meus olhos em você não tive dúvidas, e também porque August elogiou muito seu trabalho.
 
Venha para o quarto 727 no terceiro andar, às 23:00 não se atrase. - Ela disse dando uma leve piscada e acenando para mim ao se virar e sair.
 
Liz acenou gritando meu nome, aceno também, mas fico no mesmo lugar, então Liz se sentou ignorada e se afastou ainda mais.
 
De repente me subiu um leve enjoo e por isso tive que ir correndo até o banheiro.

Fui cercada por olhares de curiosidades das meninas que conversavam enquanto subia os degraus.
 
-  Rony, tá tudo bem??- Ruby bateu na porta perguntando.
 
-  Sim, só tive um leve enjoo, só isso. Acho que foi o almoço, eu acho. - Tentei dar qualquer desculpa que a convencesse.
 
-  Tem certeza? É que você correu tão rápido que pensei que fosse algo mais grave. - Ela parou em frente à porta me aguardando sair.
 
Eu simplesmente não podia dizer que estava acontecendo coisas comigo após aquele dia horrível que eu passei.
 
Porém eu confiei na Ruby para isso eu tinha que me acalmar e dizer o que estava acontecendo, pelo menos era isso que eu achava que estava acontecendo.
 
-  Entre. - abri a porta, puxando Ruby  para dentro do banheiro. - Você é minha amiga, né?? Posso confiar em você realmente? – Ruby  me olhou com preocupação.
 
-  Claro! Pode confiar em mim, diga. - senti verdade nas suas palavras.
 
-  Na noite em que estive com aquele cliente, lembra??
 
-  O que lhe deu algo para dormir! O que tem ele, foi preso?
 
-  Então, já faz duas semanas eu estou sentindo coisas estranhas acontecendo comigo. Eu comecei a notar que eu ganhei alguns quilos à mais e comecei a sentir enjoos muito forte, frequentemente. E estou pensando em várias coisas, mas só tem uma delas que me assusta.
 
-  Não me diga que você está achando que está grávida? - Nesse momento eu não queria ter ouvido isso sair da boca de Ruby .
 
-  É, mas eu não quero que seja isso, como que eu conseguiria esconder uma gravidez aqui dentro? É impossível, se alguém descobrir podem matar meu filho ou pior, traficá-lo.
 
-  Isso não vai acontecer. Precisávamos fazer um teste primeiro. Acha que alguém poderia lhe ajudar? Sem o teste não vamos saber a verdade, mas o problema é que não podemos sair. – Ruby olhou para cima, éramos vigiadas 24h por dia.
 
Eu esperava não ter engravidado depois que sofri aquele abuso, e se eu estivesse não deixaria nada de ruim acontecer com essa criança. O difícil séria conseguir fazer o teste de gravidez, talvez se eu falasse com o August . Apesar dele ser um completo idiota acho que ele me ajudaria.
 
(...)

-  Rony , eu vou tentar lhe ajudar, mas não isso garantir que eu consiga. – Ruby  abriu a porta, saindo e descendo as escadas.
 
No salão, August  estava conversando com um dos seguranças, eu fiquei sentida em me aproximar, entretanto, respirei fundo. Ao ver que ele estava sozinho apressei o passo.
 
-  Preciso de um favor, pode me ajudar?? - ele me olhou com estranheza.
 
-  Se estiver ao meu alcance, diga. - disse ele com um brilho no olhar.
 
-  Há um mês atrás eu atendi um cliente, um senhor na verdade. Conversamos e na hora "h" eu travei. Daí ele me dopou, e abusou de mim.
 
(...)
 
Está nervosa para a grande noite, Ivy estava acompanhada de um segurança alto e robusto ao seu lado. Ela parou e frente na minha frente, lançando um olhar sedutor e me prendia nele de tal forma.
 
-  Então, vamos?? Se eu gostar dos seus serviços, você será minha exclusiva, minha "Puta de luxo".
 
Senti-me um pouco intimidada com a forma que Ivy me olhou.
 
-  Vamos?? Temos muito pela frente. Espero não me arrepender dos seus serviços, Rony .
-  Ela me seguiu até o quarto dando uma leve piscada com o olho esquerdo.
 
Subi alguns degraus até um dos quartos, Ivy tinha escolhido a suíte mais cara do lugar. Abri a porta com toda delicadeza e entrei. Logo em seguida Ivy adentrou pela porta trancando-a e se aproximando da cama em que estava sentada.
 
-  Sinta-se à vontade para fazer o que desejar. Não quero lhe pressionar. Rony , eu sinto algo em você muito especial.
 
-  Obrigada, eu acho. - Frisei os olhos ficando vermelha de vergonha. - Mas me conta mais um pouco sobre você? -Perguntei tentando criar algum tipo de vínculo de amizade entre nós.
 
-  Verifique se a porta está fechada, por favor? - levantei indo em direção a ela. - Eu preciso lhe contar algo muito importante. Eu não sou uma mulher qualquer.
 
-  Jamais eu diria uma coisa desse nível. - Fiquei um pouco confusa em relação às suas palavras.
 
Antes que eu perguntasse qualquer coisa Ivy colocou seu dedo polegar entre meu lábios, deixando-os fechados.

-  Bom, nunca tive experiência alguma com mulheres, mas sempre temos a nossa primeira vez pra tudo.
 
-  Mas, você é uma moça tão jovem, tão vivida. Por que "raios" veio fazer nesse lugar? - Me calei durante os segundos de sua pergunta.
 
-  Eu só queria arranjar um emprego, sabe? - Ela me olhou com tanta desconfiança que eu estava ficando nervosa.
 
-  Pode ser sincera comigo, viu? Por um acaso você não estava em algum lugar onde uma mulher apareceu lhe prometendo uma grande oportunidade de ser uma modelo de alto prestígio? - Meu corpo gelou no mesmo instante.
 
Eu poderia me abrir é contar para a Ivy, mas o meu medo era que ela pudesse ser uma das informantes do tráfico.
 
-  Rony ? Você ficou distante por um minuto. - Disse ela estalando os dedos para conseguir atenção.
 
-  Só estava pensando em algo. Vou tomar algo, quer que lhe sirva um drink? Ela me olhou de meia desconfiada, acho que ponderando se dizia algo ou não.
-  Vou ser curta e grossa Srta. Rony , sou Ivy Belfrey, agente especial. - Ela puxou seu distintivo me mostrando, fazendo meus olhos ficarem arregalados.
 
-  Estou à frente da investigação para fechar a boate que você trabalha, podendo dar uma chance de uma vida digna a você e as outras meninas. - Ela puxou o ar com força. - E ai quer me ajudar a ter sua vida de volta? - Ela se levantou e me deu um enorme sorriso.
 
Eu ponderei, a olhei bem no fundo daqueles olhos castanhos. E a primeira coisa que me veio à cabeça foi a promessa que fiz a Liz ou como eu a chamo hoje Emma
 
"Eu vou te tirar daqui, é uma promessa"
 
Me levantei e parei em frente a Ivy , ergui minha mão para que ela apertasse. Respirei fundo uma, duas, três vezes para poder lhe responder.
 
-  Será um prazer lhe ajudar agente Belfrey, me chamo  Regina Mills  e estou à frente da equipe de infiltrados da CIA para fechar esse bordel. -
 
Se eu pudesse descrever a cara de Ivy no momento eu poderia dizer que no mínimo era  cômica.

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